A presidente Dilma Rousseff recebeu nesta quinta-feira, no Palácio do Planalto, em Brasília, o volante Tinga, do Cruzeiro, e o árbitro gaúcho Márcio Chagas da Silva, que foram vítimas recentemente de ofensas racistas em estádios de futebol. O encontro foi solicitado pela própria presidente, que queria demonstrar pessoalmente sua solidariedade aos dois. Dilma aproveitou para reforçar também o objetivo do governo de usar a Copa do Mundo para combater o racismo no país.
- Foi um encontro interessante. A presidente se preocupou com as situações que ocorreram no último mês, e tive a oportunidade de falar sobre outras coisas que também acontecem no nosso país em termos de preconceito, seja com religião, opção sexual, forma física, entre outros - relatou Tinga após o encontro.
Presidente Dilma Roussef posa entre Márcio Chagas Filho e o cruzeirense Tinga (Foto: Divulgação Planalto.gov.br)
- Ela (Dilma) se mostrou solidária pelos fatos que aconteceram comigo, com o Tinga, com o Arouca, e tantas outras pessoas que sofrem preconceito no seu dia a dia. É importante encamparmos algo que faça com que a população comece a se dar conta do que está acontecendo e agir de forma que isso seja minimizado. Não podemos ter a utopia de que vai acabar, mas podemos conseguir minimizar com mobilização, mostrando o que acontece, e não mascarando como vinha sendo feito - completou Márcio Chagas.
Além do jogador e do árbitro, também participaram da reunião o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, a ministra Luiza Bairros, da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), e o ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência da República. Durante o encontro, a presidente recebeu de Tinga um livro e uma camisa do Cruzeiro. Atleticana, Dilma brincou com os presentes.
- O povo do Atlético vai me matar - disse a presidente sorrindo.
O volante Tinga foi hostilizado por torcedores do Real Garcilaso, do Peru, durante partida do Cruzeiro pela Libertadores, no dia 12 de fevereiro. Na ocasião, torcedores do time peruano ficaram imitando sons de macaco a cada toque do volante cruzeirense na bola.
Além do jogador e do árbitro, também participaram da reunião o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, a ministra Luiza Bairros, da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), e o ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência da República. Durante o encontro, a presidente recebeu de Tinga um livro e uma camisa do Cruzeiro. Atleticana, Dilma brincou com os presentes.
- O povo do Atlético vai me matar - disse a presidente sorrindo.
O volante Tinga foi hostilizado por torcedores do Real Garcilaso, do Peru, durante partida do Cruzeiro pela Libertadores, no dia 12 de fevereiro. Na ocasião, torcedores do time peruano ficaram imitando sons de macaco a cada toque do volante cruzeirense na bola.
Já o árbitro Márcio Chagas da Silva encontrou bananas no seu carro após partida entre Esportivo e Veranópolis, pelo Campeonato Gaúcho, no dia 6 de março (acompanhe agora o julgamento do Esportivo, denunciado por racismo, em Tempo Real).
Outro caso de racismo no Brasil também foi registrado recentemente. O volante Arouca, do Santos, foi chamado de macaco por torcedores no momento em que concedia entrevista após a vitória por 5 a 2, sobre o Mogi Mirim, pelo Campeonato Paulista, no dia 7 de março.
- Na minha opinião, no nosso país temos todo o tipo de preconceito. Também manifestei isso e falei para a presidente que acredito que somente através da educação é possível resolver. A educação é o que nos faz pensar nos outros - disse Tinga.
Copa contra o racismo
No encontro com o jogador e o árbitro, Dilma Rousseff também voltou a falar sobre o objetivo do governo federal de usar a Copa do Mundo para reforçar as campanhas de combate ao racismo no país.
Outro caso de racismo no Brasil também foi registrado recentemente. O volante Arouca, do Santos, foi chamado de macaco por torcedores no momento em que concedia entrevista após a vitória por 5 a 2, sobre o Mogi Mirim, pelo Campeonato Paulista, no dia 7 de março.
- Na minha opinião, no nosso país temos todo o tipo de preconceito. Também manifestei isso e falei para a presidente que acredito que somente através da educação é possível resolver. A educação é o que nos faz pensar nos outros - disse Tinga.
Copa contra o racismo
No encontro com o jogador e o árbitro, Dilma Rousseff também voltou a falar sobre o objetivo do governo federal de usar a Copa do Mundo para reforçar as campanhas de combate ao racismo no país.
SAIBA MAIS
- A posição e a determinação do governo é enfrentar esse tipo de prática. A presidente já tinha manifestado ao presidente da Fifa o interesse de que a Copa do Mundo tivesse duas grandes marcas: uma do combate ao racismo e a outra de promoção da paz. Ela também já manifestou esse interesse junto ao Papa e ao presidente da ONU, e as coisas estão sendo encaminhadas neste sentido - explicou o ministro do Esporte, Aldo Rebelo.
Segundo o ministro, a Fifa apoiou a ideia e está desenvolvendo, em parceria com o governo, estratégias de combate ao racismo durante o Mundial.
Punições
Os três casos de racismo tiveram processos de investigação abertos por autoridades esportivas. No caso de Tinga, a Conmebol abriu um inquérito disciplinar contra o time do Real Garcilaso, mas nenhuma punição foi confirmada até o momento. Entre as possibilidades previstas no regulamento da entidade, estão multa, jogos com portões fechados e até mesmo a exclusão da competição.
Segundo o ministro, a Fifa apoiou a ideia e está desenvolvendo, em parceria com o governo, estratégias de combate ao racismo durante o Mundial.
Punições
Os três casos de racismo tiveram processos de investigação abertos por autoridades esportivas. No caso de Tinga, a Conmebol abriu um inquérito disciplinar contra o time do Real Garcilaso, mas nenhuma punição foi confirmada até o momento. Entre as possibilidades previstas no regulamento da entidade, estão multa, jogos com portões fechados e até mesmo a exclusão da competição.
No caso envolvendo o árbitro gaúcho, o Esportivo, mandante da partida, será julgado nesta quinta-feira pelo Tribunal de Justiça Desportiva do Rio Grande do Sul e pode receber multa e perder pontos no campeonato. Já com relação às ofensas racistas sofridas pelo volante Arouca, o Mogi Mirim foi denunciado ao Tribunal de Justiça Desportiva de São Paulo (TJD-SP).
Além das punições esportivas, nos dois casos ocorridos no Brasil também foram abertos inquéritos policiais para tentar identificar e punir os autores as ofensas racistas.
Apesar das medidas, o volante Tinga não acredita que a punição seja a melhor maneira de acabar com o problema e voltou a defender as campanhas educativas e a conscientização.
- Espero que tenha punição, mas tenho convicção de que não é isso que muda. Punir alguém ou não. Acredito que o que muda é a educação. É importante que, mesmo depois da Copa, a gente continue brigando contra qualquer tipo de preconceito - afirmou o volante cruzeirense.
Já Márcio Chagas pediu que as vítimas de preconceito continuem denunciando e disse que, no caso do futebol, os próprios árbitros precisam ajudar no combate.
- Os árbitros têm o poder e o dever, se por ventura perceber esse tipo de manifesto, fazer prevalecer um ambiente harmônico para que o atleta possa desempenhar sua função dentro do jogo. Eu pararia a partida em respeito ao ser humano (no caso do Tinga). Acho que faltou esse bom senso por parte do árbitro. Ele disse que não percebeu, mas todos perceberam o que aconteceu, e acho que a gente tem que ser solidário ao próximo.
Apesar das medidas, o volante Tinga não acredita que a punição seja a melhor maneira de acabar com o problema e voltou a defender as campanhas educativas e a conscientização.
- Espero que tenha punição, mas tenho convicção de que não é isso que muda. Punir alguém ou não. Acredito que o que muda é a educação. É importante que, mesmo depois da Copa, a gente continue brigando contra qualquer tipo de preconceito - afirmou o volante cruzeirense.
Já Márcio Chagas pediu que as vítimas de preconceito continuem denunciando e disse que, no caso do futebol, os próprios árbitros precisam ajudar no combate.
- Os árbitros têm o poder e o dever, se por ventura perceber esse tipo de manifesto, fazer prevalecer um ambiente harmônico para que o atleta possa desempenhar sua função dentro do jogo. Eu pararia a partida em respeito ao ser humano (no caso do Tinga). Acho que faltou esse bom senso por parte do árbitro. Ele disse que não percebeu, mas todos perceberam o que aconteceu, e acho que a gente tem que ser solidário ao próximo.
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