14 de set. de 2012

Riquelme confirma saída do Boca, mas diz ainda não saber onde jogará


Frame, Riquelme (Foto: Reprodução)Riquelme em entrevista nesta quinta (Reprodução)
A entrevista coletiva estava marcada para a sede do Boca Juniors, nesta sexta-feira, mas Juan Román Riquelme já não mais vestia o uniforme xeneize. Era um sinal do que viria nos minutos seguintes, após algum atraso: ao lado do presidente Daniel Angelici e de camisa xadrez, o meia anunciou oficialmente a sua saída do clube, que já estava prevista desde a derrota para o Corinthians na final da Libertadores.
- Estou contente com a decisão que tomei. Sou um torcedor deste clube. Tinha claro que não podia deixar o clube de muletas, tinha que jogar bem. Foi um ano maravilhoso, isso aconteceu. Se diziam que eu deveria voltar à seleção, então quer dizer que joguei bem - disse.
Aos 34 anos, Riquelme ainda não desconfia sobre seu futuro. Citou por várias oportunidades os seus familiares, a quem tem dedicado mais tempo desde seu último jogo pelo Boca, a final da Taça Libertadores contra o Corinthians, no dia 4 de julho. Por conta da suspensão de contrato, segundo Angelici, ele tem permissão para assinar com um time do exterior.
- Agora não sei o que vou fazer. Estou aproveitando muito a minha família, sairei de férias com meus filhos, minha esposa. Eu saí (do Boca) jogando uma final de Libertadores. Para mim é muito, para outros será pouco. Quis ganhar o título, mas não pude. Estou feliz pelo que vivi - afirmou.
O mandatário, no entanto, confirmou que Riquelme não irá para outro clube do futebol argentino.
- Não soubemos nem pudemos convencer o ídolo que tem esse clube. Foi feita uma licença não remunerada que o habilita a jogar em um clube do exterior. Nós iremos fazer uma homenagem - avisou Angelici, sem especificar o local, já que o futebol brasileiro foi alternativa para o jogador até o fechamento da janela de inscrições para atletas vindos do estrangeiro, no fim de julho.
Riquelme e Tite, Corinthians x Boca Juniors (Foto: Marcos Ribolli  / Globoesporte.com)Riquelme disse na coletiva de imprensa que o Corinthians mereceu ser campeão da Taça Libertadores
(Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)
Futuro como treinador ou dirigente
Riquelme confirmou que recebeu propostas do Brasil, mas se esquivou na hora de responder se é um mercado que lhe atrai, ou não. Sobre atuar no Boca Juniors fora das quatro linhas no futuro, o meia garantiu que ainda não havia pensado na hipótese de ser técnico.
Quanto à presidência do clube, o jogador fez uma pausa antes de responder à pergunta, que o fez mudar o semblante. O silêncio foi quebrado com um sorriso e uma polêmica resposta:
- Não me deixariam ser presidente do Boca. A verdade é que não sei o que fazer - disse em entrevista à Rádio Fox Sports logo após a coletiva.
Indiferença a Maradona
Quando Riquelme confirmou que não jogaria mais pelo clube, houve várias manifestações. A torcida se reuniu em volta do estádio La Bombonera para pedir a permanência do ídolo, em um episódio ficou conhecido como "Banderazo".
- Eu chorei quando vi. Posso dizer que foi meu momento mais importante no clube - destacou.
Outra manifestação importante foi a do ex-jogador Diego Maradona, que mostrou-se contrário à decisão, lamentando que o meia não tenha dado uma justificativa convincente.
- O que diz esse rapaz não me interessa - disparou Riquelme.
Banderazo torcida Boca Juniors Riquelme  (Foto: Agência Reuters)Torcida do Boca Juniors se reuniu para pedir a permanência do ídolo (Foto: Agência Reuters)
Há vida após o Boca
A rotina pós-Boca está indo de vento em popa. Riquelme divide o tempo entre familiares e o futebol com os amigos, com quem tem compartilhado momentos de descontração. Antes de tomar qualquer decisão quanto ao retorno aos gramados, o argentino pretende viajar com os filhos.
- Jogo de dois em dois dias. Jogamos futebol, fazemos um churrasco... não tenho posição fixa. Ali cada um joga um pouco em um lugar - relatou.
O Boca Juniors segue fazendo parte da vida do eterno camisa 10. Román diz que acompanha todos os jogos pela televisão, mas ainda não fez tanta questão de voltar à Bombonera mesmo como torcedor e com os pedidos dos filhos, que sempre insistiram em entrar em campo com o pai antes do adeus definitivo

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