Não chegou a ser mágico como o duelo de quarta-feira, contra o Santos. Mas o primeiro encontro de Ronaldinho contra o Grêmio foi marcante para o camisa 10. Foi dele o passe para o gol de Thiago Neves. No segundo, aproveitou bobeira de Victor, roubou a bola e tocou para o gol vazio (veja o vídeo com os gols do 2 a 0). Podia ter feito mais, já que sofreu pênalti não marcado no segundo tempo. Na saída de campo, o jogador foi político. Disse que tem carinho pelo clube que o revelou. Mas fez juras de amor ao Flamengo.
- O sentimento é de respeito. É o clube onde nasci. Mas tenho que dar alegria ao torcedor do Flamengo, que sempre me tratou com carinho. É ótimo passar por esse momento. É um ano que não tinha vivido ainda. Em sete meses, só uma derrota. É muito tempo. Estou muito feliz com tudo que tem acontecido desde o dia em que cheguei. Depois do dia em que me apresentei, senti o Flamengo tocar no meu coração - disse o jogador.
A relação entre Grêmio e Ronaldinho há muito está abalada. A primeira razão foi a transferência polêmica para a França, em 2001. No início desta temporada, decidiu voltar ao Brasil. Foi procurado pelo ex-clube, mas escolheu a Gávea.
O ídolo tentou demonstrar um reencontro sem emoção ou qualquer sentimento especial. Desde a entrada em campo, o camisa 10 repetiu o ritual dos jogos no Engenhão. Saltitante, partiu na direção da torcida e bateu continência. Antes de a bola rolar, cumprimentou apenas um gremista: Fábio Rochemback, capitão tricolor, na hora do sorteio. Ao receber a flâmula do clube do Olímpico, observou rapidamente e a entregou a um funcionário rubro-negro.
A indiferença, no entanto, ficou só no discurso. Comemorou muito o gol de Thiago Neves, com assistência dele. A comemoração do segundo gol foi ainda mais entusiasmada. O craque disparou numa corrida eufórica, bateu no peito e pediu aos torcedores que gritassem o nome dele. Nono gol do artilheiro do Brasileirão. O Gaúcho, que nunca balançou as redes do Flamengo – jogou quatro vezes pelo Grêmio – não teve dó de quem o criou.
Depois dos três gols e da magia contra o Santos, a torcida do Fla voltou a ver R10 com olhos admirados. Um encontro bem parecido com aquele de 5 de fevereiro, dia da estreia do astro pela equipe. O Gaúcho não foi o mesmo da partida excepcional na Vila Belmiro, mas voltou a ser decisivo. Buscou jogo, ocupou espaços, encarou a marcação de Mário Fernandes, Saimon e Rochemback.
O capitão rubro-negro foi muito bem nos passes. Dos 15 distribuídos no primeiro tempo, errou apenas um, aos 42 minutos. Dos tantos que acertou, o melhor virou gol. Aos 27, ergueu os olhos na direção da área e acomodou a bola na cabeça de Thiago Neves. O camisa 7 fez a parte dele e escorou para o gol de Victor. Sem cerimônia, Ronaldinho festejou tanto quanto o companheiro.
- É uma jogada que temos treinado e, diante das circunstâncias, de um campo horrível como esse, era uma opção.
No fim do jogo, mais críticas ao campo.
- Uma pena, porque não dá para dar um espetáculo para a torcida - criticou.
De folga, Ronaldinho é aguardado neste domingo em Porto Alegre para um show de pagode. Mas o meia negou que viajará para o Sul.
- Nem pensei em folga ainda.
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