Um golaço de Sergio Agüero evitou um vexame da Argentina na abertura da Copa América nesta sexta-feira, em La Plata, pela primeira rodada do Grupo A. A Bolívia saiu na frente com gol do brasileiro naturalizado Edivaldo, mas o genro de Diego Maradona garantiu o empate de 1 a 1 em uma noite pouco inspirada de Lionel Messi.
Com o estádio Ciudad de La Plata lotado (cerca de 50 mil pessoas), os hermanos jogaram mal. Principalmente Messi, eleito o melhor jogador do mundo em 2009 e 2010 e centro do esquema tático de Sergio Batista, baseado no usado por Pep Guardiola no Barcelona para deixar o camisa 10 à vontade. Nascido em Cuiabá e filho de uma boliviana, Edivaldo teve uma bela ajuda de Banega para fazer o primeiro gol do torneio: após toque de calcanhar do camisa 7 da Bolívia, o volante argentino deixou a bola passar entre as pernas, quase em cima da linha. O brasileiro tem o apelido "Bolívia" e atualmente joga no Naval, de Portugal, depois de já ter passado por Atlético-PR e Figueirense.
A Argentina, que não conquista um título com sua seleção principal desde 1993 (Copa América), volta a campo na próxima quarta contra a Colômbia, em Santa Fé, às 21h45m (de Brasília). A Bolívia vai pegar a Costa Rica na quinta, às 19h15m (de Brasília). Neste sábado, os colombianos encaram os costarriquenhos às 15h30m (de Brasília). Todas as partidas têm transmissão ao vivo do GLOBOESPORTE.COM.
Esquema à la Barcelona não funciona
Antes de a bola rolar, os argentinos exaltaram Carlitos Tevez nas arquibancadas. O ex-corintiano foi o mais aplaudido quando as escalações apareceram no telão, superando Messi. O nome do camisa 11 também era o preferido nas bandeiras dos torcedores. Na tribuna de honra, o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, via a festa perto de Evo Morales, presidente da Bolívia.
Empurrado pela torcida, o time de Sergio Batista começou pressionando. Com Lavezzi pela direita, Tevez na esquerda e Messi pelo meio, os argentinos ocupavam o campo de ataque e deixavam poucos espaços para a Bolívia, que só se preocupava em marcar. Mas os hermanos não conseguiam chutar a gol.
Aos poucos, o esquema à la Barcelona parou de funcionar - onde estava a troca de passes perfeita do time de Pep Guardiola? - e os bolivianos conseguiram chegar perto da área adversária. Aos 12, Marcelo Moreno cobrou falta com perigo, mas Romero defendeu. Dez minutos depois, Edivaldo arriscou de longe e obrigou o goleiro a defender de novo.
Os sustos acordaram a Argentina. Mesmo sem apresentar um futebol envolvente e sofrendo com a marcação adversária, Messi comandava as jogadas de ataque dos donos da casa. Aos 25, Lavezzi entrou bem pela direita e bateu cruzado, para fora. Aos 30, o camisa 10 driblou um rival e chamou a marcação de outros dois, deixando Tevez sozinho pela esquerda, mas o craque do Manchester City chutou para a defesa de Arias.
Empenhado em conquistar definitivamente o coração da torcida argentina, Messi também fazia questão de demonstrar raça. Aos 35, o melhor do mundo trocou empurrões com Raldes e os dois chegaram a encostar as cabeças enquanto discutiam.
Banega falha, Messi some e Agüero salva
Após o intervalo, Batista colocou mais um atacante em campo: tirou Cambiasso e escalou Di María. Mas quem "sumiu" do campo foi Messi, apagado nos 45 minutos finais. Quem balançou a rede logo foi a Bolívia, no segundo minuto da etapa final: Robles cobrou escanteio, Edivaldo pegou de calcanhar, a bola passou por baixo da perna de Banega, que estava quase em cima da linha, e entrou. O primeiro gol da Copa América de 2011 foi do brasileiro naturalizado boliviano, com uma bela ajuda do volante argentino.
O 1 a 0 no placar deixou o time da casa nervoso. Principalmente Lavezzi. O atacante levou um cartão amarelo aos dez depois de empurrar e fazer falta feia em Campos – poderia até ter levado o vermelho. Pouco depois, o jogador do Napoli deu uma bela arrancada do meio do campo até a linha de fundo, mas se atrapalhou na hora de cruzar e isolou a bola.
Na base da vontade, a Argentina tentava pressionar. Aos 14, quase saiu o empate: Messi chutou com estilo, de virada, Arias defendeu, bola bateu na cabeça de Gutiérrez e saiu rente ao travessão. Em um contra-ataque aos 20, a Bolívia ficou bem perto de fazer 2 a 0, mas o ex-cruzeirense Marcelo Moreno falhou a chance que poderia "matar" o jogo: o atacante do Shakhtar entrou sozinho na área e tentou driblar Romero, mas o goleiro salvou, Moreno insistiu e chutou em cima do goleiro.
Enquanto a torcida local vaiava os hermanos, Mascherano achou Di María pela esquerda, entre a zaga, e o jogador do Real Madrid chutou rente à trave esquerda aos 21. Com pressão, mas sem chutes a gol, Batista mexeu: tirou Lavezzi e colocou Agüero. A mudança deu certo. Aos 30, o genro de Diego Maradona fez um golaço para empatar em 1 a 1: após cruzamento da esquerda de Rojo, Zanetti ajeitou com o peito e o "Kun" acertou uma bomba de primeira, de canhota, sem defesa.
A presença do atacante do Atlético de Madri mudou a Argentina. Três minutos depois do gol, Agüero deu um biquinho que obrigou Arias a salvar a Bolívia, e no rebote Di María chutou por cima. A torcida "acordou" e voltou a apoiar em massa os donos da casa. A pressão continuou, mas o gol não saiu. Faltava alguma coisa. Faltava Messi.
ARGENTINA 1 X 1 BOLÍVIA
Romero, Zanetti, Gabi Milito, Burdisso e Rojo; Mascherano, Cambiasso (Di María) e Banega; Lavezzi (Agüero), Messi e Tevez. Arías, Alvarez, Raldes, Rivero e Gutiérrez; Robles, Joselito Vaca (José Luis Chávez), Flores e Campos (Arce); Marcelo Moreno e Edivaldo Rojas (Ruddy Cardozo).
Técnico: Sergio Batista. Técnico: Gustavo Quinteros.
Gols: Edivaldo, aos 2 do segundo tempo; Agüero, aos 30 do segundo tempo
Cartões amarelos: Tevez, Lavezzi (Argentina), Flores, Gutiérrez, Chávez, Flores (Bolívia)
Estádio: Ciudad de La Plata. Data: 01/07/2011. Árbitro: Roberto Silvera (Uruguai). Assistentes: Miguel Nievas (Uruguai) e Luis Alvarado (Equador).
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