No Santos, o técnico Muricy Ramalhocomandou Neymar, hoje no Barcelona, e viu de perto a evolução do jovem craque, além de assistir de perto a sua saída para o futebol espanhol e a escolha pelo clube catalão. No “Bem, Amigos!”, o atual treinador do São Paulo vê Neymar triste enquanto amarga algumas vezes o banco de reservas sob o comando do argentino Tata Martino no Barça, e acredita que em campo o jogador brasileiro tem se sentido preterido ao lado do “dono” do time, LionelMessi (assista ao vídeo).
- A gente percebe que ele está meio incomodado. Ele é um cara que respeita demais as pessoas, e chegou lá e falou: "o cara aqui é o Messi". Ele não chegou grandão no começo, pegava a bola e tocava, mas quando começou a jogar do jeito que gosta e se mexer, falou: "treinador, dá um tempo aí", e começou a driblar e fazer gols, e foi o Neymar e foi para a manchete. Mas agora começou tudo de novo. Outro dia foi bem claro, duas jogadas contra o (Manchester) City, o Messi pegou e o Neymar abriu livre para fazer o gol, e o Messi não meteu a bola. Estou sentido o moleque triste, porque se percebe que fazem o jogo sempre para um jogador só. Agora põe no banco e está chegando a Copa do Mundo - afirmou o técnico, que ainda revelou escrever sempre para o jogador.
Muricy Ramalho revela a torcida desde sempre para que Neymar escolhesse o Barcelona, mesmo diante de uma oferta financeira muito maior feita pelo Real Madrid. Mas relembra um jogo do time catalão com o Atlético de Madrid, quando Tata Martino deixou Messi e Neymar no banco de reservas, para protesto do técnico brasileiro.
- A minha preocupação na época dele ir embora ou não era de, momento em que ele estava no nosso país lá em cima, ir para o Real Madrid, que eu não queria que ele fosse, porque lá é difícil demais. Tivemos problema com o Robinho e com o Kaká. E tem coisa na Europa que não dá para entender. Outro dia foi jogar Barcelona e Atlético de Madri pela liderança, em Madri, e colocou os dois (Neymar e Messi) no banco. Sou torcedor de futebol também, e vi Messi e Neymar no banco, é ser precioso demais. Gosto de ver sempre o Barcelona jogar, sou fã, e o cara põe os dois no banco, agora pôs o Neymar do lado direito também. Nesse jogo (contra o Osasuna) que teve facilidade, ele tirou o Neymar.
O treinador do São Paulo não esconde a admiração que tem pelo craque, principal esperança do Brasil na Copa do Mundo que começa em junho. Sobre a época em que o dirigia no Santos, Muricy cita algumas passagens para demonstrar a dedicação de Neymar tanto em campo como fora dele, e o cita como exemplo para os demais jogadores.
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- Neymar é diferente porque é diferente em tudo. Por exemplo, jogava quarta à noite e quinta tinha jogo-treino, ele chegava lá e eu mandava ir para a piscina, massagem, e ele dizia: "quero treinar professor". Treinava com os caras que não jogavam. Nunca doía nada nele. Isso é a mais, por isso que ele é o Neymar. Você tem que pegar esses caras como exemplo. Pegava o Gabigol e o Victor Andrade, colocava na cadeira e dizia: “olha os caras que são exemplo, olha o Neymar, como ele faz, como ele atende as pessoas”. Chegava em Porto Alegre e o aeroporto cheio de meninas e não dava pra atender. No hotel, 22h, ele descia e ficava uma hora tirando fotografia, o cara é diferente, esse quer a mais que os outros, que não querem. O cara tem que querer, senão não dá - concluiu.
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