Foi automático: quando Pinilla acertou o travessão brasileiro aos 14 minutos do segundo tempo da prorrogação com um chutaço impressionante, imediatamente me veio à cabeça a final da Copa de 1978.
Até hoje se diz que os militares argentinos asseguraram o título para os donos da casa, mas aos 45min08s do segundo tempo, a Holanda bicou pra frente em uma cobrança de impedimento próximo ao meio-campo, a bola quicou na esquerda da grande área, o goleiro Fillol saiu desesperado do gol, e na pequena área o holandês Rensenbrink deu um toquinho com a perna esquerda, e a bola quicou no gramado foi na trave da Argentina, voltando para a defesa estourar para lateral. Um minuto depois, acabou o jogo, que foi para a prorrogação. E acabou com vitória argentina. Tá certo que era uma final, mas se Pinilla tivesse feito o gol, seria o final para o Brasil, provavelmente.
Imagine que os gols somam 35,72 metros quadrados enquanto as traves somam 2,92 metros quadrados ou em contas rápidas, as traves representam 7,6% de todo esse espaço.
Quando Brasil 1 x 1 Chile acabou, tinham sido feitas 1.273 finalizações na Copa e só 23 tinham acertado a trave ou 1,88%. (Os dois percentuais não podem ser comparados porque grande parte das finalizações vão para longe do gol nem na trave nem no gol, ainda que as estatísticas da Fifa considere finalizações certas (on target) as que vão para fora, mas relativamente perto da trave, enquanto por aqui até mesmo finalização na trave é considerada uma finalização errada.
Você pode até considerar uma bola no travessão uma finalização certa, principalmente se você for torcedor do time que levou a bola na trave.
O que me pergunto, mesmo, é se daqui a cinco ou dez Copas do Mundo a partida contra o Chile será mais lembrada pelos dois pênaltis defendidos pelo goleiro Julio Cesar ou se pela bola no travessão de Pinilla. Como automaticamente me lembrei da bola na trave de Rensenbrink, há 36 anos, acredito não ter dúvida do que vou me lembrar mais
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