A presidente do Flamengo, Patricia Amorim, deu uma palestra na noite da última terça para cerca de 80 jovens da Comunidade Judaica do Rio, a qual ela pertence, na Zona Sul do Rio. Com a maioria da plateia formada por torcedores rubro-negros, a dirigente ouviu logo na primeira pergunta a dúvida que ronda o clube. Afinal, por que, cinco meses depois da contratação de Ronaldinho Gaúcho, o Flamengo não conseguiu um patrocinador master?
Patricia garante que a situação financeira do clube permite que as pedidas continuem acima dos R$ 20 milhões. Mas a presidente, que a princípio admitia apenas contratos longos, informou que o Rubro-Negro poderá fechar um acordo apenas para o Campeonato Brasileiro (peito e barra da camisa).
- Hoje a gente não tem dificuldade financeira de fluxo. Apenas um passivo que ainda nos assombra. Tivemos muitas propostas de R$15 a R$ 17 milhões, mas nossa meta é algo acima dos R$ 20 milhões. Não vou desvalorizar a propriedade. Enquanto não trouxer dificuldade financeira, vou esticar a corda. Não posso fazer da camisa do Flamengo uma colcha de retalhos, com dez patrocinadores. Mas confio que vamos fechar algo melhor, nem que seja só para o Campeonato Brasileiro – disse a dirigente.
Patricia também foi questionada a respeito da construção de um estádio. No fim do ano passado, a prefeitura de Duque de Caxias chegou a oferecer um terreno para uma arena rubro-negra, mas tudo não passou de conversas e o assunto nunca mais voltou a ser pauta.
- O prefeito atual (Eduardo Paes) não quer um novo estádio na cidade, acha que vai esvaziar o municipal. Então fomos para a Baixada e a prefeitura de Caxias me ofereceu um terreno que pertence à Marinha, o que complicou. Por isso, concentramos nossos esforços no Centro de Treinamento. Isso vai nos ajudar a pagar o nosso passivo, é a fábrica do Flamengo. Mas estamos abertos a sugestões, se tiver um terreno bacana por aí é só falar. Incomoda muito ter essa marca, esse tamanho e não ter um estádio para jogar – disse a presidente, que pretende assinar uma parceria com o Maracanã após o término das obras.
– No momento, a proposta do Flamengo é fechar uma parceria com o Maracanã, que é a casa do clube, independentemente da construção de uma arena.
No encontro, Patricia Amorim exaltou sua origem judaica, poucas vezes citada publicamente, e garantiu que ela também foi importante para lidar com a toda a desconfiança.
– Sou mulher, judia, vim do esporte olímpico em um clube de futebol. Sempre estive preparada para sofrer com desconfiança – brincou.
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