Um clássico sem vencedor, mas com gosto de vitória para o Flamengo. Com um jogador a mais desde o fim do primeiro tempo, quando Welinton foi expulso, o Vasco jogou melhor, pressionou, criou oportunidades, obrigou Felipe a fazer boas defesas, mas não foi capaz de tirar o 0 a 0 do placar do Engenhão, neste domingo, em partida válida pela 19ª rodada do Brasileirão.
Com Ronaldinho Gaúcho em tarde pouco inspirada e os atacantes vascaínos com a pontaria nada afiada, rubro-negros e vascaínos protagonizaram um clássico movimentado, mas nada empolgante diante de um estádio lotado. No lance final, porém, uma polêmica: Léo Moura derrubou Bernardo na área em pênalti não marcado por Péricles Bassols. As duas equipes diminuíram a diferença para o líder Corinthians, derrotado por 2 a 1 pelo Palmeiras no clássico paulista. Mas a torcida rubro-negra viu mais motivos para comemorar do que a do Vasco.
O Flamengo, com 36 pontos, permanece na segunda colocação, enquanto o Vasco, com 35, é o quarto. Na próxima quarta-feira, o time de Vanderlei Luxemburgo vai até Florianópolis, onde encarar o Avaí, às 21h50m (de Brasília), na Ressacada. Já os vascaínos recebem o Ceará, no mesmo dia, às 18h, em São Januário.
Vasco martela, mas não marca
As previsões apontavam para um clássico equilibrado, mas nos 45 minutos inicias o Vasco pegou a partida e colocou debaixo do braço. Faltou, porém, transformar a superioridade em gol. Infernal pelo lado direito de ataque e melhor também no meio-campo, a equipe de Ricardo Gomes pressionou, martelou e não furou a defesa do Flamengo.
Com Deivid e Bottinelli inofensivos, o Rubro-Negro dependia muito da genialidade de Ronaldinho Gaúcho para chegar ao gol de Fernando Prass. E foi justamente desta forma que Léo Moura obrigou o goleiro vascaíno a fazer boa defesa logo nos minutos iniciais, após belo passe de R10. Lance isolado para um time que pouco incomodou o rival. O Vasco, por sua vez, tinha um leque maior de opções. Mesmo sem serem brilhantes, Juninho e Diego Souza participavam bem da partida e Fagner, pelo lado direito, em parceria com Eder Luís, surgia como boa opção.
Foi justamente por esse setor que foram criadas as melhores oportunidades, desperdiçadas por Alecsandro e Rômulo, em cabeçadas defendidas por Felipe. Juninho Pernambucano, nas jogadas de bola parada, também fazia o torcedor rubro-negro arrancar os cabelos. A sorte, no entanto, estava do lado do Rubro-Negro, que, mesmo bombardeado, desceu para o intervalo em igualdade. Mas somente no placar.
Isso porque aos 41 minutos, após cometer erro infantil de passe na saída de bola, Welinton foi superado por Diego Souza e puxou o adversário, que partia livre para encarar Felipe: cartão vermelho para o zagueiro e problema para Luxemburgo. O treinador já tinha substituído Alex Silva, lesionado, por Ronaldo Angelim, e ficou sem peça de reposição para a defesa. Willians, apesar da baixa estatura, foi improvisado no setor.
Fla segura pressão e empate
Na volta para o segundo tempo, Luxa trocou Bottinelli por Muralha para fortalecer a marcação e apostou na velocidade de Negueba na vaga de Deivid. O Vasco, entretanto, seguiu melhor em campo e abusou do direito de perder gols. Nos primeiro 25 minutos, o Flamengo praticamente não passou do meio-campo e o auge da pressão cruzmaltina aconteceu em série de quatro escanteios. Mas Felipe continuava intransponível.
Com Renato recuado para ajudar na marcação, faltava ao Fla ligação entre a defesa e o ataque. Assim, os chutões da zaga quase sempre paravam em pés vascaínos. Até que a apreensão tomou conta do estádio: após passar mal, Ricardo Gomes solicitou atendimento médico e deixou o estádio de ambulância. O episódio desestabilizou o Vasco, que deu espaços para o rival trocar passes.
Em desvantagem, o Flamengo pouco se arriscou e optou por segurar a bola no campo de ataque. Apesar de pouco incisivo, o time ainda criou duas boas oportunidades, que Negueba e Léo Moura sequer conseguiram concluir. Os vascaínos rapidamente acertaram e tomaram novamente as rédeas da partida.
A dificuldade para definir as jogadas, porém, minou as pretensões do Vasco. Mesmo com Willians improvisado na defesa, poucas foram as conclusões. Os atacantes cruzmaltinos até chegavam com facilidade na área, mas também eram desarmados sem muitos problemas. O ponto fora da curva foi uma linda conclusão de Élton, de calcanhar. Seria um golaço, não fosse mais uma intervenção de Felipe. Pouco depois, no última lance da partida, Léo Moura derrubou Bernardo na área: pênalti não assinalado por Pericles Bassols.
No fim das contas, o 0 a 0 acabou sendo o placar natural em um clássico entre quem pouco atacou e quem não soube atacar. Melhor para o Fla, que deixou o Engenhão saboreando um empate com gosto de vitória.
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