22 de jan. de 2012

Na volta a Potosí, Renato rompe silêncio: 'Não me omiti'

Renato decidiu falar. Pensou, conversou com a família, com amigos, e quebrou o silêncio neste domingo, após o treino de reconhecimento do estádio Victor Agustín Ugarte, em Potosí. A última entrevista do meia ocorrera em 4 de janeiro. Na primeira parte da pré-temporada, em Londrina, no auge da crise entre os jogadores e o vice de finanças Michel Levy, o meia preferiu ficar calado. Além dele, o goleiro Felipe e o volante Willians pararam de dar entrevistas. Os dois últimos mantêm a posição.
- São momentos na vida em que você tem que refletir, pensar e falar com transparência. Sou um cara totalmente transparente. E diante do que estava acontecendo poderia prejudicar um ou outro. Não me omiti. Preferi ficar quieto porque conheço bem o clube. Não era em relação aos jogadores. Eu pensei bem, conversei com alguns amigos, com minha família. Sempre fui de dar entrevistas nos momentos de dificuldade. Peço desculpas a vocês. Estou voltando a falar novamente, sobre o jogo, sobre o Flamengo, os objetivos dos jogadores. Espero que tenham entendido o meu lado também.
Renato Flamengo Potosi (Foto: Richard Souza / Globoesporte.com)Todo agasalhado, Renato treina em Potosí (Foto: Richard Souza / Globoesporte.com)
Na primeira quinzena deste mês, a declaração de Michel Levy de que “um ou dois marqueteiros estavam fazendo barulho”, em referência aos jogadores por conta das pendências financeiras, gerou reação do grupo, que se recusou a dar entrevistas. Naquele momento, vários atletas afirmavam que o pagamento de luvas estava atrasado, casos de Alex Silva, Deivid e Welinton. Crise agravada pela pendência financeira com Ronaldinho por conta dos problemas entre Fla e Traffic, no valor R$ 3,75 milhões. Renato, que também tinha dinheiro a receber, preferiu o silêncio.
Os jogadores rubro-negros treinaram por uma hora e meia no local da partida de ida contra o Real Potosí, pela Pré-Libertadores, na próxima quarta-feira. Pela primeira vez sentiram os efeitos dos 4 mil metros de altitude, com exceção de Renato e Léo Moura, que jogaram na cidade em 2007, pela fase de grupos da competição continental.
Estamos respondendo bem aos treinamentos. De vez em quando tem um abafa, mas nossa equipe está surpreendendo, fazendo bom trabalho físico. Foi um grande treino"
Renato
- Mais uma vez em Potosí. Estive em 2007 e melhorou muito, a estrutura mudou bastante. É um problema grande quando se trata de altitude. A diferença do Brasil para Sucre e Potosí é muito grande. Em Sucre, sentimos a diferença da bola, o domínio, raciocínio. Aqui, é maior ainda. Fizemos um trabalho bem proveitoso, a parte física está boa, eu e o Gaúcho ficamos um tempo a mais para pegar a batida na bola da hora do jogo. A altitude e o adversário não são novidades. Temos uma equipe qualificada.
Durante o treino puxado deste domingo, Renato e outros jogadores sofreram com o ar rarefeito. Para piorar, temperatura na casa de 14ºC, vento e chuva fina. A recuperação após piques foi exaustivamente trabalhada por Vanderlei Luxemburgo, que pedia aos atletas que voltassem em velocidade após realizarem cruzamentos e finalizações.
- Estamos respondendo bem aos treinamentos. De vez em quando tem um abafa, mas nossa equipe está surpreendendo, fazendo bom trabalho físico. Foi um grande treino.
A delegação rubro-negra retornou a Sucre em comboio. Jogadores, membros da comissão técnica e equipe de apoio foram divididos em 14 veículos utilitários com tração nas quatros rodas. Até a cidade onde está concentrada, serão duas horas e meia e 164 quilômetros. A equipe volta a treinar na tarde desta segunda-feira, no estádio Patria, em Sucre, às 16h30m (18h30m de Brasília).

A partida contra o Real Potosí será às 21h50m (de Brasília). O jogo da volta vai ocorrer em 1º de fevereiro, no Engenhão. O classificado vai entrar no Grupo 2, que conta com Lanús, da Argentina, Emelec, do Equador, e Olimpia, do Paraguai.

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