Paris Saint-Germain e Barcelona experimentaram diferentes sensações na abertura das quartas de final da Liga dos Campeões, nesta terça-feira, no Parque dos Príncipes. Com um fim de jogo quase como uma montanha russa, foram os donos da casa que terminaram sorrindo, justamente por causa de um empate em 2 a 2 achado aos 48 minutos do segundo tempo. De quebra, os franceses ainda viram Lionel Messi, autor do primeiro gol da partida, sair no intervalo com uma lesão muscular. Xavi completou para os catalães, enquanto Ibrahimovic - em impedimento - e Matuidi marcaram para os donos da casa.
De qualquer forma, a equipe do craque argentino - imediatamente considerado dúvida para o confronto do próximo dia 10, no Camp Nou - está em ligeira vantagem. Empates em 0 a 0 ou 1 a 1 diante de sua torcida colocam o Barça na semifinal. O PSG, que contou com os brasileiros Lucas, Thiago Silva, Alex e Maxwell desde o início, precisará de uma simples vitória ou de igualdades a partir do 3 a 3.
No banco de reservas, a partida marcou ainda o retorno de Tito Vilanova ao comando do Barcelona: o técnico não dirigia o seu time à beira do gramado desde o dia 19 de janeiro. Depois, teve de abandonar o clube para tratar um tumor na glândula parótida em Nova York nos últimos três meses, deixando o cargo para o assistente Jordi Roura.
Messi em versão goleadora
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Foi preciso paciência e uma dose de sorte ao Barcelona no primeiro tempo no Parque dos Príncipes. Na memória, estava a ineficaz atuação diante do Milan, no San Siro, em fevereiro, quando os catalães saíram derrotados por 2 a 0 e precisaram reencontrar o brilhante futebol para conseguirem a "remontada" na volta. De nada adiantou o alerta nos minutos iniciais, mas aos poucos o Barça tomou o controle do jogo a sua maneira e conseguiu furar a aguerrida marcação francesa.
Neste caso, foi necessário também uma ajudinha da enorme qualidade de seus atletas. Aos 38, quando já era melhor em campo, a equipe de Tito Vilanova balançou a rede após jogada brilhante. Após sobra na intermediária, Dani Alves lançou Messi de trivela. O argentino aguardou o quique e chutou cruzado, no canto esquerdo de Sirigu. Foi a 33ª vez que o camisa 10 marcou após passe do brasileiro, o seu melhor garçom na carreira - Xavi, com 29 assistências, vem na sequência. O gol também o colocou como artilheiro em 20 diferentes cidades no continente em edições da Champions, ultrapassando Raúl - o ex-Real Madrid e Schalke marcou em 19.
Muito antes de abrirem o placar e também de quase ampliarem, novamente com Messi, aos 41, os visitantes provaram de contra-ataques perigosos dos franceses. Quase sempre com Lucas no comando pela direita, levando a melhor em duelo com Jordi Alba. O brasileiro, dono de algumas arrancadas, teve o esforço reconhecido pela torcida no "jogo de sua vida", como frisou nas últimas semanas, e foi aplaudido.
A melhor chance dos donos da casa, porém, não teve participação direta do ex-são-paulino. Logo aos quatro, Lavezzi invadiu a área pela direita, passou por Piqué e viu Busquets desarmá-lo. A bola carimbou a trave direita de Valdés e sobrou para Pastore, que não aproveitou. O próprio meia argentino voltaria a ter uma oportunidade aos 14, em conclusão de fora da área que quase surpreendeu o goleiro. Ibrahimovic, aos 18, também obrigou o catalão a trabalhar. Sete minutos depois, o próprio sueco finalizou para fora.
O outro e raro lado de Messi
Sem volume de jogo - terminou o primeiro tempo com 30% da posse de bola -, o PSG só conseguiu comemorar no primeiro tempo a saída de Messi, com uma lesão muscular na perna direita. O craque foi substituído no intervalo e de imediato se tornou dúvida para o confronto no Camp Nou.
A saída do melhor jogador do mundo nos últimos quatro anos deu ânimo ao PSG. Mas, com Fàbregas atuando como um "falso 9", parecia ser ainda mais difícil penetrar na defesa rival. Dificultava ainda mais o fato de Ibrahimovic, o grande craque dos franceses, não estar na melhor de suas noites.
Mesmo sem Messi, o Barça foi quem chegou mais perto do gol na primeira metade do segundo tempo. Aos cinco, Busquets arriscou de fora da área e quase fez. Aos 24, em falta da entrada da área, Dani Alves assustou Sirigu e não acertou a trave por centímetros. Xavi, na mesma moeda, contou com um desvio na barreira aos 28 e viu a bola sair por cima.
Com problemas, o treinador Carlo Ancelotti resolveu colocar novo sangue em campo. Num intervalo de apenas nove minutos, saíram Beckham, Lavezzi e Pastore para as entradas de Verratti, Ménez e Gameiro. Pode-se dizer que deu certo. Na base da pressão, o empate surgiu como um brinde para o PSG.
Depois de quase marcar aos 32 em lance confuso, Ibrahimovic aproveitou a bola parada para deixar a sua marca num jogo de mata-mata da principal competição do continente, fato raro em sua carreira. Aos 34, Maxwell cruzou, Thiago Silva cabeceou na trave, e no rebote o sueco, impedido, completou para o fundo das redes. O árbitro alemão Wolfgang Stark e seus assistentes validaram o gol, apesar dos protestos dos catalães.
Fim de jogo emocionante
Dois lances isolados, porém, ainda mudariam o destino do jogo. O Barça experimentou a melhor sensação aos 44, quando Fàbregas deixou de calcanhar para Sánchez na grande área. O chileno driblou Sirigu e foi derrubado: pênalti que o capitão Xavi cobrou para deixar o time catalão a um passo da vitória. E com boa margem de segurança para o jogo do Camp Nou, no próximo dia 10.
Mas nos acréscimos, em outro lance despretensioso, Ibrahimovic recebeu cruzamento e escorou para Matuidi chutar. A bola desviou em Bartra no meio do caminho e enganou Victor Valdés. O goleiro nada pôde fazer além de um leve desvio com as mãos. Empate que se não fez justiça a quem teve maior volume de jogo, ao menos acrescentou mais emoção para a decisão da vaga, em Barcelona.
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