Jorginho praticamente viu Mattheus nascer. Nos Estados Unidos, parabenizou o amigo Bebeto por mais um filho, dias antes das quartas de final contra a Holanda pela Copa do Mundo de 1994. Quase dezenove anos depois, o bebê embalado pelo ex-atacante ao lado de Mazinho e Romário agora é comandado pelo ex-lateral. A relação de treinador e jogador por pouco não aconteceu por conta de uma negociação quase concretizada com o Juventus, da Itália. A renovação de contrato do meia, no entanto, abriu o caminho e o técnico não esconde o carinho e a preocupação para que o jovem faça com a camisa do Flamengo tudo que se espera dele.
Assim que decidiu não aguardar mais uma proposta formalizada dos italianos – que queriam esperar até junho para que o atleta assinasse um pré-contrato -, Mattheus foi reintegrado ao elenco. Por meses, o jovem treinou separado e não entrou em campo pelo clube ainda este ano. Jorginho demonstra empolgação com o jogador, mas prega calma e não o relacionará para os primeiros jogos do Brasileirão.
- Tivemos uma leva de jogadores que vieram do juniores e foram obrigados a dar certo muito rápido. Tudo isso atrapalha muito, a pressão. Até mesmo pelo Mattheus ser filho de quem é. Existe uma pressão redobrada sobre esse atleta. Ele vai ser trabalhado. O Flamengo é realmente o merecedor de usufruir a qualidade desse atleta. É o clube formador, e nada melhor que ele estoure aqui. Temos que ter paciência, não vai ser de uma hora para outra. Futebol é muito dinâmico. Pode acontecer ou não. Temos que dar tempo ao tempo. Vamos trabalhar para que ele se torne um grande jogador.
Para muitos, a chegada de Jorginho teria sido importante para que Mattheus e Bebeto repensassem a decisão de deixar o Flamengo. Não foram poucas as oportunidades em que jogador e treinador conversaram longamente em particular. Se a opinião do amigo do pai pesou ou não, ninguém sabe, mas o ex-lateral deixa claro que expôs para o meia o cenário que encontraria indo tão cedo para Europa.
- Quando cheguei, ele já tinha definido a questão do Juventus. Falei que que às vezes queimamos etapas na vida e é preciso ter um pouco de paciência. É um jogador extremamente qualificado, que precisa ainda de dinâmica de jogo maior e ser trabalhado. Falei da dificuldade que ele enfrentaria na Itália. É um futebol muito tático, muito forte, e seria bom se ele permanecesse. A coisa acabou não acontecendo. Não sei se houve algum peso o que eu falei, mas é um jogador que precisamos trabalhar.
Aos 18 anos, Mattheus já fez 12 jogos pelo Flamengo entre os profissionais, três como titular e nove entrando no decorrer, todos em 2012
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