Com o Rio de Janeiro carente de estádios para receber os jogos do Campeonato Brasileiro, o Flamengo se vê obrigado a mandar suas partidas em outras praças. Em consequência disso, o elenco Rubro-Negro começa a se acostumar a passar mais tempo concentrado em hotéis, com os outros companheiros, do que com os próprios familiares. Assim, a convivência cria um laço mais forte entre os jogadores e alguns vão tomando a liderança quando o assunto é provocação. É o caso do goleiro Felipe, que, como o ditado, perde o amigo, mas não perde a piada.
Durante as longas concentrações, sem muita escolha, o jeito é passar o tempo da maneira que dá. Enquanto uns escolhem o carteado e outros o videogame, há quem siga a linha musical. Esse é o caso de Elias. Apreciador de samba, o volante é constantemente visto carregando e tocando o seu cavaquinho. O problema é que se com a bola nos pés, o jogador sabe fazer dar o tom ao meio de campo do Flamengo, com o instrumento em mãos, desafina. Quem entrega é o camisa 1 rubro-negro:
- O Elias é o meu companheiro de quarto. É uma amizade antiga. Mas o problema é que ele leva o cavaquinho para o quarto e acha que sabe tocar, só que ele não sabe. Ele só sabe uma nota e não toca a nota que sabe - brincou o goleiro Felipe.
E não foi apenas Elias o alvo do goleiro. Com a língua afiada, Felipe aproveitou para tirar um sarro do atacante Rafinha. Quem acompanhou o rachão pôde observar uma troca de papéis no Ninho do Urubu. Enquanto Felipe se aventurava como atacante, chegando até a marcar um gol durante o recreativo, Rafinha tomou posse das luvas do arqueiro e se arriscou na função do colega. A brincadeira com o preparador de goleiros, no entanto, não durou muito tempo, devido à má atuação do atacante, de 1,64m de altura. A novidade fez o arqueiro se lembrar de um jogo curioso da sua carreira.
- Já tive uma experiência ruim em 2006, quando jogava na Portuguesa e fui expulso. Tinha um rapaz, não lembro, acho que era um zagueiro, que nos treinos agarrava bem. Estava 1 a 1, e aos 48 do segundo tempo, ele foi para o gol. Pensei: "No treino, o cara vai bem, vai segurar". Na primeira bola (Felipe faz o gesto de a bola batendo no braço do goleiro tentando encaixá-la), o cara chuta e 'caixa': 2 a 1 para o Atlético-MG. Quando vi o Rafinha, falei que ele é goleiro de botão (risos). A minha calça dava em três dele - contou o camisa 1 rubro-negro, que fazia referência ao zagueiro Santiago.
Ao dar a calça para o atacante, Felipe teve que vestir o short do jogador. E, literalmente, rebolar para conseguir usá-lo.
- O pior que eu tive que usar o short dele. Parecia a Carla Perez quando dançava - afirmou o goleiro que começou a carreira na terra do axé, quando atuava pelo Vitória
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