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Com apenas 18 anos, Cristiano Ronaldo viveu sua maior decepção no futebol. Era a primeira vez que defendia a seleção principal de Portugal em uma grande competição, a Eurocopa de 2004. Os portugueses jogavam em casa, mas perderam a final para a Grécia. Passaram-se 12 anos e, nesse período, o filho mais célebre da Ilha da Madeira virou um dos melhores jogadores do mundo e ganhou títulos defendendo dois dos mais importantes clubes da Europa (Manchester United e Real Madrid). Entretanto, ainda há um vazio: um título com a seleção lusa.
A lacuna poderá ser preenchida na Euro 2012, que será disputada a partida do dia 8 de junho na Polônia e na Ucrânia. O garoto virou homem, capitão, líder e referência de uma equipe que deposita abertamente todas as suas fichas em seu astro.
- O Ronaldo é decisivo na seleção desde que entrou em 2004, é a nossa maior bandeira, mas esperamos que o momento mais marcante ainda esteja por vir - afirmou o goleiro Eduardo, que também defenderá Portugal na Euro, em entrevista por e-mail ao GLOBOESPORTE.COM.
Os portugueses acreditam que a experiência fará com que o capitão tenha uma importância ainda maior durante a Eurocopa.
- Agora tem um papel de muito maior relevo, do que em 2008, quando recebeu a braçadeira. Os colegas respeitam-no mais, pois é também já um dos mais velhos. Exerce perfeitamente o papel de líder deste grupo. Dá a cara por eles, tanto em coletivas de imprensa como também em qualquer polêmica que surge - explicou o jornalista Gonçalo Lopes, do jornal "Diário de Notícias".
Cristiano Ronaldo orienta os companheiros: atacante virou um líder respeitado no vestiário (Foto: Reuters)
Mundos diferentes
A temporada 2011/2012 serviu para confirmar uma característica que ficou mais evidente desde que Cristiano Ronado transferiu-se para o Real Madrid: o atacante virou uma máquina na artilharia. Em março, CR7 chegou à marca de 100 gols no Campeonato Espanhol em apenas três temporadas com o Real, terminando a última edição da competição com 46, superando a faixa dos 40 pela segunda vez consecutiva - um feito inédito na Espanha. Sob a batuta do português, os merengues foram campeões com nove pontos à frente do arquirrival Barcelona.
Na Inglaterra, Ronaldo defendeu o Manchester United por seis temporadas, conquistando nove títulos, incluindo uma Liga dos Campeões e um Mundial de Clubes. A facilidade em fazer gols e conquistar troféus não pode ser refletida na seleção por um detalhe simples, e talvez cruel para os portugueses:
- A única diferença é que Portugal não é tão favorito quando entra numa competição como a Euro ou o Mundial como o Real Madrid é em todas as competições que disputa - admite Eduardo.
Gonçalo Lopes acrescenta:
- Falta essencialmente ter uma equipe valiosa como teve no Manchester United e no Real Madrid. Portugal tem bons jogadores, mas não para poder dizer que é candidata a vencer um Europeu e um Mundial. CR é craque, mas não faz tudo sozinho.
CR7 se prepara para uma cobrança de falta: pose virou uma de suas marcas registradas (Foto: Divulgação)
De jovem individualista a homem de grupo
Foi na seleção, porém, que Cristiano aprendeu algumas das lições mais valiosas de sua carreira. Na Eurocopa de 2004, por exemplo, o atacante teve que lidar com a pressão de defender seu país em casa. E saiu-se bem, mesmo com a dramática derrota na decisão.
- O Europeu de 2004 foi o grande momento dele com a seleção. Com 18 anos mostrou logo o seu valor. Nas competições seguintes, infelizmente, apareceu quase sempre com queixas físicas - disse o jornalista português.
Na Copa do Mundo de 2006, Ronaldo foi criticado por causa de um incidente que culminou com a expulsão de Wayne Rooney, companheiro no Manchester United. O inglês acertou uma pisada em Ricardo Carvalho, Ronaldo reclamou com o árbitro, que confirmou o cartão vermelho. Em seguida, Cristiano foi flagrado pelas câmeras piscando para o banco de reservas, como se sua manifestação tivesse sido fundamental para a expulsão. Acabou virando vilão tanto em Portugal quanto na Inglaterra.
Além da polêmica, o estilo de jogo e o forte apelo midiático lhe renderam uma fama que foi difícil de ser superada. Nada que o tempo não se encarregasse de mudar.
- Sem dúvida alguma o que mais mudou nele foi a maturidade. Quando chegou ao grupo tinha aquela pinta de jogador individualista, jogava para ele e para o espetáculo. Agora é um jogador de equipe - garantiu Gonçalo.
Atacante tentará conquistar, na Euro, seu 1º título com a seleção portuguesa (Foto: EFE)
O líder Cristiano Ronaldo
Carlos Queiroz deixou de ser auxiliar de Alex Ferguson no Manchester para assumir o comando da seleção portuguesa em 2008 após mais um fracaso luso em Eurocopas. A equipe foi eliminada nas quartas, e Ronaldo fez apenas um gol. Com a chegada de Queiroz, virou o capitão por causa do status de melhor jogador do mundo. O respeito dentro do vestiário, todavia, foi conquistado pelo atacante fora das quatro linhas. Na Euro deste ano, o jogador terá o total apoio e respeito dos companheiros.
- A frontalidade é a principal característica como capitão. Apesar de muitos o criticarem por tudo o que fala e da forma que o faz, os colegas estão do lado dele e veem nisso um sinal de força por parte de Ronaldo - disse Gonçalo Lopes.
O goleiro Eduardo acredita que a ambição seja a característica fundamental para que o capitão motive o restante do grupo:
- É um vencedor nato, odeia perder e nunca está satisfeito. Ele exige sempre mais e
mais, a começar por ele próprio.
mais, a começar por ele próprio.
Curiosidades
O nome Ronaldo é uma homenagem a Ronald Reagan, que era o ator favorito do pai do jogador, e acabou tornando-se presidente dos Estados Unidos. As maiores paixões de CR7 são os carros. Já gastou mais de 2 milhões de euros em carrões esportivos. A última compra foi um Lamborghini Aventador, que no Brasil é vendido a R$ 2,8 milhões.
Cristiano tem um filho nascido em 2010. O atacante faz questão de esconder qualquer informação sobre o menino, inclusive quem é a mãe. A única "informação" conhecida é o apelido Cristianinho.
Lamborghini Aventador, o novo brinquedo do craque português (Foto: Divulgação
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