Como evento teste pra Copa das Confederações o Santos x Flamengo pela primeira rodada do Brasileiro foi um rotundo fracasso. O estádio ainda não está pronto e quem deve lidar com o público não foi adequadamente treinado, mas o espetáculo agradou a quem se sujeitou aos preços, às filas e ao olho grande do empreendedor brasileiro. Eram quase 70 mil pessoas no Mané Garrincha, melhor dizendo, eram quase 70 mil rubro-negros lotando a pirâmide erguida em louvor do desperdício candango pra ver o Flamengo estrear no campeonato mais casca grossa do mundo.
Antes do jogo deu até pra rir das canhestras tentativas da imprensa de Piratininga em diminuir o poderio das tropas de ocupação flamengas. Em manchetes que entrarão pra história das maiores barrigas do Brasil alguns veículos de comunicação insistiram na tese de que a multidão bem vestida acorrera ao estádio para a despedida do arroz-de-festa Neymar, o craque-mergulhador que podia dar as mãos pro onipresente Naldo e cantar Se Joga. A fila anda, moleque.
Francamente, acho legítimo que um jornal faça tudo ao seu alcance para eleger um presidente da república que seja do agrado de seus chegados, mas respeitem a inteligência dos leitores. Se o Santos tivesse 70 mil torcedores capazes de se deslocar até Brasília para se despedir de alguém teria mandado o jogo na Vila Belmiro mesmo. Se tinha algum santista no estádio ele estava usando camisa do Flamengo pra não se sentir excluído da farra. A verdade dura, veiúda e cabeçuda, ilustrada pelas fotos que estão circulando em todo o país, é que com 70 mil molambos em qualquer estádio astorcida pequena pira. Valeu, Brasília e valeu, Magnética, por fazerem o Flamengo jogar em casa. Atuação sinistra.
Vamos falar de futebol, porque a essa altura da civilização judaico-cristã ficar discutindo torcida é perda de tempo. Somos a maior do mundo e quem não aceita esse fato pode pedir pra sair. Dentro de campo o Flamengo me surpreendeu, a evolução desde o jogo com o Campinense foi evidente. O Mengão fez um jogo bem tático e foi 100% bem sucedido na tarefa de não deixar o Santos jogar.
O Flamengo marcou bem, ocupou os espaços com inteligência e, apesar da exasperante lentidão na transição do meio pro ataque, que sabe-se lá porque é feita obrigatoriamente pelo querido Renato Abreu, chegou com relativa facilidade ao ataque. Mas essas chegadas foram todas estupidamente desperdiçadas por arremates e conclusões inaceitáveis em jogadores de futebol masculino profissional. Só chute de moça. Pé na fôrma pra geral. Urgente!
Bem sucedido nos objetivos destrutivos, a próxima meta que Jorginho deve perseguir deve ser deixar o jogo do Flamengo fluir. Fazer com que bola e jogadores corram mais que o adversário e que nossos atacantes façam jus ao qualificativo. Todo mundo concluiu muito mal. A atuação de Rafinha foi especialmente preocupante. Não entrou no jogo, se mostrou assustado e depois de perder chance cristalina ainda no 1º tempo foi cada vez mais parecendo um jogador da base jogando entre os profissionais. Mas dou um desconto pra ele porque talvez tenha sido a sua primeira vez em campo num grande estádio lotado, já que até agora Rafinha só tinha jogado em nosso ridículo carioqueta com suas audiências de filme europeu.
Gostei muito da entrada do Moreno, que não parece contaminado pela excessiva timidez da nossa linha ofensiva e buscou sempre o gol. Também gostei das atuações de dois dos meus desafetos, Felipe, seguro como nunca vi, até encaixando bolas e não cedendo sequer um rebote. E Gonzalez, que foi decisivo na neutralização do ataque santista e manteve a nossa cozinha livre das palhaçadinhas que já vinham se tornando habituais.
Mas a Suíte Champion só pode ir pro Elias, indiscutivelmente o melhor em campo. Rápido, decidido, jogou sempre pra frente e foi o fator de desequilíbrio no nosso previsível meio de campo. Se tiver alguém pra jogar com ele e cobrir suas subidas ao ataque ainda vai nos dar muitas alegrias.
Sendo frios e calculistas temos que nos conformar que perdemos 2 pontos. Faltou o nosso gol pra festa ser completa, mas pra todos os efeitos era jogo fora e foi um inicio de campeonato bastante auspicioso pra quem, como eu, achava que íamos passar vergonha no Brasileiro. Ainda tem muito defeito, mas pelo menos parece que a proa do navio está apontada pra direção certa. Depois do apito final estava bem menos preocupado com o nosso futuro do que estava antes do jogo começar.
Quarta-feira a loucura continua contra a Ponte Preta, time da segunda camisa mais feia do Brasil, lá em nossas possessões mineiras de Juiz de Fora. Aí a parada tem que ser outra. Lembrem-se, Jorginho e rapaziada, que com o Flamengo jogando em casa contra time pequeno com camisa horrorosa os 3 pontos são obrigatórios. Lá na Gávea sempre foi assim e essa tradição nós fazemos questão de manter.
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Mengão Sempre
Rubro-negro bem vestido, me ajuda a acabar com os perebas no time do Flamengo. Entra logo nosócio torcedor.
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