Marilisy, namorada de Marcelo Moreno (Foto: Nelson Veiga / Globoesporte.com)
Dentro de um apartamento na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, a tatuagem no pé entrega: a paixão é pelo tricolor. Carioca? Nada. Aquele azul, preto e branco. Do Sul. Gaúcho. O amor tão forte, mostrado na própria pele, é pelo Grêmio. E é neste mesmo apartamento que o atacante Marcelo Moreno, do Flamengo, passa seus dias entre treinos, jogos e viagens. Erro? Coincidência? Coração dividido. É assim que Marilisy Antonelli, namorada do jogador, vive. Entre a torcida pelo time e a torcida pelo companheiro.
Por sorte - ou não -, as equipes não se encontraram na final da Copa do Brasil (os gaúchos acabaram eliminados pelo Atlético-PR nas semifinais). A representante do Grêmio no Musa do Brasileirão 2011 garante que "surtaria". Algo que, assegura, já estava sentindo antes mesmo de se definirem os finalistas. O nervosismo entre as duas paixões tornou-se uma constante neste ano, quando Moreno chegou à Gávea emprestado. De jogador do seu time, passou a ser adversário. Foi o que Marilisy viveu no fim de agosto, quando as equipes se enfrentaram no Mané Garrincha, pela 16ª rodada do Brasileirão. Vitória por 1 a 0 do clube do coração. Derrota por 1 a 0 do clube do namorado.
- Fico muito dividida. Quero que o Marcelo vá bem, mas quero que o Grêmio ganhe também. É bem difícil. Talvez torça por empate sempre... O coração fica muito dividido mesmo - conta, em conversa com o GLOBOESPORTE.COM, apostando ainda com quase certeza na conquista do Flamengo da Copa do Brasil: - Eu quero o Grêmio na Libertadores. O Flamengo com certeza vai estar. Tenho certeza que o Fla vai conquistar a Copa do Brasil e o Grêmio vai continuar no G-4.
Marilisy no apartamento do casal na Barra da Tijuca (Foto: Nelson Veiga / Globoesporte.com)
Pela 35ª rodada do Nacional, as equipes voltaram a duelar. Novamente, uma vitória gremista, por 2 a 1. Desta vez, porém, Marcelo não estava em campo. Ao lado da namorada, acompanhou a partida em um dos camarotes da Arena.
Agora, a indefinição norteia a vida do casal. Com um apartamento alugado e com vencimento para o fim de dezembro, não sabem se renovam, procuram um novo, ou se apenas o abandonam. Isso porque o contrato de empréstimo com o Flamengo vai até 31 de dezembro e o rubro-negro ainda não se posicionou sobre a permanência ou não do boliviano. O vínculo com o Grêmio se estende por mais dois anos, para onde o atacante pode retornar em 2014.
Não há, no entanto, nenhuma "preferência" por parte nem de Moreno nem de Marilisy. A loira, aliás, prefere não se estender no assunto, uma vez que diz respeito apenas ao atleta. Mesmo assim, admite que gostaria de vê-lo vestindo novamente a camisa do seu time.
- Eu prefiro o que ele quiser. É algo muito íntimo dele. Ele é feliz aqui. Nos receberam super bem. Realmente não sei o que ele pensa. Mas sou gremista e, claro, queria que ele voltasse - diz.
Contratado para ser artilheiro do Flamengo na temporada, Moreno até brilhou no começo da sua passagem pelo rubro-negro. Depois, porém, sofreu com lesões e convocações, que abriram espaço para Hernane reassumir seu posto na equipe - foi sacado do time mesmo após ser o goleador do Estadual. Agora, vê do banco de reservas as atuações de seus companheiros. Nem por isso Marilisy deixa de acompanhar o jogador. Vai a quase todas as partidas no Maracanã. E agradece o carinho que recebe por parte do torcedor.
Marilisy namora há dois anos com Marcelo Moreno (Foto: Nelson Veiga / Globoesporte.com)
Carinho, aliás, que é tanto que chegam a confundí-la com outra mulher de flamenguista. No caso, Camila, esposa de Léo Moura. Fato que rende risadas à musa.
- Chego no Maracanã e pessoal pede até para tirar foto comigo. Alguns me confundem com a Camila, mulher do Léo Moura. Eu digo: 'Gente, eu não sou a mulher do Léo Moura, eu sou a Marilisy'. E eles dizem: 'Ai, a musa do Marcelo! Pode tirar uma foto aqui também'. Acho engraçado. É tipo, não tem tu, vai tu mesmo... - ri.
O começo, há dois anos
De mera torcedora das arquibancadas, Marilisy tornou-se Musa do Grêmio. Foi eleita a mais bela e passou a representar o tricolor no concurso Musa do Brasileirão. Mesmo ao fim da competição de beleza, a jovem seguia sendo parte do clube. Participava de ações, de programas, concedia entrevistas... Foi em uma destas entrevistas que Moreno - apresentado no clube em dezembro de 2011 - avistou-a pela primeira vez. E encantou-se.
Começaram a se falar no próprio estádio Olímpico, estendendo a amizade para fora dos gramados. Somente depois é que iniciaram o romance. O tempo de relacionamento é quase uma incógnita. Nenhum dos dois contam as datas exatas. Mas há a garantia de que se passaram quase dois anos. O importante é a vida que passaram a ter juntos.
Em maio, o boliviano deixava Porto Alegre. Lá, ficava também Marilisy, que aguardou o fim do semestre para mudar-se ao Rio de Janeiro. O motivo? Finalizava o seu TCC em uma faculdade de Direito na capital. Um outro também a impediu de seguir rapidamente seus impulsos. A "bronca" do pai com o relacionamento com um jogador de futebol.
- A minha mãe sempre me apoiou bem, mas meu pai foi um pouco mais duro. Ele surtou quando soube que eu estava namorando um jogador de futebol. Ele me ligou, dizendo: 'Não crio filha pra namorar jogador de futebol'. Disse que eu precisava 'colocar a cabeça no lugar', porque jogador de futebol tem aquela fama, né... Mas agora ele adora o Marcelo. Se dão super bem. Ele é muito diferente dos outros jogadores - revela.
Marilisy com a tatuagem em homenagem ao Grêmio (Foto: Nelson Veiga / Globoesporte.com)
Maria-chuteira?
Como é de costume entre as mulheres de jogadores, qualquer comentário ou imagem divulgada é motivo para ser chamada de "maria-chuteira". Para Marilisy, a alcunha não a incomoda. Que a chamem. Sabe que, no fundo, não é.
- Nunca dei bola para o que as pessoas pensavam. Ninguém sabe o momento que estou vivendo, ninguém paga as minhas contas. O importante é quem me ama, minha família. O resto... As pessoas acham que vida de jogador é só glamour, que é status. E não é bem assim. Tudo o que eu tenho com o Marcelo, eu já tinha na minha família, nunca precisei nada dele - afirma.
Viver com um jogador ainda mudou a forma como enxerga o futebol. Passou a compreender o que se passa além das chuteiras. E de torcedora, passou a "psicóloga". Citou até o exemplo de Alexandre Pato para mostrar como seu pensamento mudou. Após 180 minutos sem que Grêmio ou Corinthians balançassem as redes, uma das quartas de final da Copa do Brasil foi decidida nos pênaltis. Na última cobrança, o atacante chutou direto para as mãos de Dida, vendo o adversário se classificar.
- Depois que tu começa a te relacionares com um jogador, passa a entender que o jogo é muito mais do que aquilo que a gente vê em campo. Como quando o Pato errou aquele pênalti... Se fosse um jogador do meu time, ia querer matar. Mas, hoje, eu olho e penso: 'tadinho'. Mas o povo pensa que 'joga futebol todo dia', 'ganha um dinheirão', então tem a obrigação de acertar. Imagina para o cara também? Treina todo dia e erra? É frustrante demais pra ele. Mudou muito minha concepção sobre futebol - analisa.
A carreira, o futuro...
Por ora, Marilisy não conta com outra preocupação que não seja cuidar de Marcelo Moreno. E de Valentino, o cachorro do casal. O pequeno pug, de cinco meses, foi comprado justamente para que a gaúcha não se sentisse sozinha longe de casa. Fora isso, as atividades são poucas. Idas ao supermercado, academia, praia... E estudos para a prova da OAB, que será realizada em dezembro.
Ainda não sabe se seguirá a carreira de Direito. Pensa em cursar outra faculdade. Talvez, Jornalismo. Mesclar os estudos com o retorno da modelagem, abandonada nos últimos meses. As decisões ficarão apenas para 2014.
Certeza, há apenas uma: a de que estará ao lado de Moreno aonde quer que ele vá. Seja Rio de Janeiro, Porto Alegre ou outra cidade.
- Acompanharei ele aonde for. Agora já foi, né... (risos) - brinca.
Marilisy Antonelli se divide entre Grêmio e Flamengo (Foto: Nelson Veiga
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