Com defesas espetaculares principalmente no primeiro tempo, o goleiro Manuel Neuer tentou roubar a atenção na primeira semifinal da Liga dos Campeões entre Manchester United e Schalke 04, nesta terça-feira, em Gelsenkirchen. Pretendido pelos ingleses para substituir o futuro aposentado Van der Sar, o "paredão alemão" só pôde evitar que a pressão de Rooney, Giggs & Cia. se transformasse em uma goleada. Com uma vitória incontestável por 2 a 0 na casa do adversário, os Diabos Vermelhos abriram ótima vantagem rumo à grande decisão do dia 28 de maio, em Wembley.
As equipes voltam a se enfrentar no próximo dia 4 de maio, quarta-feira, também às 15h45m (de Brasília), agora no Old Trafford, na Inglaterra. O time do técnico Alex Ferguson pode perder por um gol de diferença e deixa a missão de quase um milagre para os azuis-reais. A repetição do placar leva o confronto para a prorrogação, enquanto triunfos por dois de diferença a partir de 3 a 1 dão a vaga para os alemães.
Até lá, o vencedor da outra semifinal, entre Barcelona e Real Madrid, já será conhecido - espanhóis jogam pela primeira vez nesta quarta, no Bernabéu, e definem o finalista no dia 3, terça, no Camp Nou. Ambas as partidas terão transmissão da TV Globo e do GLOBOESPORTE.COM.
Líder do Campeonato Inglês, o Manchester United tem outro confronto decisivo no domingo, quando visita o Arsenal, terceiro colocado, no Emirates Stadium. Uma vitória é quase obrigatória para que o vice-líder Chelsea, seis pontos atrás, não se aproxime na reta final da competição antes do confronto direito entre Diabos Vermelhos e Blues.
O Schalke, no entanto, vive um momento curioso na temporada já que, após ter conseguido a vaga nas semifinais e garantido a permanência na elite do Campeonato Alemão, começou a se portar no torneio nacional com certo relaxamento.
Só há dois adversários que realmente importam até o fim de maio: o Manchester, obviamente é um deles. O outro é o Duisburg, da Segundona, a quem os azuis-reais enfrentarão na final da Copa da Alemanha no dia 21, uma semana antes da decisão da Champions. No sábado, a equipe do técnico Ralf Rangnick cumpre tabela contra o Bayern de Munique, fora de casa.
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Neuer garante primeiro tempo sem gols
Manuel Neuer, 25 anos, nascido em Gelsenkirchen e titular da Alemanha na última Copa do Mundo, fez muito provavelmente os melhores 45 minutos de sua carreira. E, quem sabe, garantiu um emprego para a próxima temporada. Em uma primeira etapa de domínio completo, o Manchester United bombardeou o goleiro alemão em inúmeras oportunidades. Das 11 finalizações, sete foram para o gol. Nenhuma passou da muralha alemã.
Nos primeiros minutos, no entanto, o Schalke também atacava. Teve chances aos 30 segundos, seis e oito minutos. E foi só. A partir de então não mais se ouviu falar de Raúl, Edu ou Farfán, carrascos de Valencia e Inter de Milão nas fases anteriores. Sem o titular Höwedes, fora de campo, era a zaga que sofria. E Neuer, é claro, trabalhava
A primeira grande defesa foi aos dois minutos, em chute colocado de Rooney, por cobertura. Aos 5, Park forçou um rebote, mas Chicharito, impedido, não pôde completar para as redes. O mexicano também tentou no minuto seguinte, completando cruzamento rasteiro de carrinho. Neuer segurou.
A pressão seguiu obrigando Neuer a fazer milagres. Aos 13, Park achou Hernández livre na grande área, mas o atacante demorou a se ajeitar e concluiu já com Neuer à sua frente. Aos 21, Rooney desarmou um adversário na intermediária e, em rápido contra-ataque, rolou para Chicharito. O mexicano novamente optou pela jogada errada, ao tentar devolver para o inglês.
A grande intervenção de Neuer estava reservada para os 27 minutos. Vidic cruzou já dentro da área e Giggs apareceu de surpresa. Mesmo com muita gente encobrindo sua visão, o arqueiro esticou o braço em lance de puro reflexo. A defesa impressionou e fez parecer as restantes, em finalizações de Chicharito, aos 35, e Giggs, aos 44, comuns. A torcida reconheceu com muitos aplausos.
Rooney e Giggs enfim superam paredão
Os times voltaram iguais para o segundo tempo. Não era de se esperar, portanto, que algo fosse diferente em campo. Logo com um minuto, Evra desviou de cabeça e colocou Neuer para “aquecer”. Aos cinco, Chicharito resolveu “quebrar” o pacto de Neuer quando dominou na grande área e mandou para as redes. O gol não valeu – o mexicano estava mesmo impedido –, mas mostrou ao menos que aquela rede poderia balançar.
O Schalke era tímido em suas investidas e não conseguia achar espaços na defesa do Manchester, ainda não vazada em seis jogos fora de casa nesta edição da Liga dos Campeões. Aos 17, Raúl descolou cruzamento de trivela que Ferdinand afastou de cabeça. Pouco depois Edu arriscou de fora da área e viu Van der Sar encaixar. Era pouco.
Manchester também não se satisfazia com o 0 a 0, mas tinha em campo jogadores não só mais renomados, como capazes de decidir a qualquer instante. Faltava Neuer deixar. Aos 21, Rooney novamente mostrou que sua má fase ficou no semestre passado e descolou lindo passe para Giggs, livre, tocar na saída do goleiro alemão.
Não houve tempo sequer para Neuer descansar e se concentrar. Aos 23, em outra bela troca de passes, Chicharito ajeitou para Rooney na grande área. O Shrek, nome do jogo, veio no embalo e não desperdiçou.
A confortável vantagem para a partida de volta fez o Manchester United abusar da troca de passes. Era difícil ver o Schalke com a bola e, quando acontecia, atacando. Com grande atuação, Evra quase deixou o seu aos 43. Àquela altura, nem precisava. Tudo leva a crer que os ingleses estarão novamente em uma final continental – a terceira em quatro anos.
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