5 de abr. de 2011

Nos passos de C. Ronaldo e Rooney, gêmeos celebram ano de afirmação



O presente chegou para os gêmeos do Manchester United. Contratados em 2006 e apresentados assim que completaram 18 anos, em julho de 2008, Rafael e Fábio já podem dizer que são peças importantes dos Diabos Vermelhos. “Xodós” de Sir Alex Ferguson, ambos já ultrapassaram a marca dos 10 jogos em uma temporada que pode ser definida como a de afirmação no terceiro ano de casa. Nesta quarta-feira, na partida mais importante dela até o momento, contra o Chelsea, no Stamford Bridge, pela quartas de final da Liga dos Campeões, eles estarão lá.



Presente em 25 jogos, sendo 23 como titular, Rafael ganhou ainda mais espaço com a aposentadoria do lateral-direito e ídolo do clube Gary Neville. Fábio, que atuou em 11 partidas, quatro desde o início, ainda encontra a resistência do francês Patrice Evra, dono da lateral esquerda. Mas já fez até gol...

– Não joguei no meu primeiro ano aqui, e agora já tenho esses números. Quanto mais passa o tempo mais eu vou me afirmando. Esse é o meu ano – disse Fábio, em entrevista ao GLOBOESPORTE.COM.



Wayne Rooney, Chicharito Hernández, a adoração por Ferguson, a grande chance de o clube se tornar o maior campeão da história do Campeonato Inglês também foram assuntos abordados pelos gêmeos às vésperas do confronto contra os Blues. São jovens, brincalhões, mas há espaço de sobra para a seriedade em momentos tão decisivos da temporada como agora.





RAFAEL: Acho que sim. Nós temos jogado mais, cada vez vamos ficando mais velhos. Já peguei bastante experiência. Quando eu cheguei tinham outros donos da posição, mas fui mostrando que poderia dar conta do recado. Foi até por isso que o (Gary) Neville se aposentou. Ele disse que era hora de dar espaço aos mais jovens.

FÁBIO: Não joguei no meu primeiro ano aqui, e agora já tenho esses números. Quanto mais passa o tempo mais eu vou me afirmando. Esse é o meu ano. O Evra é considerado aqui na Europa um dos maiores laterais do mundo, e isso dificultou, é claro, mas vamos sempre aprendendo o nosso jogo. Tudo o que faço eu aprendo com ele e vou evoluindo meu futebol.

O Ferguson já disse anteriormente que contratou Cristiano Ronaldo e Wayne Rooney, lá no início da década, pensando no futuro. Com vocês é o mesmo?

R: Exatamente. O Ferguson gostar de acompanhar todo esse processo e colocar o jogador na hora certa.

F: Por dentro do Manchester há uma equipe incrível. Os olheiros trabalham bem e conseguem descobrir bons jogadores pelo mundo. Isso é estrutura, e eles cresceram muito nesse sentido. O (Cristiano) Ronaldo veio para cá com 18 anos, o Rooney também muito cedo...

O mexicano Chicharito Hernández é o novo xodó do time? Chegou nessa temporada e já vem encantando a todos com gols importantes. Chegou até a barrar o artilheiro Berbatov.

R: É um grande jogador. Tem muito a evoluir ainda, como nós, mas chegou bem e já sendo importante para o time. Tenho bastante contato com ele, mas falo mais em inglês com ele. Não me arrisco no portunhol (risos).

F: Ele caiu nas graças da torcida que já o ama. Tem até uma música que brinca com o Carroll, do Liverpool, e o Torres, do Chelsea. Para você ver como o Manchester contrata as pessoas certas e escolhe muito bem. O Ferguson não gosta de gastar muito dinheiro.

Wayne Rooney não tem feito uma temporada de artilheiro como a última, mas tem sido decisivo com importantes assistências (nota: no último sábado, fez os três da virada sobre o West Ham). E o time, pelo visto, não depende mais dele.

R: Agora ele voltou a ser importante como foi contra o Manchester City. É um cara que pode decidir a qualquer momento, talvez não tenha sido tão fundamental quanto no ano passado, mas é um cara que qualquer clube grande precisa. Quando cheguei aqui ele era mais nervoso, agora brinca com todos.

F: O Rooney vivia uma fase muito boa, toda bola que ele batia entrava. Mas sempre foi de ajudar mais o time, seja com assistência ou a marcação forte lá na frente. O Manchester é muito conjunto.

O título inglês, não há como negar, está próximo. E, se vier, será o 19º do clube, que ultrapassaria o Liverpool (18) e seria o maior vencedor sem ninguém ao lado. É a prioridade da temporada?

R: Eles falam que sim. O objetivo é esse: chegar a 19 títulos, quando Ferguson chegou a Manchester já tinha isso em mente.

F: É a meta do Ferguson. A rivalidade com o Liverpool é muito grande, mesmo que o Gre-Nal, por exemplo. Um não gosta do outro, não pode ir para a cidade do outro...

Já especularam que o Ferguson poderia se aposentar em pouco tempo (nota: nesta terça, ele reafirmou que o trono do Manchester tem dono por tempo indeterminado). Como ele é diariamente?

R: Vou ser sincero: ele nunca comentou nada conosco sobre aposentadoria. Antigamente pensou, mas agora ele está focado em ganhar todos esses títulos. Ele nunca relaxa, sempre pega pesado conosco (risos).

Thiago Silva foi especulado no Manchester United na próxima temporada. Vocês não chegaram a jogar juntos no Fluminense, mas o conheceram lá.

R: Fiquei sabendo no dia sobre essa possível contratação. É um grande jogador, um craque no posicionamento, antecipação... Estou torcendo muito para que ele venha.

F: Thiago Silva é alto nível. Quem sabe se ele vier o Ferguson não possa jogar com três zagueiros e deixar eu e Rafael apoiando mais. Seria bonito, mas é quase um sonho (risos).

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