Na reta final de sua vida, só uma coisa dava prazer ao rubro-negro fanático Ary Vidal: assistir ao imbatível Flamengo no NBB. A revelação foi feita pela viúva do treinador, Heloísa, no enterro desta terça-feira, no cemitério do Caju, no Rio de Janeiro, um dia depois de sua morte por infarto agudo do miocárdio.
- Ver o Flamengo jogar no NBB era a única coisa que lhe interessava. Ele torcia muito para que esse projeto da liga desse certo – disse.
- Ver o Flamengo jogar no NBB era a única coisa que lhe interessava. Ele torcia muito para que esse projeto da liga desse certo – disse.
Heloísa lembrou as tentativas de promover um encontro dele com o time rubro-negro. Na primeira, a saúde do treinador piorou. E na segunda, a equipe estava em São Paulo jogando. Com a permissão de Heloísa, funcionários do Flamengo estenderam uma bandeira do clube no caixão. Na segunda-feira, o time enfrentou o Uberlândia de luto, jogando com uma tarja preta acima do escudo e respeitando um minuto de silêncio. A 17ª vitória em 17 jogos foi uma forma de homenageá-lo.
A família do basquete foi se despedir de uma de suas maiores referências, pessoalmente ou não. Ausente, Oscar enviou em nome da família Schmidt a maior coroa de flores e surpreendeu Heloísa, que destacou a relação entre os dois:
- Me surpreendeu e foi uma atitude muito simpática. O Oscar era um querido para ele. O Ary tinha uma relação muito afetuosa com todos, mas Oscar e Marcel eram os que mais o procuravam. O Oscar era muito grato porque o Ary trocou a posição dele de pivô para ala, que mudou a carreira dele. O Ary se dava muito bem com o líder do grupo, o que facilitava o relacionamento dele com os atletas como um todo.
Confederação Brasileira de Basquete, Liga Nacional de Basquete, Tijuca, primeiro clube dirigido por Vidal, e família Bial também enviaram coroas de flores. Único campeão dos Jogos Pan-Americanos de 1987 presente no enterro, Paulinho Villas Bôas lembrou como Vidal arrancou a histórica vitória sobre os Estados Unidos.
Confederação Brasileira de Basquete, Liga Nacional de Basquete, Tijuca, primeiro clube dirigido por Vidal, e família Bial também enviaram coroas de flores. Único campeão dos Jogos Pan-Americanos de 1987 presente no enterro, Paulinho Villas Bôas lembrou como Vidal arrancou a histórica vitória sobre os Estados Unidos.
- O Ary acompanhava o atleta desde a base e os conhecia profundamente. Era um estrategista e construiu muito pela comunidade do basquete. Juntava atletas com potencial e trabalhava 100% em cima deles. Colocava na cabeça deles que era possível vencer qualquer time e quando houvesse uma oportunidade aproveitá-la. Foi isso que aconteceu com a gente contra os Estados Unidos.
Treinador campeão mundial com a seleção brasileira feminina em 1994, Miguel Ângelo da Luz destacou a transformação que Vidal exercia nos jogadore.:
- Ele pensava sempre em coisas positivas e motivava os atletas. Os técnicos normalmente são lembrados apenas nas derrotas, mas ele mudou essa história. Transformava jogadores regulares em bons, e bons em excepcionais. Ele criou a escola brasileira com um jogo franco e aberto.
Treinador campeão mundial com a seleção brasileira feminina em 1994, Miguel Ângelo da Luz destacou a transformação que Vidal exercia nos jogadore.:
- Ele pensava sempre em coisas positivas e motivava os atletas. Os técnicos normalmente são lembrados apenas nas derrotas, mas ele mudou essa história. Transformava jogadores regulares em bons, e bons em excepcionais. Ele criou a escola brasileira com um jogo franco e aberto.
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Ano passado, a CBB promoveu uma homenagem nos 25 anos da conquista do Pan de 87, com a participação de Vidal e dos jogadores campeões em Indianápolis. Este ano, o bronze do Brasil no Mundial das Filipinas, em 1978, completa 35 anos. A entidade pensa em transformar a lembrança pelo título em homenagem ao treinador, como planeja Carlos Nunes, presidente da CBB.
- Ficamos órfãos. O Ary foi um inovador, um técnico com visão muito grande dentro e fora de quadra. Vamos sentir muito essa perda, mas temos que focar e perpetuar esse legado que ele deixou. Tenho certeza que os técnicos da nova geração vão perpetuar a filosofia de trabalho dele.
Ary Vidal morreu aos 77 anos e deixou duas filhas e três netos.
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