4 de mai. de 2014

Jayme exalta determinação: "Uma substituição não faz trabalho todo"

Após três rodadas, o Flamengo enfim conquistou sua primeira vitória no Campeonato Brasileiro ao bater o Palmeiras por 4 a 2 na tarde deste domingo (veja os lances no vídeo ao lado). Depois de ficar cinco jogos sem vencer e dois sem sequer balançar as redes, Jayme de Almeida apostou numa formação mais ofensiva no Maracanã. Apesar de ficar duas vezes atrás do placar, o comandante rubro-negro disse que o resultado dá moral para o Fla. Ele elogiou a entrada de Lucas Mugni no intervalo, mas analisou que o fundamental foi a mudança de postura dos jogadores no segundo tempo.
- Uma substituição não faz esse trabalho todo. Foi questão também do time participar mais. Com a entrada do Mugni, voltamos a fazer o trabalho pelas beiras e o Mugni por dentro. Mudou também a postura da equipe, que teve maior determinação. Fisicamente fomos muito mais fortes, até porque começamos a criar espaços com jogadores rápidos pelos flancos. Tenho um plantel com jogadores que confio muito. Por isso, coloquei o Negueba na equipe sem problema nenhum. O Palmeiras tem laterais que apoiam muito e precisamos de gente ali - explicou.
Jayme de Almeida Flamengo x Palmeiras (Foto: André Durão / Globoesporte.com)Jayme de Almeida ficou preocupado no primeiro tempo, mas gostou da etapa final (Foto: André Durão/Globoesporte.com)
Mugni iniciou a jogada do segundo gol rubro-negro, de Márcio Araújo, e deu a assistência para o terceiro, marcado por Alecsandro. Embora o argentino tenha se apresentado bem, Jayme ainda mostra cautela quando o assunto é a titularidade do jogador. Mas o treinador reforçou a confiança no jovem meia.
- O Mugni entrou muito bem. É um garoto que um dia vai bem, vai mal, mas está nos nossos planos. Tem 22 anos, vai nos ajudar muito. Está se adaptando ao futebol do Rio, ao Flamengo. Conto muito com ele, começando os jogos ou não. Tendo jogador desse nível, lógico que facilita. O tempo inteiro no bate e volta ninguém aguenta. Estamos trabalhando o Mugni, que é um menino. Tem hora que ele gosta de ser centroavante, quer se meter lá na frente, e não adianta nada. Agora, ele está fazendo a função de meia, tem um bom passe, e esperamos que cresça para nos ajudar muito. 
O Fla somou quatro pontos e saltou da zona de rebaixamento para o nono lugar da tabela de classificação, ao lado de Sport e Vitória. O Rubro-Negro volta a campo no próximo domingo para o clássico Fla-Flu, às 16h (de Brasília), de novo no Maracanã.
Confira outros trechos da entrevista coletiva de Jayme de Almeida:
O jogo

- O Palmeiras teve um pouquinho mais vontade do Flamengo (no primeiro tempo), isso faz a diferença. Pensamos uma coisa e tivemos que mudar no intervalo. Seria uma maldade com o Nixon mandar fazer uma função e íamos perder o meio-campo e o Palmeiras fazer mais gols. O Palmeiras fez o gol, ficou no contra-ataque bem e tirou o espaço do Nixon, que não é um jogador de vir buscar o jogo. No segundo tempo, modificamos, pedimos para o Mugni trabalhar a bola no meio-campo e também mudamos na questão de determinação. Tivemos mais posse de bola, movimentação, contra-ataques ótimos, e está todo mundo de parabéns. Não é fácil sair perdendo duas vezes e conseguir virar. Dá uma moral maior. Já tinha acontecido assim em São Paulo, quando fomos bem contra o Corinthians mesmo com dez. Temos um grupo de atletas que confiamos e tem um respeito muito grande pelo clube. Foi um resultado muito bom. 
Não acho cinco resultados negativos. De cinco, dois fomos campeões cariocas. Esses cinco não batem na minha conta. O único resultado que poderíamos ter vencido foi o empate com o Goiás. Todo mundo achava que era fácil, mas não é. Jogo com o Corinthians é clássico, tivemos jogador expulso, o que não é justificativa. Mesmo com dez, jogamos de igual para igual. Foi um jogo parelho e ainda na segunda rodada. Já começaram a falar que o Flamengo ia cair. Tem muita coisa ainda"
Jayme de Almeida, sobre o fim do jejum
Fim do jejum de cinco partidas sem vencer

- Não acho cinco resultados negativos. De cinco, dois fomos campeões cariocas. Esses cinco não batem na minha conta. O único resultado que poderíamos ter vencido foi o empate com o Goiás. Todo mundo achava que era fácil, mas não é. Jogo com o Corinthians é clássico, tivemos jogador expulso, o que não é justificativa. Mesmo com dez, jogamos de igual para igual. Foi um jogo parelho e ainda na segunda rodada. Já começaram a falar que o Flamengo ia cair. Tenho consciência muito tranquila do que faço. Tem muita coisa ainda. Foi um início que dá uma direção para este grupo, que precisa muito deste fator de agregar, de lutar, de se entregar mais. No segundo tempo, mudamos a atitude em relação ao jogo. 

Entrada de Mugni no lugar de Nixon

- Entrou um que foi bem no jogo. Já botei jogadores que não entraram bem, comecei com um time que não estava bem. O Flamengo é um grupo. Todos foram muito mal no primeiro tempo e bem no segundo. É um grupo onde todos são importantes. Eu não abro mão disso. 

Meta para o Fla até a parada da Copa do Mundo

- Temos uma ideia do que precisamos fazer, que é disputar todos os jogos como se fosse um final. Se não pontuarmos, vai fazer falta no final. São jogos difíceis, não há jogo fácil. Quando você pensa que um time vai pontuar para caramba, perde. Os chamados médios e pequenos perdem. Está muito embolado. Quem começar a pontuar e sair desse bolo, vai poder pensar em algo maior. Eu confio nesses atletas. O Flamengo tem que entrar para disputar, para ganhar. O espírito tem que ser esse. 

Fla-Flu
- Tem que ser baseado pelo que aconteceu com o Palmeiras. Fla-Flu é sempre especial, não tem favorito, não tem isso de que um time está melhor. É sempre diferente. Temos uma base pelo que o time apresentou hoje. 
Contratação de um meia

- Temos tentado desde o início do ano com algumas ideias. Umas foram pouco usadas com o problema do Elano, o Mugni foi usado e foi muito bem agora. O Mattheus é um menino que joga ali e temos que ter cuidado para colocar. É uma função que se tiver mais do que um, vai nos ajudar muito. A parte de marcação estamos bem servidos, mas sentimos a falta de um jogador para revezar com o Mugni e o Elano. Se a diretoria conseguir um jogador que possa nos ajudar, ótimo.
A parte de marcação estamos bem servidos, mas sentimos a falta de um jogador para revezar com o Mugni e o Elano. Se a diretoria conseguir um jogador que possa nos ajudar, ótimo"
Jayme, sobre contratação de um meia
Fim do jejum de gols

- Não fazer gols em dois jogos não é o ideal, mas também não é desesperador como se tentou fazer. No Flamengo, qualquer coisinha fica grande para caramba. O Flamengo fez gols o ano inteiro, gol para caramba. Não é bom, mas é normal deixar de fazer gols em dois jogos. É do esporte, faz parte. Se fossem dez... Fizemos quatro, com atacante fazendo. Vamos esperar ficar mais dois jogos sem fazer para começarem tudo de novo.

Jogada de Wallace no quarto gol

- Não é uma jogada ensaiada, não é coisa que aconteça toda hora. Fui zagueiro, também saia, mas é algo intuitivo. Saiu um belo gol, porque a jogada foi maravilhosa. Wallace é um jogador que tem muita força, tem a passada larga, deixa os caras para trás. Está de parabéns. 

Volta do Fla ao Maracanã

- É óbvio que jogar no Maracanã é muito melhor. Toda vez que pudermos voltar aqui, jogar aqui, é melhor, mas trabalhamos para o clube e acatamos as decisões pertinentes em relação a dinheiro. Se gostamos de receber em dia, temos que respeitar.

Estratégia para o Fla-Flu
 
- Não vi o jogo. Estava no hotel, mas não tinha como ver. Estava lendo, um amigo me liga 23h15 da noite, e disse: "A filial acabou de ganhar do Fluminense". Perguntei: "Que filial?". Ele disse: "O Flamenguinho, o Vitória". A verdade é que é equilíbrio no Brasileiro, é muito parelho. Disseram que o Fluminense era o melhor time do mundo, mas podia perder para o Vitória. Quem está largando bem é o Cruzeiro, que está conseguindo fazer pontos mesmo com os reservas

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