Só a raça não seria suficiente. Só o oportunismo de Vagner Love não bastaria. O Flamengo precisou unir os dois elementos para, com um jogador a menos em boa parte do jogo, vencer o Volta Redonda por 4 a 2, de virada, no Raulino de Oliveira. O time de Joel Santana alcançou o resultado - fundamental na luta pela classificação - no segundo tempo, disputado todo sem Luiz Antonio, que recebeu o cartão vermelho ainda na etapa inicial.
Love foi decisivo ao fazer dois gols, um deles de letra. Ele agora tem seis no Campeonato Carioca, três a menos do que o artilheiro Alecsandro, do Vasco. Os outros foram marcados por David Braz e Léo Moura, e Rafael Granja e Leílton anotaram para o Voltaço.
O resultado permite que o Flamengo respire na Taça Rio. Faltando três rodadas para o término da fase de classificação, o time chega a 12 pontos no Grupo A, na terceira colocação, atrás do Macaé (que enfrenta o Americano neste domingo) por causa do critério de saldo de gols. O próximo compromisso no estadual é contra o Bangu, no domingo, em Macaé. Antes, na quarta-feira, tem Libertadores: duelo com o Olimpia no Paraguai.
O Volta Redonda perdeu para o Fluminense o seu lugar na zona de classificação e agora ocupa o terceiro lugar no Grupo B, com seis pontos. No próximo sábado, visita o Nova Iguaçu.
Empate na marra
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Foi ruim. E poderia ter sido pior. O Flamengo precisou de mais força do que qualidade para sair de campo com empate por 1 a 1 nos primeiros 45 minutos no Raulino de Oliveira. A equipe comandada por Joel Santana errou muito e saiu perdendo para o Volta Redonda. Na marra, buscou a igualdade.
Com um meio-campo pobre em técnica, formado por Muralha, Willians, Luiz Antonio e Thomás, e sem Ronaldinho Gaúcho, suspenso, o Flamengo não soube se impor nos primeiros minutos. Bom para o Voltaço. Chute de longe de Manteiga (sim, Manteiga mesmo) já poderia ter colocado os mandantes na frente. A bola saiu por pouco. Mas ela não demoraria a entrar.
O gol saiu aos 15 minutos. Julio Cesar observou o lateral-direito Rafael Granja livre pelo flanco. O passe foi bem encaixado. O camisa 2 dominou e mandou tiro cruzado. O Flamengo ainda deu azar. A bola desviou de leve no calcanhar de Junior Cesar e passou embaixo do braço de Felipe.
A reação rubro-negra começou com chute em diagonal de Diego Maurício. Logo depois, Vagner Love, de cabeça, teria feito o gol se não tivesse batido mal na bola, mais com a orelha do que com a testa.
Crescia a pressão. E aí saiu o gol. Cruzamento da direita teve primeiro desvio de cabeça de Diego Maurício, depois defesa de Douglas, em seguida conclusão de David Braz, aí nova defesa do goleiro e, por fim, o chute final do zagueiro, com violência, empurrando o que estivesse à sua frente para dentro do gol. Na marra.
O gol foi o prêmio para a boa atuação de David Braz no primeiro tempo. Seu oposto foi Luiz Antonio. Depois de errar lances bobos, o volante foi expulso por uma bobagem maior ainda. Fora de campo, após disputa com o zagueiro Robson, ele deu um chute na panturrilha do adversário, de leve. Recebeu o vermelho direto.
A desvantagem no número de jogadores em campo freou o Flamengo. Mesmo assim, Muralha, de longe, ameaçou com uma pancada.
A letra L, de Love
Na volta do intervalo, nem parecia que o Flamengo tinha um jogador a menos. Os atletas que restaram em campo conseguiram preencher o espaço deixado por Luiz Antonio - Kleberson entrou no lugar de Thomás. O Volta Redonda ficou acuado. E acabou levando a virada.
Diego Maurício, com cabeceio à queima-roupa, obrigou o goleiro Douglas a usar todo o reflexo acumulado em seu corpo. Mas não teve jeito de evitar o gol pouco depois. Aos cinco minutos, Diego Maurício recebeu lançamento de Muralha. Ele partiu em disparada pelo lado esquerdo, enquanto Vagner Love se posicionava na área. Na saída do goleiro, o passe foi certeiro. O camisa 99, livre, em posição duvidosa, completou de letra - letra L, de Love.
O porém para os flamenguistas é que o gol fez renascer o Volta Redonda. Foram repetidos os chutes a gol do time da casa nos minutos seguintes - todos perto, nenhum dentro. A insistência resultou em gol. E com falha da defesa do Fla.
Após bate-rebate, a bola voltou para a área. Ela estava sob os cuidados do Flamengo. Felipe saiu nela. Léo Moura protegeu mal. E Leílton, mais esperto, desviou para o gol. Enquanto a bola entrava, o goleiro e o lateral-direito, abraçados, observavam a própria desgraça: 2 a 2.
Joel Santana decidiu ousar. Saiu Willians, um volante, entrou Negueba, um atacante. Coincidência, saiu o gol. De novo com passe de Diego Maurício. De novo com Vagner Love. Chute cruzado, seco, rasteiro. Gol de vitória.
A tranquilidade do Flamengo foi aumentando aos poucos. O Volta Redonda perdeu as poucas forças que ainda tinha ao ter dois jogadores expulsos nos últimos minutos: Robson e João Paulo.
Desfeito o prejuízo numérico, o Flamengo não teve mais sustos. Garantiu uma vitória decisiva. Com raça e com Love. E com a recuperação de Léo Moura. Aos 46 minutos, Magal cruzou, a bola passou pela área, e o lateral-direito fechou a conta com chute cruzado: 4 a 2.
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