15 de dez. de 2011

Criado pelos filhos de ídolos rubro-negros, Zico 10 nasce com triunfo

O 10 não vai mais só às costas, está também no peito. E, ao lado do nome de um craque do futebol brasileiro, o número compõe o escudo do Zico 10, novo time de futebol de areia que acaba de nascer no Rio de Janeiro. Sob a tutela de Thiago e Bruno Coimbra, filhos do Zico, e Rodrigo Gama, filho do Júnior, a equipe foi criada há cerca de um mês e já estreou com o pé direito: derrotou o Vasco, atual campeão do Mundialito e vice da Copa Brasil da modalidade, por 7 a 5, de virada, em jogo-treino realizado na manhã desta quinta-feira, na praia de Copacabana, Zona Sul da capital carioca.
O nome e o uniforme vêm de outro esporte, o futebol society, onde o Zico 10 foi fundado por Thiago Coimbra, há aproximadamente um ano e meio. A ideia de levar a alcunha para a areia quer aproveitar o prestígio de Zico e Júnior na modalidade, onde brilharam nos anos 90 pela seleção brasileira.
- Zico e Júnior são como fundadores do futebol de areia, fundamentais para que o esporte, que cresceu muito rápido e depois ficou estagnado, continue a evoluir. Só os nomes dos dois já ajudam bastante. Porém, diretamente, eles não estão fazendo nada (em relação ao time). A gente só passou a ideia e eles deram total apoio - explicou Rodrigo, que já atuou no futebol de campo e hoje acumula as funções de jogador e dirigente do clube no futebol de areia.

Contra o Vasco, o filho do Júnior anotou três gols e foi o responsável pela reação do time, que saiu perdendo por 2 a 0 e conseguiu a virada no último tempo do jogo, que foi disputado em quatro períodos de dez minutos e não em três tempos de 12, como acontece em competições oficiais.
- Para ser sincero, não esperava a vitória. Foi muito bom pelo tempo que a gente vem treinando, umas duas semanas. Ainda precisa melhorar, mas o resultado não era o mais importante hoje, e sim ver como a galera iria se comportar - disse Rodrigo.
O time é formado por jovens, com a média de 22 anos de idade, e alguns atletas mais experientes, como o goleiro Robertinho, que jogou pela seleção brasileira. O defensor Toinho, que vai atuar pelo Brasil na Copa Lagos, entre os dias 16 e 18 de dezembro, na Nigéria, também faz parte do elenco da nova equipe carioca.
- A maioria dos jogadores é da praia de Copacabana, cresceu e joga aqui desde criança. Tem gente vindo do futebol de campo, mas ainda precisa se adaptar. A gente está querendo dar oportunidade, mas sem esquecer de fazer um time forte para não virar saco de pancadas - ressaltou Rodrigo.

O Zico 10 ainda não está filiado à federação do Rio de Janeiro. Mas, segundo o dirigente André de Paula, um dos fundadores do time ao lado dos filhos de Zico e Júnior, já está tudo certo para a filiação ocorrer no início de 2012, após as eleições na entidade.
- Estamos esperando a eleição, mas, independente do vencedor, em 2012 estaremos filiados. É um time que já nasceu grande, com o nome do Zico. Tivemos a ideia de unir o maior ídolo da história do Flamengo e fundar um clube para substituí-lo. Lógico, não na história, mas numa estrutura profissional no futebol de areia.
A primeira competição do time será nos dias 19 e 20 de dezembro, num quadrangular amistoso contra Vasco, Botafogo e Guanabara na praia do Leme, Zona Sul do Rio de Janeiro. E, apesar do início de trabalho, a vitória no jogo-treino contra o Vasco dá moral para pensar grande.
- A vitória foi mais no empenho do que na técnica. A equipe ainda tem muito a melhorar, porque vamos começar a treinar mais as jogadas taticamente, e é provável que o elenco suba de produção. Quem sabe a gente consiga fazer uma boa surpresa diante dos outros times - espera Nena, irmão de Júnior e técnico do Zico 10.

Camisa 10 não entra em campo na estreia
Nas camisas dos jogadores do Zico 10, os números 4, 11, 14, 16... Mas e o 10? Presente no nome do clube, a camisa consagrada por Zico não deu as caras na estreia da mais nova equipe carioca de futebol de areia. Mas não está “aposentada”, como explica o dirigente André de Paula.
- Está apenas guardada. É muita responsabilidade. A gente sabe que a camisa 10 é mística. Queremos colocá-la em um jogador que vai dar continuidade ao que o Zico fez no futebol. O treinador vai decidir quem irá usá-la.
O fundador-artilheiro Rodrigo tentou minimizar a responsabilidade sobre quem vier a usar a 10 do time que leva o nome do Galinho.
- Número não ganha jogo - resumiu.

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