3 de nov. de 2013

Achei! Da A para a D, Lenílson tenta novo título nacional, agora na PB

lenílson, meia do botafogo-pb, meia lenílson, botafogo-pb (Foto: Lucas Barros / Globoesporte.com/pb)Lenílson atualmente disputa a Série D do Brasileiro
pelo Botafogo-PB. Ele já marcou quatro gols
(Foto: Lucas Barros / Globoesporte.com/pb)
Aos 25 anos, pelo São Paulo, Lenílson conquistou o Brasileirão de 2006. Foi titular em muitas partidas. Titular de um time que se tornaria indiscutível, campeão com nove pontos de diferença para o segundo colocado, o Internacional. Vencedor de um título que entraria para a história como o primeiro dos três que a equipe paulista conquistaria em sequência - e que faria dela a primeira tricampeã consecutiva do Brasil. Eis o meia Lenílson, que andou sumido do cenário nacional, mas que agora, como capitão do Botafogo-PB, pode reviver muitas das emoções de sete anos atrás. É bem verdade que desta vez o palco é a Série D, mas, mantendo as devidas proporções, a conquista seria igualmente histórica para o clube de João Pessoa - que seria o primeiro da Paraíba a ganhar um título nacional homologado pela CBF.
Lenílson, hoje mais maduro, com 32 anos, sabe bem disso. E deixa claro que está encarando a Série D com a mesma seriedade com que enfrentou aquela Série A de 2006. Segundo ele, as divisões podem ser opostas, mas a torcida do Botafogo trata o atual momento como um dos mais importantes de sua história recente. Como se fosse primeira divisão.
- O Botafogo tem uma torcida apaixonada, que vem empurrando o time desde o início. A festa no estádio é sempre grande, e eles querem muito esse título. Isso é algo que nos envolve. Não tem nenhuma peça no elenco que não esteja totalmente focada nesse objetivo - declarou.
Botafogo-PB, Salgueiro, Série D, João Pessoa, Paraíba, Almeidão (Foto: Phelipe Caldas, Globoesporte.com/PB)Para a torcida do Botafogo, a Série D é como se fosse primeira divisão (Foto: Phelipe Caldas)
Para levar o Belo (como o clube pessoense é conhecido por sua torcida) a seu primeiro título nacional, Lenílson e seus companheiros vão ter que vencer o Juventude. O encontro decisivo é no próximo domingo, no Estádio Almeidão, em João Pessoa. No jogo de ida, o time gaúcho venceu na Arena do Grêmio por 2 a 1. Beneficiado pelo gol marcado fora, o Botafogo fica com o título em caso de vitória simples por 1 a 0.
Tempos de recomeço após o melhor ano da vida
Lenílson não tem dúvidas: 2006 foi o melhor ano de sua vida. Depois de se destacar no Campeonato Paulista pelo Noroeste, ele se transferiu para o  São Paulo, que se preparava para fazer história no Brasileirão. O jogador rapidamente ganhou espaço no time comandado por Muricy Ramalho. Tempos depois, conquistaria o título mais importante de sua carreira.
- Tive uma sequência muito boa até conquistar o Brasileirão, um título que fica para o resto da vida, que fica marcado. Foi um momento maravilhoso, o ano mais positivo da minha carreira. Brinco até hoje que foi no São Paulo que eu joguei futebol de verdade - avaliou, num misto de análise e brincadeira.
Brinco até hoje que foi no São Paulo que eu joguei futebol de verdade"
Lenílson, campeão de 2006 pelo São Paulo
Para Lenílson, o principal responsável por aquele bom momento foi Muricy. Com o treinador, ele acredita que aprendeu a ser um jogador sério e comprometido.
- Falar sobre Muricy Ramalho é muito fácil. É um cara que trabalha muito e cobra dos jogadores. Ele sabe que todos podem dar mais um pouco e tira isso dos atletas. Foi com ele que aprendi a ser profissional. Muricy foi o treinador que me ensinou a entrar na área pra finalizar. Ele falava: "Você, desse tamanho, rapaz, toca dos lados e vai para a área fazer o gol" - descreveu o atleta, rindo.
Lenílson vai além. Segundo ele, Muricy Ramalho é o maior responsável pela arrancada do São Paulo no Brasileirão deste ano. O time paulista estava na zona rebaixamento quando o treinador retornou ao Morumbi. Após uma sequência de vitórias, o Tricolor agora está em nono lugar, dez pontos na frente da zona de degola.
- A situação era muito complicada. Nenhum outro treinador conseguiria tirar o São Paulo daquela situação. Tanto que levaram o Paulo (Autuori), e o time não andou. Só Muricy mesmo para resolver.
Voltando ao tempo em que esteve no São Paulo, Lenílson relembrou as várias amizades que fez no meio do futebol. Baiano de nascença, ele formava a "turma da Bahia" que integrava o clube paulista, que contava também com o lateral-esquerdo Júnior, o zagueiro Edcarlos e o meia Jorge Wagner.
- A gente estava sempre junto. Morava todo mundo no mesmo bairro (Perdizes), alguns até no mesmo prédio. Acho que isso facilitou. Foi um momento de muita felicidade. Era uma família verdadeira, onde todo mundo se respeitava. E nos momentos de folga a gente ficava em família, todos juntos. Fazíamos aquela velha moqueca para relembrar a Bahia, e estava tudo em casa. Estas amizades são o mais importante do futebol.
Lenílson, ex-meia do São Paulo (Foto: VIPCOMM)Lenílson, ex-meia do São Paulo, durante o Brasileirão de 2006 (Foto: VIPCOMM)
Depois do título do Campeonato Brasileiro (e também do vice da Libertadores de 2006), Lenílson permaneceu no São Paulo no início de 2007, mas acabou se transferindo para o Jaguares, do México, e não ficou para o bi. Em 2008, ele deixou o time mexicano e acertou com o Atlético-MG. Mas, no Galo, não conseguiu se firmar. Envolveu-se em atos de indisciplina fora de campo e foi dispensado pelo clube, perdendo espaço no cenário nacional.
São situações que ele prefere nem comentar. E garante que já foram superadas. Lenílson diz que todos os problemas ficaram para trás, que só serviram como aprendizado.

- Eu não tinha a maturidade necessária. Acabei dando uns deslizes fora de campo, que me atrapalharam. Estava muito bem dentro de campo, fiz cinco gols em cinco jogos, quando coloquei tudo a perder. Mas aprendi muito neste período.
O jogo mais importante de 2006
A partida mais importante para Lenílson em 2006 foi o empate por 1 a 1 com o Atlético-PR. O jogo do título para o São Paulo, que levantou a taça com duas rodadas de antecedência. O Morumbi estava lotado. Mais de 65 mil pessoas. E Lenílson estava em campo (veja vídeo ao lado).
O meia entrou no segundo tempo da partida no lugar do atacante Aloíso Chulapa. O gol do Tricolor foi marcado pelo zagueiro Fabão, aos 25 minutos da etapa inicial. O Furacão empatou com o volante Cristian no segundo período.
- Lembro que acabou o jogo e a gente dependia do resultado do Internacional. Ficamos esperando uns cinco minutos para nos consagrarmos campeões. Tudo correu bem. Saímos campeões naquele jogo. Foi uma festa.
Camisa 10 pelo Botafogo-PB
Aos 32 anos, Lenílson está de volta. No primeiro semestre, defendendo o Linense, ajudou a levar o time do interior à nona colocação do Paulistão, a um ponto da classificação para a fase decisiva. Chamou a atenção do Belo e foi contratado junto com o atacante Fausto, outro jogador do Linense que hoje é titular no Botafogo-PB.
O camisa 10 é um dos destaques do elenco na disputa da Série D. É o capitão da equipe e marcou nesta edição de campeonato um gol que ele coloca entre os três mais bonitos da vida. No jogo contra o Juazeirense, pela última rodada da primeira fase, deu um chapéu no zagueiro adversário, deu um drible no segundo e chutou com categoria para o gol (veja no vídeo ao lado).
- Estou bem fisicamente, bem da cabeça. A minha chegada ao clube foi muito importante, porque me abraçaram e me deram as melhores condições possíveis. Já conseguimos o acesso (para a Série C) e agora é dar o melhor neste segundo jogo da final. Queremos ser campeões - finalizou.
lenílson, meia do botafogo-pb, meia lenílson (Foto: Lucas Barros / Globoesporte.com/pb)Novo caso de amor: após gol na Série D, Lenílson faz coração para torcida do Botafogo-PB
(Foto: Lucas Barros / Globoesporte.com/pb)

Nenhum comentário: