Com uma hora de atraso, o voo que trouxe Cesar Cielo de volta ao Brasil tocou o solo de São Paulo. Acompanhado pelo técnico Alberto Silva, o bicampeão mundial dos 50m livre mostrou aparência tranquila, mas pediu para não falar com a imprensa. A passagem pelo saguão foi breve, reta, marcada pelos cumprimentos de anônimos e também por tumulto. Os pais e a irmã do nadador, que trouxe dois ouros do Mundial de Xangai, o aguardavam no Aeroporto Internacional de Guarulhos juntamente com três seguranças.
A família foi seguida pelos jornalistas até o estacionamento. Na tentativa de conseguir uma melhor imagem de Cielo, um cinegrafista chegou a ser empurrado por um dos seguranças. A mãe, Flavia Cielo, mostrou irritação ao ser abordada pelos repórteres e, com o dedo em riste, gritava para que não falassem com ela. Pouco depois, chamou uma jornalista de falsa. O campeão entrou no carro e seguiu para casa.
Os jornalistas ainda tentaram conseguir algumas palavras do técnico de Cielo, Albertinho. Educado, o treinador disse que estava de carona e que não poderia parar para dar entrevistas. O restante da delegação brasileira já havia desembarcado na terça-feira. Cielo e Albertinho haviam permanecido em Xangai por conta de documentos extraviados
A relação de Cielo com a imprensa ficou estremecida após o nadador ter sido flagrado no exame antidoping pelo uso do diurético furosemida durante o Troféu Maria Lenk. Três dias antes do início das disputas da natação em Xangai, Cesar Cielo não sabia se poderia competir. Apenas advertido pelo Tribunal Arbitral do Esporte (TAS), o brasileiro foi liberado para competir. E fez bonito na piscina do Centro Esportivo Oriental. Venceu as provas de 50m livre e 50m borboleta e ficou em quarto lugar nos 100m livre.
O Mundial, no entanto, ainda ficou marcado pela polêmica. Ao se tornar campeão mundial nos 50m borboleta, Cielo teve de enfrentar a resistência de alguns adversários, que não concordaram com a decisão do TAS de manter apenas a advertência imposta pela Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos. Logo após a prova, o queniano Jason Dunford fez sinal de negativo enquanto o brasileiro chorava com a conquista do ouro. Dunford logo ganhou apoio do sul-africano Roland Schoeman, campeão olímpico em Atenas-2004, que também esteve no Mundial. No twitter, Schoeman criticou a decisão do TAS e elogiou a reação do queniano. O francês Alain Bernard e o americano Jason Lezak também criticaram o tribunal.
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