11 de jul. de 2011

Kleber diz que 'chance de ir para Fla é zero', mas bate na direção do Verdão

A situação entre Kleber e o Palmeiras só piora. Depois de não jogar contra o Santos e fazer um exame fora do clube para tentar provar que permanece com uma lesão na coxa esquerda, o atacante foi criticado pelo vice-presidente Roberto Frizzo. O dirigente afirmou ter recebido um pedido do Gladiador para deixar o Verdão, além de outro, por aumento. O Flamengo quer o atleta, que tem seis jogos pelo time paulista e, se jogar o sétimo, não poderá defender outra equipe neste Brasileiro. Após a entrevista de Frizzo, Kleber resolveu falar mais uma vez, dessa vez à Rádio Globo. Ele disse que não pensa em ir para o Rubro-Negro, nega ter pedido aumento e é ainda mais duro nas críticas à diretoria Alviverde. Confira os principais trechos da entrevista de Kleber.

Sem pensar no Flamengo
A chance de ir para o Flamengo é zero. Não sei o que está acontecendo, se o Flamengo conversa com o Tirone, não sei de nada. Se ele chegar para mim e falar "quero vender" e eu puder negociar, aumentam as chances, mas hoje não há nada. Se o Tirone fala que não vai me vender, não tem o que fazer. Fico feliz pelo interesse do Flamengo, recebi mensagens dos torcedores e não sabia que era tão querido por outra torcida. Não tenho culpa se o Flamengo me quer e não tenho culpa de ter me machucado justamente neste momento. Todo mundo sabe que eu gosto do Palmeiras, falei isso até quando estava no Cruzeiro. Meu coração diz hoje o que sempre disse: a vontade é de ficar, de encerrar a carreira no Palmeiras, é o que falo desde que cheguei aqui e vou falar até acabar o meu contrato.

Pedido de aumento ao Palmeiras
Eu não pedi aumento, não sei se o Flamengo vai pagar o que diz a imprensa. Se o Palmeiras quiser me dar um salário melhor, o clube que sabe. Mas se a diretoria achar que não mereço e estiver fazendo essa confusão toda por causa do Flamengo, é de cada um. Tenho contrato, só parei porque me machuquei e assinei ciente de que ia ganhar o que recebo hoje. Se me valorizarem é bom, se não acontecer vou seguir cumprindo meu contrato.

Não sei onde está o presidente, sei que está na Argentina, mas não atende ao telefone, não sei a opinião dele e não vou ficar atrás de ninguém. Nunca fui nele ou no Frizzo pedir aumento e nunca vou pedir. Agora o Frizzo diz que pedi aumento e que pedi para sair. O estranho é que ele só falou isso depois de eu ter dado entrevista. Parece que ficou com medo e está falando mentira. Ele criticou o Lincoln e o Valdivia para mim, disse que quer negociar os dois, mas só mente para tentar se livrar da situação. Eu tenho contrato, isso não está em discussão, vou seguir por quatro anos. Mas nunca falei de aumento para ele. Ele é que fala demais. Só depois que eu me pronunciei ele começou a dizer que eu quero sair. Por que não disse isso ontem?


Felipão merece aumento
Acompanhei a entrevista do Felipão. Tivemos um problema no começo até para nos conhecermos melhor. O Felipão é um cara espetacular, deveria ganhar o dobro do que ganha porque resolve problemas da equipe e até da diretoria. A gente teve problemas no começo até se entender e confiar um no outro. Hoje a relação com ele é perfeita e confiança, carinho e respeito que sinto por ele só aumentam.

Críticas à diretoria
Parece que o Palmeiras nunca consegue resolver os problemas internamente, tudo fica externo e vira uma bola de neve. Ninguém consegue controlar mais nada, não sei nem se existe a proposta real do Flamengo, qual é o salário... Não chegou nada para mim, só sei o que vejo na internet. Até porque, legalmente, você não pode falar de salário porque gera briga na Justiça. Não sei como alguns torcedores conseguem acreditar na diretoria, que nunca passou confiança e credibilidade para ninguém. O único sempre correto que conheci no Palmeiras foi o (Luiz Gonzaga) Belluzzo (ex-presidente). Pena que não foi campeão

Clima para seguir no Palmeiras
Tenho clima, lógico. Meu clima com os jogadores é excelente, com o Felipão, com os funcionários. É ruim com Frizzo, com o presidente e com a diretoria. Mas eles não estão ali todo dia. Não vou ver o tempo todo. Não vai fazer diferença, nunca fui de me aproximar de diretoria. Não sou amigo deles e, pra mim, não vai mudar nada. A diretoria sempre tumultuou o ambiente do clube, nunca foi a favor dos jogadores. Não frequenta o clube, chega a hora que quer, não faz questão de bom clima, e também não faço com ela. Corro pelo Felipão, pelos jogadores e pela torcida. Perto de um clássico o presidente não está no Brasil. Era um jogo importante, mas não apareceu e não falou nada. Nós somos aquilo ali, o grupo, o técnico e a torcida. Vamos seguir junto com quem quer mesmo.

Guerra declarada a Roberto Frizzo
A única coisa que o Frizzo me prometeu era resolver a situação sobre a pressão. Ele pegou na minha mão e deu a entender que ia ajustar o salário, mas não ficou explícito. Até hoje não ligou para o meu empresário, só continuou falando besteira. Não da para pegar na mão de uma pessoa, falar que vai resolver o problema dela e nunca mais atender. Não é questão de resolver, e sim de respeito. Em vez de ficar quieto, fala na imprensa: ganhamos de 3 a 0, e o Kleber não tomou amarelo. Sem desmerecer a vitória do grupo, não tinha melhor momento para pegar o Santos, que estava desfalcado e em pós-Libertadores. Quando falei com o Frizzo que não conseguia falar com o presidente ele disse: quem manda sou eu. Ele deveria falar a verdade ou ficar quieto para resolver os problemas internamente. Até agora só fiquei ouvindo as besteiras dele. Falou que em relação ao contrato ia arrancar até meus dentes. Mas aí vou à sala dele e ele não fala nada. Fica com medo, é medroso, não tem coragem de falar de mim, do Lincoln, do Valdivia. Tem que ter caráter para ser vice do Palmeiras.

Jogado contra a torcida pela diretoria
Acho que essa foi a ideia, foi o que tentaram e por alguns momentos até conseguiram fazer. Muito torcedor veio falar comigo. Fiquei chateado. O que fizeram com o Valdivia tentaram fazer comigo. O torcedor de verdade, que tem respeito por mim, veio saber o que estava acontecendo. E eu falei o que estou falando agora. Os torcedores de verdade confiam em mim.

Impasse com o departamento médico
Confio muito (nos médicos do Palmeiras), acho que é um dos melhores departamentos com quem trabalhei, mas tenho direito de ter segunda opinião. Pedi ao médico do Palmeiras para marcar isso para mim. Ele disse que ia resolver, ficou de me ligar. Não ligou e desconfiei de pressão de diretoria. É a minha saúde, e tenho de me preocupar. Eles podem ter ficado chateados, mas poderíamos ter resolvido de outra forma. Mas não os culpo pois sei que são pressionados. Com o Valdivia foi a mesma coisa. O Pierre também, ele teve problema no pé por muito tempo porque jogou muitas vezes pela pressão, ia para campo com dor e hoje está desvalorizado, não reconhecem o trabalho dele. Tenho que me preocupar com isso também.

Dores persistem
O exame que fiz mostrou que ainda há a lesão. A dor é menor do que senti quando me machuquei, melhorou, mas hoje, em uma escala de zero a dez, é uma dor de intensidade quatro. Não quero que vire oito ou dez 8 ou 10 se tiver que jogar sem poder. Não quero ficar meses parado. Melhor ficar um jogo fora e a dor ir pra dois do que ficar o mês inteiro sem jogar.

Pode jogar domingo e aceitaria entrar em campo só para fazer o sétimo jogo?
Vamos ver essa semana o que vai acontecer, quero jogar logo e vou fazer de tudo para jogar domingo (contra o Flamengo, no Pacaembu). Mas não entraria um minuto só para ser substituído e fazer o sétimo jogo, de forma alguma. Até porque isso envolve outras questões, de o técnico precisar de uma substituição, por exemplo, e gastar comigo. Nem o Felipão seria a favor disso, é ridículo. Eu até falaria que jogaria um minuto para resolver isso, mas aí seria pensar só em mim.

Acha que errou?
Acho que não errei. Fui sincero o tempo todo, sempre agi corretamente. Falo a verdade, sei que tem muito mentiroso por aí e foi bom para eu aprender. O melhor é ficar calado para ouvir os
outros. O errado é de repente ter ido treinar para tentar voltar logo e sentir a dor sábado como eu senti. Talvez devesse ter segurado um pouco.

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