A nova gestão do Flamengo vive sua primeira crise nos bastidores da Gávea. Em meio a uma auditoria da Ernst&Young sobre as finanças do clube e mudanças de procedimentos, a reorganização interna provocou um racha entre o vice-presidente do Fla-Gávea e ex-vice de finanças de Marcio Braga, José Carlos Dias, e o diretor executivo do departamento, Clément Izard. Segundo o GLOBOESPORTE.COM apurou, José Carlos Dias pediu a demissão de Clément ao vice-presidente de Administração e TI, Cláudio Pracownik, que não aceitou. Diante disso, Dias decidiu sair. A reportagem teve acesso a um e-mail enviado a um grupo de discussão com membros da diretoria em que José Carlos Dias renuncia após a manutenção do diretor.
"Não existe a possibilidade de ele continuar trabalhando comigo. O rapaz não tem educação, maltrata os funcionários e se acha acima de todos. Arrogante demais. Não respeita decisões, hierarquia, etc. Entretanto, alguns podem exigir para que ele fique. Neste caso, terão que escolher: José Carlos ou Clément", diz o e-mail.
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Segundo uma fonte ligada à administração do clube, a demissão da irmã do antigo vice do Fla-Gávea Cacau Cotta foi o estopim da crise entre Dias e Clément. Durante a tarde, um ex-chefe de torcida com relações com Cacau chegou a postar em sua conta no Facebook que Clément seria demitido. O relacionamento entre Dias e Cacau, contudo, estaria estremecido, e o racha seria relacionado a outras posições de Clément.
A demissão da irmã de Cacau seria também a motivação do episódio no intervalo da partida entre Flamengo e Botafogo, neste domingo. Clément registrou queixa no Juizado Especial Criminal (Jecrim) do Engenhão acusando Cacau de agressão a socos e pontapés no intervalo do clássico. O clube emitiu uma nota oficial suspendendo Cacau (veja aqui). Policiais que estavam no Jecrim relataram que Clément acusou Cacau de tê-lo agredido e que a motivação seria justamente a demissão de parentes. Ele apresentou duas testemunhas, sendo uma que trabalha para o Flamengo, e um torcedor que presenciou a cena.
Sobre a suspensão e as acusações de Clément, Cacau Cotta afirmou:
- Ele (Clément) vai ter que provar que fui eu. Não exite frustração. Minha irmã era funcionária do Flamengo como qualquer outro, ganhava R$ 1.500. Ela era a única pessoa da minha família que trabalhava no clube. O salário dela representa apenas 10% do que alguns diretores estão ganhando hoje. Foi agredida verbalmente por ele quando ela foi se apresentar. Ele tem que provar que eu o agredi. É a primeira coisa. Número dois: se dois sócios do clube tiverem um desentemiento na praia da barra, num jogo de beach soccer, em que artigo do estatudo eles irão imputar? O artigo 60 só trata da liminar. Não me imputa nenhuma indisciplina. Teria que ser dentro do clube. Não foi nem provado que agredi alguma pessoa. Isso é uma arbitrariedade. Apesar de respeitar a atual diretoria, o presidente, todos os vice-presidentes, e admirar o atual trabalho, fico triste de que todos os meus serviços prestados ao clube de forma voluntária sejam arbitrariamente julgados, sem que eu possa me defender, apenas acreditando na palavra de um funcionário recém-contratado. Me parece mais uma atitude política do que propriamente estatutária. Espero bom senso, que as pessoas que estão no comando do clube revejam essa decisão - afirmou.
Questionado sobre sua presença no jogo entre Flamengo e Botafogo, Cacau não confirmou, mas também não negou.
- O ônus da prova é de quem acusa.
Cacau postou em seu Facebook uma foto com sua família - que teria sido tirada às 21h30m de domingo, o jogo terminou por volta de 20h30m. Mais cedo, porém, na mesma conta, ele publicou o seguinte post: "A caminho do Engenhão, vai pra cima deles Mengo!". Esta mensagem foi publicada por volta de 17h30m, uma hora antes do início do clássico.
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