Antes de a bola rolar no novo gramado do Maracanã, Roger, já sem a aliança depois da separação da atriz Deborah Secco, bateu um descontraído papo com uma das integrantes do trio feminino de arbitragem. Ricardo Rocha já destilava seu vasto repertório de gozações. Ronaldo, com corte de cabelo em dia, xingou quando desperdiçou chances e estreou o gramado ao arriscar um chute e arrancar o primeiro tufo de grama. Depois, deixou sua marca duas vezes. Macula virou Mancula. Fábio Luciano, no time de Bebeto, perdeu o jogo e o filho ao fim da partida. Zinho lamentou não ter 20 anos. Barrado, Léo Moura assistiu a tudo do banco de reservas e fez questão de registrar seu encontro com o apresentador Luciano Huck.
Mais do que um jogo entre amigos de Bebeto e Ronaldo, o evento-teste na reabertura do Maracanã foi uma grande festa.
Os primeiros a pisarem no gramado foram Neguinho da Beija-Flor e MC Naldo. No gramado, não, já que foi usada uma espécie de tapete azul para que os dois se apresentassem. Na hora do Hino Nacional, Fernanda Abreu, com casaco do Vasco, foi vaiada, deixando evidente a paixão clubística e a maioria rubro-negra que vibrou com Sandra de Sá.
Com a formação dos times em campo, foi possível perceber a presença de um penetra entre os jogadores. O cantor Naldo iniciou a partida ao lado de Ronaldo - a dupla Naldo. Enquanto torcedores bem próximos ao gramado se esgoelavam para conseguir um mero aceno do Fenômeno, um grupo de meninas da turma do gargarejo repetia à exaustão e plenos pulmões os versos da música:
- Vodka ou agua de coco, pra mim tanto faz/Gosto quando fica louca e cada vez eu quero mais.
No centro do gramado, Roger conversava descontraidamente com a árbitra. Fora das quatro linhas, Léo Moura, impedido de jogar, pois tem compromisso pela Copa do Brasil na quarta-feira, tietou Luciano Huck e ficou no banco de reservas. O lateral-direito esteve em campo na partida que marcou o fechamento do Maracanã, no dia 5 de setembro de 2010, quando Flamengo e Santos empataram por 0 a 0.
- Passa um filme na cabeça - disse Léo Moura, enquanto usava as redes sociais para registrar o seu retorno frustrado ao estádio.
Donizete, ex-Botafogo e Vasco, produzia o seu filme do presente, com o celular, mas também com a cabeça no passado. Suspirava:
- Ah, os tempos do Pantera no Maracanã...
Com as meias arriadas que viraram sua marca registrada, Renato Gaúcho não poupou uma das auxiliares.
- Estava na mesma linha - chiou, quando a assistente assinalou um impedimento contra o seu time, liderado por Ronaldo.
Renato seguia reclamando. Depois de sofrer falta de Fábio Luciano, aproveitou o novo gramado para deitar e rolar no tapete do Maracanã.
- Ah, Renato, vamos, vamos - brincou Fábio Luciano, enquanto fazia um carinho na cabeça de Renato.
Ronaldo foi um capítulo à parte. De chuteira personalizada, com a inscrição Fenômeno, ele causou prejuízo ao gramado nos primeiros minutos de jogo, ao chutar mal e arrancar um tufo de grama. Esbravejou com palavras impublicáveis. Adversário, Ricardo Rocha riu.
Ronaldo, que na carreira profissional disputou três jogos no Maracanã e não marcou gols, balançou a rede duas vezes.
- Ia dizer que foi meu primeiro gol como profissional no Maracanã, mas já estou aposentado (risos). O gramado está perfeito, a bola corre bem rápido, ao estilo do futebol europeu - disse o Fenômeno.
Na saída para o intervalo, na companhia de dois seguranças, Ronaldo foi para o vestiário cansado e entrou por uma porta lateral.
- Cansado - desabafou.
Mas Ronaldo voltou para o segundo tempo. Zinho, que estava no time de Bebeto, não.
- Ah, meus 20 anos... – suspirou o ex-jogador.
Os reservas do time de Bebeto apelidaram Macula de Mancula. Jair Pereira, técnico da equipe, brincou:
- Vou fazer que nem o Evaristo (de Macedo). Entra qualquer um, mas tira ele dali.
Zinho completou, lembrando a dificuldade de Evaristo em lembrar o nome de alguns jogadores:
- Entra esse, esse. “Qual, Evaristo?” Qualquer um é melhor do que o que está ali em campo.
Ao deixar o jogo, Fábio Luciano procurava um de seus filhos que assistiu à partida do campo.
- Pô, perdi o jogo e meu filho - brincou o ex-jogador.
Já Ronaldo perdeu uma chance e xingou. Depois, desperdiçou um lance incrível, sozinho na grande área. Foi a senha para o coro dos reservas:
- Inacreditável!
Edílson, que marcou duas vezes, brincou:
- Ainda sou o Capeta.
Quando Ronaldo deu um elástico em Donato e fez um golaço, Zinho se virou para Alexandre Torres, que estava no banco do time de Bebeto, e ironizou:
- Sorte sua que não estava lá.
Depois de dois gols e de ganhar uma réplica da taça da Copa do Mundo, Ronaldo sentou rapidamente no banco de reservas e logo seguiu para o vestiário. Ali não era o seu lugar.
Ainda sou o Capeta"
Edílson, autor de dois gols
- O Medida Certa fez bem para ele - brincou uma fã postada logo atrás do banco de reservas, fazendo menção ao quadro do "Fantástico" do qual o ex-jogador participou para emagrecer.
Último jogador a deixar o gramado, Bebeto não se aguentava de cãimbras. Logo ao lado, o ex-vice presidente de finanças do Flamengo, o polêmico Michel Levy, perguntava qual seria a manchete ruim com seu nome. Os embalos de sábado à noite na volta do Maracanã não deram espaço para Levy, que ainda tentou tirar uma foto do filho com Ronaldo. Mas levou um elástico, enquanto um torcedor resumiu:
- Foto hoje é do Maracanã, a estrela principal dessa festa
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