A Odebrecht, construtora responsável pelas obras da Arena Corinthians, e diretor do estádio, Andrés Sanchez, se manifestaram na tarde desta quarta-feira para explicar o acidente que matou dois operários: Fabio Luis Pereira, 42 anos, motorista e operador, e Ronaldo Oliveira Santos, 44 anos, montador. Fábio estava em seu horário de descanso e cochilava no caminhão, que acabou ficando sob os escombros. Ronaldo também cochilava em um túnel.
- É com muita tristeza e lamentação que comunicamos o falecimento de dois operários. Estamos todos tristes. Queria que vocês entendessem a dor que estamos sentindo. Vamos dar toda assistência às famílias. Estamos disponíveis para tudo que elas necessitarem. Um operário estava no caminhão e o outro estava na hora de descanso deitado, cochilando em um túnel e não teve tempo de sair, ele sabia que não era para estar lá - disse Andrés.
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Sanchez relatou como recebeu a notícia do acidente, já que estava na obra na hora da tragédia. E prefere não tirar conclusões precipitadas.
- Eu estava no momento do acidente. Eu ia até um pouco mais perto para ver a peça. A segurança da construtora não me deixou passar. E comecei a ouvir o barulho. Qualquer acidente com vitima é grave. Apesar dos cuidados, fatalidades existem. Se cedeu, se caiu, a perícia é quem vai dizer. Ainda não temos condições de falar.
Andrés também não quer pensar em prazo de entrega do estádio, que será o palco do jogo de abertura da Copa de 2014, dia 12 de junho. O acidente pode comprometer a entrega do estádio à Fifa. A data acordada atualmente é janeiro do ano que vem.
- Não quero saber de Fifa, de nada aqui, estou é preocupado com as famílias. Por mais que façamos algo, os operários mortos não voltam, mas o que pudermos fazer para amenizar tanta dor será feito. Tivemos duas vítimas, que é como se fossem milhões para nós, mas mais ninguém com arranhões.
Frederico Barbosa, gerente operacional da Odebrecht, tratou ainda de esclarecer que o restante da construção não foi comprometido com o acidente. A interdição emergencial engloba 30% da obra, justamente no local do acidente e seus arredores.
- A estrutura não sofreu nenhum comprometimento. Houve danos em uma parte do prédio, mas nada que comprometa a segurança da estrutura.
Andrés disse que este não é o momento de falar sobre prazos de retorno das atividades ou até de entrega da obra.
- Esse momento nós não estamos nem pensando nisso. O que menos estamos preocupados é com prazo, com cronograma. O que causou o acidente as autoridades vão investigar nos próximos dias e falar oficialmente. Mas não afetou nada de estrutura. Se cedeu, se caiu, a perícia é que vai dizer. Ainda não temos condições de dizer.
A fatalidade se deu porque três estruturas metálicas caíram na parte traseira do estádio em construção, nesta quarta-feira. Elas foram atingidas por um guindaste que estava colocando a última treliça, de 500 toneladas, sobre o prédio leste. O painel de LED que fica na parte externa do local também foi danificado.
O Corinthians divulgou nova nota oficial decretando luto de sete dias pelo acidente ocorrido no início da tarde desta quarta-feira, na Arena Corinthians, em Itaquera. Os funcionários
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O guindaste que caiu era considerado o maior do Brasil, com 114 metros de altura e com capacidade de suportar 1.500 toneladas, como mostrou reportagem do GloboEsporte.com em agosto de 2012. Frederico Barbosa lembrou disso na coletiva, esclarecendo que o acidente não deve ter acontecido por excesso de peso no guindaste.
- A operação estava correta, o guindaste içou a peça, era parte do procedimento, não foi feito nada fora do que estava programado. Esperamos o momento ideal para a operação, tinha parado de chover, as condições estavam boas. Agora vamos esperar a perícia para uma resposta correta. Este guindaste tem capacidade para um peso três vezes superior.
Corpo de uma das vítimas é carregado pelos homens do resgate (Foto: AFP PHOTO/LANCEPRESS
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