A lei do silêncio dos jogadores do Flamengo continua de forma parcial. Alguns integrantes do grupo ainda preferem não falar com a imprensa. Foi assim na chegada de parte da delegação a São Paulo, por volta das 23h deste domingo. Dezesseis jogadores desembarcaram no aeroporto de Guarulhos e no fim da tarde desta segunda-feira viajam para a Bolívia.
Na passagem pelo saguão, quase todos posaram para fotos com pessoas que estavam no local, mas alguns disseram “não” para entrevistas. Abordados pela reportagem do GLOBOESPORTE.COM, o meia Renato, o volante Willians e goleiro Felipe se desculparam, mas preferiram não se pronunciar.
- Me desculpe, mas só vou falar na volta ao Rio – disse Renato.
Ronaldinho Gaúcho, que teve a viagem à Bolívia confirmada pelo clube, foi atencioso com os fãs. Neste domingo, Flamengo e Assis, irmão e empresário do camisa 10, se reuniram em Porto Alegre e encaminharam um acordo para a solução dos cinco meses dos salários atrasados do jogador (num total de R$ 3,75 milhões - parte que cabe a Traffic). Ele determinou que o Rubro-Negro precisa entrar em acordo com a empresa de marketing esportivo até quarta-feira e assinar o contrato que vai oficializar a parceria.
R10 encabeça a lista que tem ainda Felipe, César, Léo Moura, Welinton, Alex Silva, Junior Cesar, Willians, Luiz Antonio, Renato, Itamar, Deivid, Airton, Negueba, Muralha e David Braz. Eles não vão treinar em São Paulo nesta segunda-feira. A atividade que estava prevista foi cancelada. O embarque para Santa Cruz de La Sierra será às 17h (de Brasília). Na terça pela manhã, a delegação vai para Sucre e treina à tarde. A cidade fica a 164 km de Potosí, local do jogo de ida no dia 25, contra o Real Potosí, pela pré-Libertadores.
Jogadores como Paulo Victor, Jael, Magal, Gustavo e Bottinelli, entre outros, voltaram ao Rio. Eles vão treinar na tarde desta segunda, no Ninho do Urubu, já visando à estreia no Campeonato Carioca, no próximo sábado, contra o Bonsucesso. O time será comandado pelos auxiliares Júnior Lopes e Jaime. Depois da partida, o grupo segue para Sucre.
Crise e silêncio
Na terça-feira passada, os jogadores decidiram não dar entrevistas como forma de protesto contra declarações do vice de finanças Michel Levy. Na véspera, o dirigente havia dito que “um ou dois marqueteiros estavam fazendo barulho”, em referência aos atletas que falaram publicamente sobre atrasos no pagamento de luvas e direitos de imagem.
O zagueiro Alex Silva e o atacante Deivid decidiram falar um dia depois para encerrar a polêmica, mas o clima continua quente e pesado nos bastidores. Neste domingo, após o empate por 2 a 2 com o Corinthians, num amistoso em Londrina, o técnico Vanderlei Luxemburgo foi questionado se conseguiria detectar comprometimento dos jogadores. Ele disse que não e apontou os problemas financeiros como justificativa.
- Ainda não vejo isso (comprometimento) em função das muitas coisas que aconteceram, coisas atravessadas, você não consegue focar. A cabeça vai pra lá, vem pra cá, vai pra ali. Hoje não vejo o grupo focado numa situação. Quando resolverem as coisas que estão pendentes, a partir daí vai se direcionar. Cabe a nós esquecermos os problemas e tocarmos o Flamengo. Isso é o mais importante de tudo – completou o treinador.
Diretoria e departamento de futebol continuam sem falar a mesma língua. Depois de ter concedido entrevista coletiva na última terça-feira dando razão à cobrança de atrasados por parte dos jogadores, Vanderlei Luxemburgo viu a presidente Patricia Amorim se posicionar no dia seguinte. A dirigente disse que ela é quem manda no clube e afirmou que cada um deveria responder pelo seu departamento. O treinador não gostou do que classificou como “Cala boca, Luxa” e disse que vai se posicionar com firmeza depois do segundo jogo da pré-Libertadores, no dia 1º fevereiro.
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