26 de nov. de 2013

Receitas: Fla e Santos crescem, Corinthians desaba em 2013

A divulgação de mais um balanço trimestral do Flamengo na noite de ontem revelou elementos interessantes sobre a situação financeira do clube. Após um ano de severas dificuldades pela herança da diretoria anterior, eis que o bom fim de temporada veio coroar a filosofia austera implantada desde os primeiros meses de 2013:
No exercício encerrado em 30 de setembro de 2013, o Flamengo apresentou crescimento de 24% em sua receita operacional bruta, saltando de R$ 141.839.512 para R$ 176.301.610. Sendo assim, é provável que o rubro-negro supere com folga a arrecadação total de 2012, que bateu R$ 212 milhões – a quarta maior do Brasil. Fruto do avanço à final da Copa do Brasil, parte do boom de consumo da torcida (associação ao sócio-torcedor, venda de camisas, etc) se deu após o período avaliado. Com isto e as premiações em caso de título, as receitas do Flamengo ultrapassariam R$ 250 milhões em 2013.
Entre as contas principais, apenas o repasse de direitos federativos apresentou queda acentuada, de R$ 11,4 milhões para R$ 4,2 milhões. As demais deram um salto, especialmente a conta de bilheteria: saiu de R$ 7,9 milhões para R$ 18,7 milhões – acréscimo de 136%. Direitos de transmissão subiram (de R$ 67,3 milhões para R$ 84,9 milhões), assim como a arrecadação do Marketing (de R$ 26,9 milhões para R$ 39,4 milhões). A decepção ficou por conta do sócio-torcedor: ainda que lançado apenas em março e com decolagem recente, os R$ 4,3 milhões ficaram muito abaixo das projeções elaboradas pelo próprio Flamengo.
Um adendo: despesas operacionais se mantiveram sob controle, com ligeiro aumento com pessoal (salários e encargos) e queda dos serviços de terceiros (direitos de imagem, comissões e honorários). Já as despesas financeiras dobraram de valor, saindo de R$ 16,2 milhões para R$ 30,3 milhões. Isto reflete o pagamento de juros, multas e encargos sobre o recolhimento recorde de tributos.
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Outro que tem por hábito divulgar balanços parciais ao longo de um exercício é o Corinthians. O último, com data de corte em 31 de agosto de 2013 (um mês antes do Flamengo), escancarou o ônus de se viver o “ano seguinte ao melhor da história”. Vejamos:
A receita operacional bruta do alvinegro caiu de R$ 310,9 milhões para R$ 196,7 milhões – redução de 36% que, em termos absolutos, representa expressivos R$ 114,2 milhões. Apenas o repasse de direitos federativos cresceu – muito por conta da negociação do volante Paulinho ao Tottenham. Patrocínios foram quase à metade, saindo de R$ 64,6 milhões para R$ 39,9 milhões. Já o televisionamento despencou: de R$ 153,7 milhões para R$ 73,1 milhões. De fato, os números da TV soavam irreais em 2012, atingindo agora um patamar próximo à fatia que se atribui ao Corinthians. Por fim, o Fiel Torcedor não vai bem: ultrapassado pelos projetos de Flamengo e Cruzeiro, é o que mais perdeu associados ao longo do ano.
Mesmo com todos os problemas, o Corinthians segue num patamar diferenciado em comparação à média. Se o ritmo até agosto for mantido, serão quase R$ 300 milhões em 2013, ainda suficientes para a manutenção da hegemonia financeira. Mas a queda comparada a 2012 – mais de R$ 60 milhões – pode fazer com que São Paulo ou Internacional destronem o clube pela primeira vez em anos.
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Enquanto o viés oposto das receitas flamenguistas e corintianas é claro, o mesmo não se pode dizer doSantos, que vive antagonismo entre curto e longo prazos:
Em demonstrações relativas ao primeiro semestre, o Peixe arrecadou R$ 98,8 milhões, mais que os R$ 81,6 milhões do ano anterior. Mas a base foi uma só: o repasse de direitos federativos do craque Neymar, responsável por boa parte dos R$ 30,4 milhões contabilizados. Muitas outras contas apresentaram queda, como bilheteria, publicidade ou receitas diversas. Assim, embora seja provável que os santistas superem os R$ 197 milhões de 2012, o desafio reside na reinvenção do clube após abrir mão da visibilidade trazida pelo craque do Barcelona e da Seleção.
Um grande abraço e saudações!

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