A disciplina (ou falta dela) pesou na hora em que Luiz Felipe Scolari escolheu os 23 convocados para defender o Brasil na Copa das Confederações. Embora o treinador tenha se negado a falar sobre jogadores fora da lista, os atrasos de Ronaldinho Gaúcho e Ramires em dois momentos diferentes com a Seleção foram fatais para o meia e o volante. A ausência deixou o atleta do Chelsea bem abalado.
- Vivo um grande momento na carreira e estava com uma expectativa enorme de disputar a Copa das Confederações. Não esperava ficar fora, foi um baque muito grande, mas respeito a decisão da comissão técnica e não me cabe questionar. Não acredito que o motivo dessa ausência tenha sido o episódio de Londres - disse Ramires, por meio de sua assessoria de imprensa, na tarde desta terça-feira.
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O caso lembrado pelo ex-jogador do Cruzeiro aconteceu em março. Convocado para os amistosos contra Itália, em Genebra, e Rússia, em Londres (onde mora), o volante do Chelsea não viajou para Suíça por causa de uma lesão. Ficou de se apresentar para uma avaliação na noite de um sábado, no hotel onde a Seleção estava. Mas só apareceu no domingo, acompanhado da médica dos Blues, Eva Carneiro. Pesou contra ele também o fato de o meia-atacante Lucas, do Paris Saint-Germain, também cortado, ter acompanhado a delegação apesar da lesão.
- A médica do Chelsea explicou a todos que o atraso aconteceu por causa de uma falha de comunicação e esclareceu qual era minha lesão. Falei com o Felipão e ficou tudo resolvido. Já fiquei com o grupo da Seleção mesmo estando machucado em outras oportunidades. Além disso, nunca tive caso de indisciplina na carreira. Meu histórico não dá margem para questionarem a minha vontade de defender o Brasil. Não faço parte da equipe que vai à Copa das Confederações e por esse motivo prefiro não falar mais sobre o assunto até um possível retorno. Agora vou procurar esfriar a cabeça e me concentrar na decisão da Liga Europa (quinta, contra o Benfica). Posso levantar mais uma taça importante pelo Chelsea e vou dar o melhor que posso para conseguir esse objetivo - concluiu Ramires.
Na entrevista coletiva desta terça, após a convocação, Felipão foi questionado mais sobre a ausência de Ronaldinho do que sobre a de Ramires, mas não quis falar sobre os dois casos. Preferiu manter o foco nos 23 escolhidos. Porém, deixou claro, nas entrelinhas, que os erros e acertos nos cinco jogos sob seu comando até aqui pesaram na decisão final.
- Conversamos mais com os clubes quando é caso de lesão. A observação maior da parte de disciplina e comportamento é o que acontece na Seleção e o que aconteceu conosco nesses cinco amistosos – falou Felipão, que até agora perdeu para a Inglaterra, empatou com Itália, Rússia e Chile e venceu a Bolívia.
No caso de Ronaldinho Gaúcho, o atraso na apresentação em Belo Horizonte, para o empate por 2 a 2 com o Chile, pesou mais do que o bom futebol que ele vem apresentando na Libertadores e no Mineiro. Na ocasião, o coordenador técnico Carlos Alberto Parreira tentou amenizar a falta de disciplina do meia. Mas Felipão não gostou.
À época, a apresentação da seleção brasileira estava marcada para 19h. Alegando um acidente no meio do caminho, Ronaldinho chegou com 25 minutos de atraso, a tempo de participar da janta, marcada para 19h30m. Parreira ainda afirmou que a apresentação era no horário de comer. Mas a programação publicada no site oficial da CBF mostrava outra coisa.
- Ninguém considerou atraso. Não demos importância para isso. Não entendemos por que deram tanto espaço para isso. Às 19h30m ele estava jantando com a equipe – amenizou Parreira, no dia seguinte ao vacilo de Ronaldinho Gaúcho.
A seleção brasileira se apresenta para a preparação no Rio de Janeiro no próximo dia 27 de maio. Faz amistosos contra Inglaterra, dia 2, no Maracanã, e contra a França, dia 9, em Porto Alegre. Depois, já no torneio, encara o Japão, dia 15, em Brasília, o México, dia 19, em Fortaleza, e a Itália, dia 22, em Salvador
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