A recente boa fase de Ronaldinho pelo Flamengo tem uma pecularidade: o jogador costuma aparecer quando é instigado, quando há algo a provar. No dia em que brilhou contra o Atlético-MG, ouvia críticas pelas noitadas. Na última quarta, havia a expectativa pelo duelo com Neymar. Neste sábado, foi a vez do primeiro encontro com o Grêmio, clube que o revelou e que brigou para contratá-lo no início do ano. Foi de Ronaldinho o passe para o primeiro gol da vitória rubro-negra, marcado por Thiago Neves. No segundo, aproveitou lambança de Victor, que tentou driblá-lo, e resolveu o jogo: 2 a 0.
O Flamengo mantém a vice-liderança do Campeonato Brasileiro, com 27 pontos, um a menos do que o Corinthians, que neste domingo pega o Avaí na Ressacada. Já o Grêmio segue em situação delicada na competição. Com 13 pontos, não vence há três jogos e corre risco de entrar na zona de rebaixamento nesta rodada, dependendo dos resultados de Santos, Bahia e Atlético-GO.
Na próxima rodada, o Flamengo vai até a Arena do Jacaré enfrentar o Cruzeiro, quarta-feira, às 21h50m. O Grêmio recebe o Atlético-MG no mesmo dia, às 19h30m.
Ronaldinho desequilibra com poucos toques
A tese de que a leveza do meio-campo do Santos contribuiu para os cinco gols do Flamengo na quarta-feira ganhou peso nos minutos iniciais do jogo deste sábado. O Grêmio entrou no Engenhão para dificultar ao máximo o início das jogadas rubro-negras. Quando o time de Luxemburgo tinha a bola, a equipe gaúcha se fechava com duas linhas de quatro. O Flamengo sofria e errava passes em sequência. Foram 20 erros rubro-negros contra 13 gremistas na etapa inicial.
O lado direito da defesa era uma preocupação especial do Grêmio. Saimon e Mário Fernandes se alternavam no setor, para não dar espaços a Ronaldinho. Quando a bola chegava ao pé do camisa 10, o Engenhão comemorava. Na primeira jogada, o astro retribuiu os gritos com uma linda virada de bola para Léo Moura. Mas até ali era o Grêmio o mais perigoso, com duas boas jogadas individuais de Escudero e Leandro.
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A primeira finalização perigosa rubro-negra só aconteceu aos 22, quando um escanteio sobrou para Renato. O chute bateu na defesa e saiu. O cenário era tenso para a até então empolgada torcida que encheu o estádio (24.467 pagantes), mas a fase de Ronaldinho é definitivamente especial. Aos 27, o camisa 10 recebeu livre, num raro cochilo da força gremista. Ele gingou e cruzou na medida para Thiago Neves marcar seu segundo gol de cabeça em dois jogos seguidos: 1 a 0.
O gol deu confiança ao Flamengo, que só foi ameaçado quando Willians errou um bote em Lúcio. O lateral cruzou, e Airton evitou que a bola chegasse a André Lima. Pouco depois, em disputa na área, Leandro fez falta em Junior Cesar, que respondeu com pênalti no atacante. O árbitro ignorou.
Victor tenta ser Ronaldinho e entrega segundo gol
No segundo tempo, o cenário continuou parecido. Ronaldinho Gaúcho chamava atenção com jogadas plásticas. Em uma delas, aos dez minutos, jogou a bola entre as pernas de Mário Fernandes e foi derrubado na área. Pênalti não marcado por Sálvio.
O Grêmio tentava atacar, mas parava na força de Willians e Airton na marcação. O time de Julinho Camargo só conseguia levar perigo quando a bola chegava aos atacantes para jogadas individuais contra os zagueiros rubro-negros. Welinton foi driblado por André Lima em lance perigoso. Leandro dava trabalho a Angelim.
Para buscar o empate, o Grêmio precisava de mais velocidade no meio. Do outro lado, o Flamengo dava sinais de cansaço. Ronaldinho errou duas tentativas de jogada individual. Thiago Neves se esforçava, mas sentia falta de aproximação dos companheiros. Os dois técnicos, então, resolveram mudar ao mesmo tempo. Entraram Lins e Bottinelli. Não houve ousadia. Saíram Leandro e Deivid. O Flamengo continuaria no contra-ataque, e o Grêmio seguiria sem movimentação no meio.
Aí veio o erro fatal de Victor. O goleiro dominou a bola na área e tentou ser Ronaldinho Gaúcho. Gingou para driblar e foi desarmado pelo camisa 10, que tocou para o gol vazio.
Ronaldinho ainda teve a chance de fazer o terceiro, mas Leonardo Moura rolou mal uma bola em que estavam os dois praticamente sozinhos contra Victor. A torcida pouco ligou. Aplaudiu até substituição, quando Jael entrou no lugar de Thiago Neves. Julinho ainda colocou Marquinhos e Mithyuê em campo, mas não conseguiu reagir.
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