3 de ago. de 2011

Com CR7 e Kaká em campo, fãs chineses se desdobram para torcer

Se Conca estivesse vestido com a camisa do Real Madrid, ou se Cristiano Ronaldo entrasse em campo com o uniforme do Guangzhou Evergrande, não faria a menor diferença para as mais de 40 mil pessoas que encheram o estádio do time chinês para assistir ao amistoso entre as duas equipes, nesta quarta-feira. Ainda inexperientes nesse negócio de torcer para futebol, os chineses se sentem isentos da responsabilidade de defender o escudo do clube a qualquer preço. Principalmente se quem estiver do outro lado for Cristiano Ronaldo e Kaká, os preferidos dos orientais. O duelo terminou com uma lavada do visitante sobre o time da casa por 7 a 1. Nada que abalasse, no entanto, a felicidade de quem viu de perto algumas das maiores estrelas do mundo dentro das quatro linhas.


A diferença da torcida chinesa para a grande maioria do mundo já começa antes mesmo do juiz apitar o início da partida. Quando o time rival entrou em campo nesta quarta-feira, a vibração foi geral. Ninguém sequer ensaiou puxar uma vaia. E, logo depois do pontapé inicial, a torcida foi à loucura quando Cristiano Ronaldo tocou na bola pela primeira vez.
Torcer para dois times não é fácil. Logo nos primeiros cinco minutos, os chineses tiveram trabalho para incentivar os ataques dos dois lados. E não era apenas nas chances de gol que eles vibravam. Em um dos contra-ataques do Real Madrid, Cristiano Ronaldo correu para alcançar a enfiada pela esquerda, mas a bola acabou saindo pela lateral. A tentativa do craque português já foi o suficiente para os torcedores aplaudirem com entusiasmo.
A concorrência era grande, mas os chineses não deixaram de vibrar também quando o ídolo do time local, o atacante Muriqui, conseguia tocar na bola. Já Darío Conca, ex-jogador do Fluminense contratado pelo Guangzhou com um dos maiores salários do mundo, ainda não parece ter encantado para valer a torcida local.

Os três gols que saíram no primeiro tempo da partida foram comemorados da mesma forma. Com um sonoro “Ohhhh”, seguido por palmas. Muitas palmas. Lembrando que nas três vezes foi o time “rival” quem fez a rede balançar. Nada de muito estranho para quem se acostumou até a aplaudir o juiz por uma falta bem marcada.
No segundo tempo, o treinador do Real Madrid, José Mourinho, resolveu presentear os chineses com mais craques dentro de campo. Foi só o brasileiro levantar do banco para aquecer, que logo começou o coro: “Kaká, Kaká”. Ele foi apenas um dos oito jogadores substituídos, o suficiente para atrapalhar a cabeça da jovem chinesa sentada ao meu lado na arquibancada. Difícil saber ao certo o que ela dizia, mas não há dúvidas de que procurava por Kaká, devidamente apontado pelo namorado em seguida.
Daí em diante, a diversão foi torcer para que o brasileiro também fizesse o seu. Não saiu. Mas o Real Madrid marcaria outras quatro vezes. Aos 42 minutos dos segundo tempo, Yang Yihu fez o gol de honra para o Guangzhou e conseguiu pela primeira vez na partida fazer o comportado público quebrar o protocolo e comemorar de pé a façanha. Era o fim perfeito para o duelo que, na verdade, terminou em 8 a 0 para os chineses.


Nenhum comentário: