Como jogador, Zinho dispensa apresentações. Esteve com a seleção brasileira na conquista da Copa do Mundo dos Estados Unidos, em 1994 e, entre outros títulos, venceu quatro vezes o Campeonato Brasileiro, além da Copa União de 1987. Há pouco menos de um mês, Zinho assumiu o cargo de diretor de futebol do Flamengo e já foi obrigado a lidar com algumas crises, a maioria envolvendo o principal jogador do clube,Ronaldinho Gaúcho. Em entrevista exclusiva ao "Globo Esporte", Zinho, de forma objetiva, disse que o craque, assim como todo o grupo, não está jogando tudo que pode apresentar. (Confira a entrevista completa no vídeo ao lado.)
- Hoje, o momento do Ronaldo... a gente não vai aqui ficar tapando o sol com a peneira, ele não está jogando bem, mas assim como a equipe, que ainda não jogou o melhor que pode jogar - disse Zinho.
O dirigente afirmou que o Flamengo está de olho no mercado, mas sabe a dificuldade de trazer um jogador que chegue para ser titular. Um nome com esse perfil seria o do atacante Adriano, que está se recuperando com o apoio de médicos disponibilizados pelo clube. Mas Zinho também é reticente quando o assunto é o Imperador e não garante sua volta.
- Eu apoio ajudá-lo na recuperação. Mas acredito que é uma oportunidade que ele tem que agarrar como se fosse a última da vida dele. A partir do momento que ele estiver inteiro, que o nosso médico e fisioterapeuta que o clube colocou à disposição dele digam que ele está apto a jogar, podemos até sentar. Se for pedido isso para mim, porque até o momento ninguém pediu nada. Mas se for o caso da presidente do clube, que é a chefe, falar comigo "quero que sente com o Adriano", vou sentar, vou escutar, vou colocar as regras. Ser der tudo certo, podemos dar uma chance a ele. Não estou aqui dizendo que isso vai acontecer - comentou Zinho.
Perguntado sobre a comissão técnica, Zinho diz que teve pouca participação na formulação, já que ela foi montada antes de sua chegada, mas reforça a importância de se dar tempo aos profissionais para desenvolver um trabalho de qualidade.
- Eu fui convidado para um trabalho, sabia que esse plantel já estava 90% definido, e a comissão técnica estava contratada. Eu não tinha tido ainda a possibilidade de trabalhar com o Joel. Está sendo um início de trabalho. Como eu falei, aceitei o convite sabendo que a comissão técnica era essa, então, eu quis trabalhar com essa comissão técnica. Eu não tenho do que reclamar. Eu sabia que era assim e aceitei. Então, não vou ficar dando desculpa, mas realmente a gente precisa de tempo para trabalhar - afirmou o dirigente.
Perto de completar 45 anos de idade e cinco de aposentadoria dos campos, ele garante que se preparou para a vida fora de campo e que a proximidade com a rotina do futebol ameniza a saudade.
- Eu me preparei muito bem para isso. Primeiro, desculpe a modéstia, mas eu ganhei o que tinha que ganhar como jogador. Para mim foi tranquilo, mesmo porque eu viajo com o time, eu estou no estádio, eu estou no jogo, eu estou na conversa com a comissão técnica. Eu não estou chutando a bola, mas eu estou dentro do futebol, que é o meu amor, a minha paixão, é o que eu vivi a minha vida toda - finalizou Zinho.
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