Renato decidiu falar. Pensou, conversou com a família, com amigos, e quebrou o silêncio neste domingo, após o treino de reconhecimento do estádio Victor Agustín Ugarte, em Potosí. A última entrevista do meia ocorrera em 4 de janeiro. Na primeira parte da pré-temporada, em Londrina, no auge da crise entre os jogadores e o vice de finanças Michel Levy, o meia preferiu ficar calado. Além dele, o goleiro Felipe e o volante Willians pararam de dar entrevistas. Os dois últimos mantêm a posição.
- São momentos na vida em que você tem que refletir, pensar e falar com transparência. Sou um cara totalmente transparente. E diante do que estava acontecendo poderia prejudicar um ou outro. Não me omiti. Preferi ficar quieto porque conheço bem o clube. Não era em relação aos jogadores. Eu pensei bem, conversei com alguns amigos, com minha família. Sempre fui de dar entrevistas nos momentos de dificuldade. Peço desculpas a vocês. Estou voltando a falar novamente, sobre o jogo, sobre o Flamengo, os objetivos dos jogadores. Espero que tenham entendido o meu lado também.
Na primeira quinzena deste mês, a declaração de Michel Levy de que “um ou dois marqueteiros estavam fazendo barulho”, em referência aos jogadores por conta das pendências financeiras, gerou reação do grupo, que se recusou a dar entrevistas. Naquele momento, vários atletas afirmavam que o pagamento de luvas estava atrasado, casos de Alex Silva, Deivid e Welinton. Crise agravada pela pendência financeira com Ronaldinho por conta dos problemas entre Fla e Traffic, no valor R$ 3,75 milhões. Renato, que também tinha dinheiro a receber, preferiu o silêncio.
Os jogadores rubro-negros treinaram por uma hora e meia no local da partida de ida contra o Real Potosí, pela Pré-Libertadores, na próxima quarta-feira. Pela primeira vez sentiram os efeitos dos 4 mil metros de altitude, com exceção de Renato e Léo Moura, que jogaram na cidade em 2007, pela fase de grupos da competição continental.
- Mais uma vez em Potosí. Estive em 2007 e melhorou muito, a estrutura mudou bastante. É um problema grande quando se trata de altitude. A diferença do Brasil para Sucre e Potosí é muito grande. Em Sucre, sentimos a diferença da bola, o domínio, raciocínio. Aqui, é maior ainda. Fizemos um trabalho bem proveitoso, a parte física está boa, eu e o Gaúcho ficamos um tempo a mais para pegar a batida na bola da hora do jogo. A altitude e o adversário não são novidades. Temos uma equipe qualificada.
Durante o treino puxado deste domingo, Renato e outros jogadores sofreram com o ar rarefeito. Para piorar, temperatura na casa de 14ºC, vento e chuva fina. A recuperação após piques foi exaustivamente trabalhada por Vanderlei Luxemburgo, que pedia aos atletas que voltassem em velocidade após realizarem cruzamentos e finalizações.
- Estamos respondendo bem aos treinamentos. De vez em quando tem um abafa, mas nossa equipe está surpreendendo, fazendo bom trabalho físico. Foi um grande treino.
A delegação rubro-negra retornou a Sucre em comboio. Jogadores, membros da comissão técnica e equipe de apoio foram divididos em 14 veículos utilitários com tração nas quatros rodas. Até a cidade onde está concentrada, serão duas horas e meia e 164 quilômetros. A equipe volta a treinar na tarde desta segunda-feira, no estádio Patria, em Sucre, às 16h30m (18h30m de Brasília).
A partida contra o Real Potosí será às 21h50m (de Brasília). O jogo da volta vai ocorrer em 1º de fevereiro, no Engenhão. O classificado vai entrar no Grupo 2, que conta com Lanús, da Argentina, Emelec, do Equador, e Olimpia, do Paraguai.
A partida contra o Real Potosí será às 21h50m (de Brasília). O jogo da volta vai ocorrer em 1º de fevereiro, no Engenhão. O classificado vai entrar no Grupo 2, que conta com Lanús, da Argentina, Emelec, do Equador, e Olimpia, do Paraguai.
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