27 de mai. de 2014

Questionado, Júlio Cesar diz: "Eu me tornei um profissional melhor, focado"

Júlio Cesar falou por mais de 50 minutos no início desta tarde, na Granja Comary. Naturalmente, ele foi quem recebeu o maior número de perguntas ao lado de seus dois reservas, Jefferson e Victor. O camisa 12, que deverá começar a Copa do Mundo como titular, comentou o impacto que a derrota por 2 a 1 para a Holanda, em 2010, teve sobre sua vida. Na ocasião, ele saiu mal no primeiro gol marcado pelo meia Sneijder.
- Posso falar que me tornei um profissional melhor, mais focado. Quando as coisas acontecem positivamente na carreira, você acaba relaxando um pouco. Cheguei muito autoconfiante em 2010 por tudo que aconteceu no Inter de Milão (seu clube na época) e pelo que a mídia criou em torno. Às vezes, autoconfiança atrapalha.
O goleiro sabe que está questionado. Enquanto seus concorrentes brilham no Botafogo e no Atlético-MG, ele foi para o Toronto após não conseguir acerto com outro clube. O fato de ter disputado apenas sete partidas neste ano e ter tido vários problemas nos últimos quatro anos, somado à falha contra a Holanda, colocam Júlio Cesar em xeque. Mesmo assim, ele diz estar melhor do que em 2010, quando era considerado o melhor goleiro do mundo.
- Hoje, me sinto mais preparado. Tirei muitas coisas positivas daquela adversidade. Tive problemas com a Inter de Milão, o QPR (seu clube anterior, na Inglaterra), mas nessas horas tive muita força para estar aqui hoje. Chego bastante questionado, mas feliz por estar em mais uma Copa do Mundo e no Brasil. O que eu combinei comigo mesmo aconteceu.
O titular também comentou sobre a Brazuca, bola que será usada no Mundial. Em 2010, ele foi um dos críticos mais severos da Jabulani. Agora, fez elogios e disse que o fato de a mesma bola ser usada na MLS, liga americana da qual ele participa, o ajudou na preparação.
- Eu já vinha treinando e jogando com ela, isso me ajuda bastante a desempenhar bons trabalhos aqui. É uma bola boa, acho que os jogadores de linha vão gostar.
Julio Cesar brasil coletiva (Foto: Gaspar Nobrega / Vipcomm)Julio César diz que chega melhor em 2014 do que na Copa de 2010 (Foto: Gaspar Nobrega / Vipcomm)

Confira os principais tópicos da entrevista do goleiro:
 Felipão e Parreira
"O mais importante é o otimismo que eles passam para a gente no dia-a-dia. Faz com que entremos em campo com uma força muito grande. É a experiência que eles obtiveram em todos esses anos de carreira.”
Foi uma preparação excelente, é um clube muito estruturado. Escutei gente falando que eu ia jogar com o Pato Donald. Acho que a parte técnica não interfere muito na minha posição 
Julio César
 Grupo mais unido que em 2010?
“Por ter disputado as Eliminatórias, o Dunga teve oportunidade de criar um grupo por mais tempo. Trabalhamos juntos por três anos e meio. Mas o Felipão e o Parreira conseguiram a mesma coisa com esse grupo em tão pouco tempo. Fizeram com que cada um entendesse o respeito pelo companheiro, são 23 feras querendo jogar, ser protagonista, e a importância da comissão técnica para administrar é fundamental. Num curto período, fizeram um grupo tão unido quanto o de 2010.”
Os brincalhões“O Marcelo e o Fred são incríveis, estão sempre alegrando o ambiente, botando o clima pra cima. Fazem com que a gente fique mais descontraído, esqueça a pressão.”

Titular
“Sendo bem sincero, não me sinto titular. Jefferson e Victor são grandíssimos goleiros e têm condição de vestir a camisa da Seleção. É claro que saio na frente por ter ganhado a Copa das Confederações, pegado um pênalti na semifinal, mas um ano já se passou.”
Toronto
“Foi uma preparação excelente, é um clube muito estruturado. Escutei gente falando que eu ia jogar com o Pato Donald. Acho que a parte técnica não interfere muito na minha posição. Joguei sete partidas e tomei nove gols, saí de lá chateado por não deixar o time entre os cinco primeiros. Para o goleiro é igual, o cruzamento, o tiro de meta... Para um jogador de linha pode mudar mais.”
Jogou pouco
“Vou chegar mais descansado do que os outros (risos). Para um goleiro, é muito importante jogar. Escolhi o Toronto para pegar ritmo de jogo, sentir a bola, o chute, o reflexo. Foi o único time que abriu as portas para mim. Psicologicamente chego bem, seria mais difícil se não tivesse jogado nenhuma partida.”

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