18 de ago. de 2011

FLA DÁ ADEUS À INVENCIBILIDADE DE FORMA MELANCÓLICA: ATLÉTICO-GO 4 A 1

Numa noite em que deu tudo errado para o Flamengo e tudo certo para o Atlético-GO, caiu o último invicto do Brasileirão 2011. Com inteligência, eficiência e todos os méritos, o Dragão, que ocupava apenas a 15ª colocação quando entrou em campo, derrotou o vice-líder com facilidade, por 4 a 1, e ficou mais longe da zona do rebaixamento. Uma estreia de gala para o técnico Hélio dos Anjos, na primeira vitória do clube goiano em solo carioca na história da competição.
Completamente atordoado no esquema com três zagueiros - entre eles o estreante Alex Silva - o Fla perdeu sua invencibilidade de 16 jogos no campeonato de maneira surpreendente e melancólica. O público para o jogo pela 17ª rodada, na noite desta quinta-feira, no Engenhão, foi de 7.649 pagantes (10.278 presentes), que proporcionaram uma renda de R$ 203.440,00.

A vitória levou o time goiano, que vinha de vitória sobre o Santos, para 19 pontos, na 14ª posição. O carioca, que sofreu sua segunda derrota na temporada (a outra foi para o Ceará, também no Engenhão, pela Copa do Brasil), ficou nos 34, três atrás do líder Corinthians, que ainda soma duas vitórias a mais (11 contra nove). A próxima partida do Flamengo será contra o Inter, domingo, às 16h (de Brasília), no Beira-Rio. O time terá os retornos de Ronaldinho Gaúcho e Renato, que cumpriram suspensão automática. Já o Atlético-GO recebe no mesmo horário, no Serra Dourada, o outro gaúcho, o Grêmio.
Perdido no 3-5-2, Fla leva dois gols no primeiro tempo
Escalado com três zagueiros (o estreante Alex Silva entre Wellinton e Ronaldo Angelim), dois volantes (Airton e Willians) e apenas um atacante (Deivid), o Flamengo teve imensas dificuldades para furar o bloqueio defensivo do Atlético-GO. A ideia de liberar os laterais para atuarem como alas só funcionou um pouco com Léo Moura no início e com Junior Cesar na parte final do primeiro tempo. No entanto, de que adianta ter jogadas pelas laterais se pouca gente entra na área adversária?
Para piorar a situação do time carioca, o goiano, que se defendia muito bem, conseguiu um gol logo aos 13 minutos por intermédio de Pituca, aproveitando saída em falso de Felipe e falha de Alex Silva. E, mesmo em vantagem, o Atlético-GO não se entrincheirou. Pelo contrário, passou a marcar a saída de bola do Flamengo. Mas isso não durou muito tempo, e o que era óbvio prevaleceu: o Dragão poupou fogo nas ventas e esperou o melhor momento para dar o bote. E ele viria!
A falta de imaginação no meio de campo flamenguista fez sua torcida ver o evidente: como Ronaldinho, que assistia à partida de camarote, faz falta... E sem Renato, o time ficava sem sua melhor opção para os chutes de fora da área. Thiago Neves e Bottineli erravam muito e, por incrível que possa parecer, Willians é quem distribuía melhor as bolas no meio de campo, o que não significava que conseguisse grandes jogadas.
Diante deste panorama, as bolas alçadas para a área sem qualquer eficiência se sucederam. Percebendo o Flamengo atordoado, o Atlético-GO dava suas estocadas de vez em quando e dificultava a vida dos zagueiros adversários. E num belo passe de Ernandes entre Alex Silva e Angelim, Juninho penetrou na área e tocou na saída de Felipe, aos 37: 2 a 0.
Deivid perdeu a melhor chance para a equipe da casa logo depois, mas foi só. Mesmo jogando em casa, o Flamengo pouco ameaçou o gol adversário nos 45 minutos iniciais.

Luxa tenta acertar o time, mas Felipe volta a falhar
Luxemburgo resolveu voltar para o 4-4-2, tirando Alex Silva e colocando o atacante Jael para a etapa final. E ficou claro logo de cara que o Flamengo tentaria sua reação com ataques aéreos. E também ficou evidente que o Atlético-GO só agrediria o adversário em situações muito favoráveis. Numa delas, conseguiu um escanteio e, da mesma forma que abriu o marcador, fez o terceiro com Anselmo, de cabeça, em nova falha de Felipe.
A partir daí, os erros de passe, que já eram marca registrada do time carioca no jogo, se intensificaram. O nervosismo tomou conta do Flamengo, das arquibancadas ao gramado, passando pela beira do campo, onde Luxa se irritava a cada passe desperdiçado por sua equipe.
O técnico do Fla ainda pôs Diego Maurício no lugar de Deivid, e Fierro, no de Airton, o que resultou em quase nada. Do outro lado, Hélio dos Anjos, ex-goleiro do Flamengo, orientava seu time para continuar puxando contra-ataques rápidos com Juninho e Anselmo, e, com exceção de uma bola na trave de Diego Maurício com quase meia hora de segundo tempo, o Atlético-GO parecia mais perto do quarto gol do que o adversário do primeiro.
E foi o que aconteceu. Anselmo fez jogada espetacular pela esquerda e deu de bandeja para Diogo Campos marcar. Boa parte da torcida do Flamengo, que já gritava "olé", aplaudiu o gol do adversário. Jael, com raça, ainda fez o de honra, mas nada que atrapalhasse a iluminada noite goiana.

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