A presidente do Flamengo, Patricia Amorim, continua em dúvida sobre seu futuro no clube. A dirigente alimenta a ideia de não tentar a reeleição no pleito que será realizado em dezembro. Nesta segunda-feira, ela ratificou que ainda não tomou uma decisão, mas assegurou que está tranquila sobre a continuidade da gestão. Segundo ela, mesmo que não concorra, o candidato que apoiar será eleito. A dirigente admite que o momento do clube é difícil, especialmente por causa dos maus resultados do time no Brasileirão. Ela pediu paciência com os jovens jogadores que estão sendo utilizados pelo técnico Dorival Júnior e prometeu ajudá-los.
Ao falar da situação política, Patricia garantiu que ainda não tomou a decisão sobre sua candidatura à reeleição. O prazo para a inscrição das chapas no pleito que será realizado na segunda semana de dezembro acaba no fim deste mês.
- Ainda está cedo, tenho tempo. Não tenho tanto problema. Até o dia 30 de setembro vai estar equacionado. Eu avalio. Os avanços são muito grandes na parte patrimonial, na nossa sede na Gávea, na nossa parte esportiva em relação ao esporte olímpico. O futebol realmente está deixando a desejar e é o carro-chefe. Converso muito com a família, no fim quem decide são as pessoas que estão no seu entorno, e a dedicação que tenho ao Flamengo é diária, constante. Se for importante para o clube, a gente continua. Se não continuar como presidente, eu vou eleger o presidente. Não tenho a menor dúvida disso. Eu ganho a eleição – afirmou, durante lançamento do muro dos tijolinhos e do campo 5 do Ninho do Urubu.
O processo eleitoral ainda não começou de forma oficial, mas Patricia Amorim está no centro de mais um desgaste interno na política do Flamengo. Conselheiros aliados à presidente e advogados do clube já enviaram para a comissão de inquérito o documento que vai confrontar o pedido de impeachment feito pela oposição em julho.
- Fiz todos os esclarecimentos através dos advogados, a comissão jurídica já recebeu isso. Isso foi uma ação política covarde, feita quando eu estava viajando (durante os Jogos Olímpicos de Londres). Nada tenho a temer sobre essa covardia, além da falta de elementos para fazer qualquer tipo de acusação, esse movimento não tem condição de avançar. O torcedor não quer isso, e o sócio que me elegeu também não. A estratégia é sempre atacar para que você não trabalhe. Não vou deixar de trabalhar.
No argumento de defesa é preciso esclarecer todos os pontos questionados pela oposição. Internamente, Patricia Amorim não esconde seu incômodo com a situação.
No dia 25 de julho, o ex-presidente Marcio Braga anunciou a entrada com pedido de impeachment, em documento assinado por outros conselheiros influentes. O documento, elaborado por um renomado escritório de advocacia carioca, baseia-se no artigo 27 da Lei Pelé, que trata de gestão temerária, e foi entregue ao Conselho Deliberativo do Flamengo.
No dia 25 de julho, o ex-presidente Marcio Braga anunciou a entrada com pedido de impeachment, em documento assinado por outros conselheiros influentes. O documento, elaborado por um renomado escritório de advocacia carioca, baseia-se no artigo 27 da Lei Pelé, que trata de gestão temerária, e foi entregue ao Conselho Deliberativo do Flamengo.
A argumentação para tirá-la do cargo - ou impedir que se candidate para tentar a reeleição - tem mais de 40 páginas e aponta, dentre outros pontos, a relação entre Flamengo e a empresa Locanty, a falta de patrocínio e os contratos do atacante Deivid e de Ronaldinho Gaúcho.
Um dos anexos do documento encaminhado ao Conselho terá a minuta do contrato entre Flamengo e Ronaldinho. Este é o maior foco de revolta do ex-presidente. Ele alega que há uma cláusula lesiva: se o Flamengo deixasse de pagar duas prestações teria de quitar o restante do contrato de forma integral, acrescido de uma multa de R$ 5 milhões.
Crise no futebol
Crise no futebol
Patricia também comentou o desempenho ruim do time no Campeonato Brasileiro. O Flamengo não vence há cinco rodadas e perdeu as últimas três partidas na competição. É só o 13º na tabela, com 27 pontos – tem um jogo a menos. Ao avaliar o momento das revelações do clube - como Thomás, Negueba, Luiz Antonio, Adryan, Frauches e Nixon -, a presidente considera os garotos preparados para lidar com responsabilidades, diz que eles também serão cobrados e assegura que o clube está preparado para dar suporte em caso de necessidade.
- A gente tem que trabalhar com esses meninos, fazer com que eles joguem como podem. São formados aqui, estão preparados, são profissionais. Eles têm condição de aguentar e têm de aguentar a pressão. Ou então pedem para sair. Mas não acho que é o caso. Eles querem jogar no Flamengo e podem jogar. É uma cobrança nossa, da diretoria, do torcedor. Isso vai acontecer. Eles também se cobram muito.
A presidente acredita na recuperação da equipe no Brasileirão nos próximos jogos. O Rubro-Negro não ganha desde o último dia 19, quando bateu o Vasco por 1 a 0.
- O Flamengo precisa avançar, precisa melhorar sua condição técnica em campo. Precisa se redescobrir, já jogou melhor no campeonato. Isso é prioridade. Eleição, quem vem, quem não vem, não é prioridade. Prioridade é voltar a vencer, trazer alegria ao torcedor. Esse é o foco.
Neste domingo, o diretor Zinho afirmou que ainda buscar reforços. Patricia, por sua vez, disse que pode fazer um esforço para contratar Paulo Henrique Ganso, do Santos.
- Se a gente tiver a condição de oferecer uma estrutura melhor, se a comissão técnica quiser jogadores, a gente pode tentar fazer. Hoje o Flamengo está muito bem estruturado administrativamente e financeiramente. Hoje a folha está enxuta. Se tivermos que trazer algum tipo de reforço e for do desejo da comissão técnica, eu me coloco à disposição. Se tiver que fazer um trabalho psicológico com os rapazes, também.
Patricia Amorim ainda tem dúvidas sobre o seu futuro no Flamengo (Foto: André Durão/Globoesporte.com)
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