14 de ago. de 2011

FLA ABRE VANTAGEM, NÃO SUPORTA A PRESSÃO DO FIGUEIRA E CEDE EMPATE

O Flamengo vencia o Figueirense por 2 a 0 até os oito minutos do segundo tempo graças à combinação que o levou às primeiras colocações do Brasileirão 2011: uma defesa segura e o talento de Ronaldinho Gaúcho na frente. No entanto, depois de abrir vantagem com dois gols de Deivid e participação decisiva do R10, o Fla não suportou a pressão do organizado time catarinense no Orlando Scarpelli e cedeu o empate por 2 a 2, em duelo pela 16ª rodada.
A partida teve momentos de tensão entre jogadores do Flamengo e o árbitro Heber Roberto Lopes, que distribuiu seis cartões amarelos para os rubro-negros e nenhum para os donos da casa. Ronaldinho, inclusive, alertou o técnico Vanderlei Luxemburgo que o juiz estaria ameaçando expulsar os jogadores do Flamengo. Suspensos pelo terceiro amarelo, R10 e Renato não enfrentam o Atlético-GO, na próxima quinta-feira, no Engenhão.
O resultado de 2 a 2 não chega a ser de todo o ruim para os cariocas, já que o Corinthians empatou pelo mesmo placar com o Ceará, em São Paulo. Agora, ambos estão com 34 pontos. O Timão lidera pelo número de vitórias (10 a 9). A equipe, que na véspera da partida completara 100 dias sem perder, aumenta a série invicta no Brasileirão para 16 jogos (nove vitórias e sete empates) e está bem perto da maior sequência invicta desde 2003, que pertence a São Paulo (em 2008) e Atlético-PR (em 2004): 18 partidas sem derrota durante o campeonato. Por outro lado, volta a levar gols após três rodadas.
Depois de vencer Botafogo e Atlético-MG, o Figueira mostra força, chega a 23 pontos e continua perto do G-4. O time do técnico Jorginho demonstrou bom toque de bola no meio-campo e muita determinação para igualar o placar, em seu abarrotado estádio. O próximo compromisso está marcado para quarta-feira, contra o Fluminense, no Rio.
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Pressionado, Fla pula na frente
O Orlando Scarpelli ficou cheinho, cheinho. O público pagante foi de 18.265 pessoas. Muita gente dentro, e outras tantas fora. Os vizinhos do estádio usaram sacadas, coberturas e até se amontoaram em telhados para ver o jogo que, nos dez primeiros minutos, se baseou na forte marcação.
Na tarde fria em Floripa, de sol tímido, o campo ferveu. Os jogadores do Figueira entraram acompanhados de seus pais e filhos para comemorar o Dia dos Pais. O momento ternura, no entanto, não passou daquilo. Catarinenses e cariocas brigaram por cada palmo do gramado. Até demais. Angelim se desentendeu com o atacante Júlio César; Túlio, ex-Botafogo, exagerou na força com Thiago Neves e irritou Ronaldinho e Willians.
O Figueirense criou mais, passou mais tempo com a bola. Marcou firme, mas sem abdicar do ataque, principalmente porque o Rubro-Negro deu campo e sentiu dificuldades na saída. O Figueira chegou a balançar a rede com Fernandes, aos sete minutos, mas ele estava em posição irregular. Pouco depois, o lateral-direito Bruno soltou uma bomba, e Felipe fez boa defesa.
Ronaldinho também fez Wilson trabalhar em cobrança de falta que buscava o ângulo. R10, aliás, não se limitou a jogar no canto esquerdo. Se movimentou, passeou algumas vezes pelo lado direito e buscou jogo com Léo Moura. Aos 36, em linda jogada individual pelo meio, livrou-se de vários adversários e passou para Léo. Cabeça erguida do lateral, cruzamento perfeito. Cabeça firme de Deivid, bola na rede. Com vibração pouco comum, o camisa 9 explodiu de alegria pelo sétimo gol dele no nacional. O atacante ainda desperdiçou ótima oportunidade em contra-ataque rápido, aos 44. Renato arrancou de antes do meio-campo, rolou com perfeição, mas o chute parou em Wilson.
Figueira cresce no segundo tempo
Enquanto os cerca de quatro mil rubro-negros, que até mosaico fizeram, curtiram o intervalo ao som do pagode do sistema de som do Orlando Scarpelli, os torcedores do Figueira aguardavam, apreensivos, pela volta do time em busca de reação. O técnico Jorginho promoveu a estreia de Somália, ex-Fluminense, e o escalou no lugar de Fernandes.
Ao contrário do primeiro tempo, foi o Fla quem demonstrou mais ímpeto. Thiago Neves, que fora dúvida até momentos antes do jogo por sentir dores na panturrilha esquerda, até foi às redes, mas sem bola. O camisa 7, bem abaixo do rendimento habitual, se jogou para dentro do gol, mas não alcançou o cruzamengo de Junior Cesar. Aos cinco, Ronaldinho voltou a aparecer. A cobrança de escanteio viajou e parecia ganhar forma de gol olímpico. Deivid não pagou para ver. Colocou a cabeça e fez seu o oitavo no campeonato: 2 a 0. É o vice-artilheiro, um atrás de R10.
Mas a boa vantagem durou muito pouco. Só três minutos mais tarde, Somália colocou sorriso no rosto e esperança na maioria do estádio. Encontrado por Juninho na área, o gradalhão chutou forte na saída de Felipe para diminuir.
Jorginho fez a segunda mudança antes mesmo da saída de bola rubro-negra. Lançou o meia Wilson Pittoni no lugar do volante Jackson e tornou a equipe mais ofensiva. O Figueira passou a tocar melhor a bola e a rondar a área rubro-negra. Túlio, Elias, que andava sumido, e Juninho arriscaram chutes de média distância. Ora esbarravam na zaga, ora na falta de pontaria. Empurrados pela torcida, os donos da casa chegaram ao empate, aos 25. Maicon cobrou escanteio, Felipe saiu muito mal do gol, e o zagueiro Edson se antecipou para marcar: 2 a 2. Cinco minutos antes, Thiago Neves perdeu grande chance de fazer o terceiro, em cruzamento de Ronaldinho, cabeceando por cima da baliza.
Depois do empate, o Flamengo ficou nervoso. Errou passes, fez faltas, levou cartões em sequência - Renato e Ronaldinho Gaúcho estão fora do próximo jogo. O camisa 10, aliás, correu em direção a Vanderlei Luxemburgo e reclamou:
- Ele está ameaçando a gente - disse Ronaldinho, referindo-se aos cartões de Heber Roberto Lopes.
O Figueirense sentiu o momento e cresceu. Luxemburgo colocou Bottinelli, mas mesmo assim o Flamengo não criou mais lances de perigo. Os donos da casa pressionaram até o fim, mas o time de Luxemburgo segurou o empate.

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