29 de jun. de 2014

Keshi descarta vantagem por conta do clima: "Maioria atua na Europa"

Stephen Keshi técnico Nigéria (Foto: Getty Images)Keshi durante jogo: treinador não acredita que clima seja um fator favorável à Nigéria (Foto: Getty Images)
O técnico da Nigéria, Stephen Keshi, descartou qualquer vantagem aos Super Águias por conta do calor previsto para o duelo contra a França, nesta segunda-feira, às 13h (de Brasília), no Estádio Mané Garrincha. Segundo o treinador, apesar de a África também ser um continente quente, a maior parte dos jogadores do atual elenco nigeriano atua na Europa e já está adaptada a temperaturas mais amenas. A previsão no Distrito Federal para o horário do jogo é de 28ºC.

- Não levo em consideração o fato de na África também ser quente. A maior parte dos nossos jogadores atua na Europa e também sofre com esse problema - afirmou Keshi em entrevista coletiva neste domingo.

A opinião vai de encontro com o que disse mais cedo o técnico francês, Didier Deschamps, que revelou estar preocupado com horário da partida e disse que o time africano estaria "naturalmente mais adaptado ao calor". 

Para Stephen Keshi, a partida realizada às 13h será um desafio para os dois times. O técnico dos Super Águias citou ainda as dificuldades enfrentadas por sua equipe no jogo contra a Bósnia, em Cuiabá, contra a Bósnia. O treinador, no entanto, também garantiu que o calor não será uma desculpa para justificar o desempenho do time diante dos franceses.

- A temperatura estará elevada para as duas seleções. Também tivemos esse problema em Cuiabá, onde a temperatura estava altíssima. Se for um fator ruim, será para nós e também para a França (...) Eu gostaria de poder fazer algo a respeito (do calor), mas não posso. Então, vamos deixar o clima de lado. 

Preocupado com a aclimatação do time para a partida, Keshi comandou um treinamento forte no último sábado, em Brasília, que começou exatamente às 13h. A seleção francesa também treinou algumas vezes na última semana no mesmo horário do jogo.
Stephen Keshi nigéria treino (Foto: Agência Reuters)Treinador mostra descontração em treino dos nigerianos (Foto: Agência Reuters)


Mistério no time titular

Durante a entrevista coletiva, Keshi também evitou adiantar qualquer informação sobre o time que colocará em campo. A principal dúvida gira em torno do substituto do atacante Babatunde, que fraturou o braço após levar uma bolada na partida contra a Argentina na última quarta-feira - derrota por 3 a 2. 

Um dos mais contatos para a vaga é Victor Moses, do Liverpool, que chegou na Copa do Mundo como uma das principais referências da equipe, mas acabou substituído no segundo tempo da partida de estreia contra o Irã - empate em 0 a 0 - e desde então não entrou mais em campo. Questionado sobre os motivos que deixaram Moses no banco os últimos dois jogos, Keshi desconversou e exaltou a força do elenco nigeriano.

- Moses está bem. Temos 23 jogadores e eu posso selecionar qualquer um deles. Não ter o escalado nas duas últimas partidas não significa que há uma questão. Todos são excelentes e por isso estão aqui. 

Diante da França, nesta segunda, a Nigéria tentará fazer história: alcançar pela primeira vez as quartas de final. Nas outras duas Copas em que conseguiu avançar até a fase oitavas de final, os Super Águias foram eliminados por Itália (94) e Dinamarca (98). 

Veja outros trechos da entrevista coletiva de Stephen Keshi.
 Expectativa de alcançar as quartas de final pela primeira vez na história

- Estou muito satisfeito com a nossa seleção. Os jogadores estão se esforçando muito e fazendo muito sacrifício para garantir que nosso time chegue onde devemos chegar. Obviamente, se realizarem esse feito eu vou ficar muito satisfeito. Acho que eles merecem. Para mim, só quero que o time esteja sempre melhorando. 

Apoio da torcida brasileira no estádio

- Para mim, o mais importante é que minha seleção jogue de acordo com o nosso plano de jogo. Se houver apoio adicional dos torcedores (brasileiros) para vencermos nosso adversário, será bom. Mas no nosso último jogo, contra a Argentina, a grande maioria era de argentinos. Isso não faz tanta diferença. Se recebermos o apoio dos brasileiros para melhorar o nosso desempenho será positivo, mas temos que fazer nossa parte.

Força da França

- A França é um país de futebol, com grandes possibilidades, grandes jogadores. Eu joguei três anos na França e é sempre um prazer acompanhar o futebol francês. Não é uma surpresa para mim o posto em que estão hoje. É um time excelente, com ótimos jogadores que atuam em grandes clubes. Eles tiveram um bom começo de Copa do Mundo, estão jogando bem, têm um técnico que sabe o que faz. Acho que amanhã a coisa vai esquentar. 

Reencontro com Deschamps

- Didier Deschamps é um batalhador. Um guerreiro, que sempre batalha. Deschamps é um grande profissional do futebol e tem transmitido isso para sua equipe. Vemos na maneira como jogam, como reagem em campo. É verdade que jogamos um contra o outro como atletas, mas nossa mentalidade na época é diferente da de hoje. Vamos ver como vai ser amanhã.

Desempenho dos países africanos na Copa

- Eu não sei se essa é a melhor Copa (dos países africanos). É verdade que temos problemas nos nossos países de origem e pensamos nisso, mas a todo momento temos que focar em fazer nosso trabalho para dar alegrias ao nosso povo. Mas a Copa do Mundo é uma competição muito difícil. Três nações africanas já voltaram, mas esperamos que a Nigéria possa continuar dando alegrias ao povo africano.

Avaliação da Copa de 2014

- Acho que essa Copa do Mundo está maravilhosa, muito aberta, muito surpreendente. Você nunca imagina o que pode acontecer. Por isso é um grande torneio. Não é aquela coisa conhecida, onde separamos seis excelentes seleções que vão chegar às finais e vencer. Até mesmo o Brasil, que é o anfitrião, não sabemos se vai ganhar. Acho que ainda temos muitas surpresas por vir

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