>>Esta reportagem faz parte da cobertura especial da edição de ÉPOCA desta semana sobre o atentado em Boston
O que diferencia o terrorismo do simples homicídio está no nome. Seu objetivo é aterrorizar. Não os mortos, cujas vidas são interrompidas sem que eles nem saibam o motivo. O terrorismo espalha o medo entre os vivos, e seus efeitos não escolhem grupos sociais nem respeitam fronteiras. Prédios de escritórios, bares, aviões comerciais, trens, metrôs, hotéis, nas Américas, na Europa, na África ou na Ásia: qualquer lugar pode ser alvo de uma ação terrorista, desde que ela possa causar um grande número de mortos e espalhar medo. Com 500 mil pessoas nas ruas para acompanhá-la, a Maratona de Boston era um alvo potencial. O Brasil não tem histórico de atividades terroristas, mas organizará, até 2016, alguns dos maiores eventos esportivos do planeta, com a presença de delegações de todas as partes do mundo. O Brasil pode ser escolhido por algum grupo armado como palco de um ataque? Sim. O país pode garantir que um atentado, caso planejado, não aconteça? Essa é a missão das autoridades brasileiras.
Na última quinta-feira (18), às 10h30, o ministro da Defesa, Celso Amorim, reuniu-se com seus principais auxiliares. Queria saber como andam os preparativos para garantir a segurança durante a Copa das Confederações, marcada para junho próximo, e na Copa do Mundo, no ano que vem. A reunião ganhou contornos mais preocupantes após o atentado à bomba em Boston. Amorim estava especialmente interessado nas informações do general Marco Antônio Freire Gomes, comandante da Brigada de Operações Especiais, localizada em Goiânia. Freire Gomes é o responsável pelo destacamento encarregado das ações contraterrorismo durante grandes eventos. Essa elite militar conta com 1.200 homens especializados em atividades delicadas, como o desarme de bombas e artefatos químicos e radiativos. Entram em ação em situações extremas. Para um país com histórico pacífico, tamanha preparação pode até parecer desmedida. A natureza do terrorismo, revelada na tragédia de Boston, prova que não é.
Os preparativos para a segurança dos grandes eventos começaram há cerca de dois anos. O governo federal distribuiu a responsabilidade da organização entre o Ministério da Defesa e o Ministério da Justiça. Criou até a Secretaria Extraordinária de Segurança para os Grandes Eventos (Sesge), responsável por organizar as ações de segurança pública. É da Sesge a responsabilidade de proteger aeroportos, estradas, portos, rede hoteleira, locais de exibições públicas, pontos turísticos e colaborar nos estádios e centros de treinamento. Até a Copa do Mundo contará com quase R$ 1,2 bilhão para comprar equipamentos e distribuir a Estados e municípios. Ao Ministério da Defesa, cabe organizar a proteção ao espaço aéreo, à área marítima e hidroviária, a usinas hidrelétricas, a subestações de energia e às fronteiras. No caso das fronteiras, há uma divisão de tarefas com a Sesge. Para cumprir sua missão, o ministério conta com R$ 768 milhões. As ações de segurança na Copa serão coordenadas nacionalmente pela Sesge e pelo Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA).
As iniciativas do governo, em suas várias esferas, têm sido acompanhadas de perto pelo Ministério Público Federal. O órgão criou um Grupo de Trabalho, o GT Copa, que produz balanços trimestrais sobre as medidas e os gastos para garantir a segurança na Copa das Confederações e na Copa de 2014. O último Relatório Parcial, produzido pelo procurador da República José Roberto Pimenta Oliveira e obtido com exclusividade por ÉPOCA, traz em detalhes o que os órgãos envolvidos têm – ou não – feito. A conclusão do procurador preocupa. “Considerando que a Copa das Confederações já será agora e que ela integrava todo esse planejamento, é manifesto que as providências estão atrasadas”, diz José Roberto Pimenta. “É necessária uma atuação mais eficiente da administração pública.”
Os preparativos para a segurança dos grandes eventos começaram há cerca de dois anos. O governo federal distribuiu a responsabilidade da organização entre o Ministério da Defesa e o Ministério da Justiça. Criou até a Secretaria Extraordinária de Segurança para os Grandes Eventos (Sesge), responsável por organizar as ações de segurança pública. É da Sesge a responsabilidade de proteger aeroportos, estradas, portos, rede hoteleira, locais de exibições públicas, pontos turísticos e colaborar nos estádios e centros de treinamento. Até a Copa do Mundo contará com quase R$ 1,2 bilhão para comprar equipamentos e distribuir a Estados e municípios. Ao Ministério da Defesa, cabe organizar a proteção ao espaço aéreo, à área marítima e hidroviária, a usinas hidrelétricas, a subestações de energia e às fronteiras. No caso das fronteiras, há uma divisão de tarefas com a Sesge. Para cumprir sua missão, o ministério conta com R$ 768 milhões. As ações de segurança na Copa serão coordenadas nacionalmente pela Sesge e pelo Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA).
As iniciativas do governo, em suas várias esferas, têm sido acompanhadas de perto pelo Ministério Público Federal. O órgão criou um Grupo de Trabalho, o GT Copa, que produz balanços trimestrais sobre as medidas e os gastos para garantir a segurança na Copa das Confederações e na Copa de 2014. O último Relatório Parcial, produzido pelo procurador da República José Roberto Pimenta Oliveira e obtido com exclusividade por ÉPOCA, traz em detalhes o que os órgãos envolvidos têm – ou não – feito. A conclusão do procurador preocupa. “Considerando que a Copa das Confederações já será agora e que ela integrava todo esse planejamento, é manifesto que as providências estão atrasadas”, diz José Roberto Pimenta. “É necessária uma atuação mais eficiente da administração pública.”
No final de 2012, o MPF requisitou de todos os órgãos públicos envolvidos um resumo das medidas tomadas por cada um até então. Os governos do Rio Grande do Norte, Paraná, Distrito Federal e Amazonas nem sequer responderam. Também ficaram em silêncio as prefeituras de Manaus, Natal e Salvador. A Sesge disse ter executado, já em 2011, seu ano de criação, um orçamento de mais de R$ 193 milhões, vindos do Fundo Nacional de Segurança Pública. Ela informou ao MPF ter estabelecido convênios com secretarias de Segurança estaduais e municipais para comprar equipamentos e investir em capacitação das polícias e Guardas Municipais. Entre as principais medidas tomadas, está um convênio com a Secretaria de Segurança do Rio de Janeiro para implementar o Centro Integrado de Comando de Controle Nacional Alternativo (CICCNA), um centro de operações, em construção, na Praça Onze, centro do Rio. A empresa KPMG foi contratada, por quase R$ 10 milhões, para diagnosticar os serviços de todos os centros locais, instalados em cada cidade sede, de processos operacionais a tecnologia da informação e comunicação. A Sesge também fechou um Termo de Cooperação com a Receita Federal para comprar equipamentos a ser instalados nas fronteiras, no valor de quase R$ 40 milhões.
Ainda segundo os dados enviados ao MPF, dos R$ 52 milhões destinados à Marinha, R$ 29 milhões serão aplicados principalmente em centros de comando e controle e força de contraterrorismo. O restante será distribuído para o corpo de fuzileiros navais. A Aeronáutica ficou com R$ 63 milhões, dos quais grande parte será aplicada em suprimentos e manutenção de aeronaves, capacitação de recursos humanos e no sistema de controle do espaço aéreo. O Exército ainda deve um balanço das medidas tomadas até agora. Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal enviaram ao Ministério Público Federal explicações genéricas, com relação à liberação de verbas. A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) informou ter firmado um Termo de Cooperação Técnica com a Sesge para a implementação do Projeto Arena, destinado à avaliação de monitoramento de riscos em grandes eventos.
Ainda segundo os dados enviados ao MPF, dos R$ 52 milhões destinados à Marinha, R$ 29 milhões serão aplicados principalmente em centros de comando e controle e força de contraterrorismo. O restante será distribuído para o corpo de fuzileiros navais. A Aeronáutica ficou com R$ 63 milhões, dos quais grande parte será aplicada em suprimentos e manutenção de aeronaves, capacitação de recursos humanos e no sistema de controle do espaço aéreo. O Exército ainda deve um balanço das medidas tomadas até agora. Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal enviaram ao Ministério Público Federal explicações genéricas, com relação à liberação de verbas. A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) informou ter firmado um Termo de Cooperação Técnica com a Sesge para a implementação do Projeto Arena, destinado à avaliação de monitoramento de riscos em grandes eventos.
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Entre os Estados que já responderam os ofícios do Ministério Público, um dos que mais detalharam suas medidas foi Pernambuco. O governo local afirmou ter criado a Comissão Estadual de Segurança Pública para grandes eventos, além de um Comitê Gestor de Ações Estratégicas Integradas. Pernambuco comunicou ainda ter apresentado uma lista de equipamentos que devem ser comprados pela Sesge e repassados ao Estado, como 118 pistolas elétricas, um conjunto antibomba e mais de 200 kits de equipamentos. A prefeitura do Rio de Janeiro disse que colocará 8 mil guardas municipais nas ruas durante o Mundial.
Além de identificar atraso na preparação geral, o MPF diz se preocupar com a existência de dois centros de controle, um civil e outro militar. “O problema será a comunicação desses centros de controle para ter uma situação relativamente integrada, pois eles precisam ter uma sintonia perfeita”, diz o procurador Pimenta. A falta de um comando centralizado, seja na prevenção ou no combate a ações terroristas, já foi um grave problema no passado. No atentado da Olimpíada de Munique, em 1972, a existência de várias unidades de comando prejudicou a tentativa de salvar os atletas israelenses. Em 2001, nos Estados Unidos, a falta de sintonia entre o FBI e a CIA permitiu que os terroristas da al-Qaeda realizassem os ataques de 11 de setembro.
Entre os Estados que já responderam os ofícios do Ministério Público, um dos que mais detalharam suas medidas foi Pernambuco. O governo local afirmou ter criado a Comissão Estadual de Segurança Pública para grandes eventos, além de um Comitê Gestor de Ações Estratégicas Integradas. Pernambuco comunicou ainda ter apresentado uma lista de equipamentos que devem ser comprados pela Sesge e repassados ao Estado, como 118 pistolas elétricas, um conjunto antibomba e mais de 200 kits de equipamentos. A prefeitura do Rio de Janeiro disse que colocará 8 mil guardas municipais nas ruas durante o Mundial.
Além de identificar atraso na preparação geral, o MPF diz se preocupar com a existência de dois centros de controle, um civil e outro militar. “O problema será a comunicação desses centros de controle para ter uma situação relativamente integrada, pois eles precisam ter uma sintonia perfeita”, diz o procurador Pimenta. A falta de um comando centralizado, seja na prevenção ou no combate a ações terroristas, já foi um grave problema no passado. No atentado da Olimpíada de Munique, em 1972, a existência de várias unidades de comando prejudicou a tentativa de salvar os atletas israelenses. Em 2001, nos Estados Unidos, a falta de sintonia entre o FBI e a CIA permitiu que os terroristas da al-Qaeda realizassem os ataques de 11 de setembro.
ÉPOCA conversou com os responsáveis pela segurança dos grandes eventos brasileiros. Segundo eles, entre as medidas estratégicas que serão tomadas para minimizar ameaças à segurança à Copa das Confederações e à Copa do Mundo estão: 1)vistoria prévia de todos os setores dos estádios, com o uso de equipamentos de raios X; 2) revista dos torcedores, com detectores de metal e aparelhos de raios X, além de imagens de circuitos internos de TV; 3) isolamento de uma área em torno do estádio, para veículos, num raio de 1 quilômetro a 1,5 quilômetro; 4) criação do Centro Integrado de Comando e Controle, estrutura de vigilância que concentrará imagens de câmeras instaladas em aeroportos, caminhões, helicópteros, ruas e informações colhidas por agentes de segurança; 5)em partidas consideradas críticas, alocação de um agente de segurança para cada 30 torcedores; 6) criação de zonas de exclusão do espaço aéreo, geralmente próximas aos estádios do Mundial; 7) 10 mil membros das Forças Armadas a postos, como força de contingência para situações emergenciais; 8) reforço, a partir de maio, da fiscalização das fronteiras; 9) escoltas e batedores para equipes esportivas.
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Neste ano, a Copa das Confederações e a Jornada Mundial da Juventude, no Rio de Janeiro, com a presença do papa Francisco, serão os primeiros desafios das autoridades. O general José Alberto da Costa Abreu, coordenador de Defesa da Área Rio nos grandes eventos e comandante da Primeira Divisão de Exército, diz que, já para os eventos de 2013, um efetivo de 7.500 homens estará nas ruas cariocas ou pronto para atuar em ações de defesa – antiterrorismo, defesa química bacteriológica e controle do espaço aéreo. No aeroporto do Galeão, farão a segurança das comitivas. “Estaremos bastante invisíveis em nossas funções, o que é importante em eventos esportivos. Estaremos a postos e controlando tudo de nosso centro de comando”, afirma. Grupos militares também planejam estar presentes em áreas estratégicas da infraestrutura da cidade, como reservatórios de água e subestações de energia elétrica. “Muito se fala em terrorismo, mas há tipos de sabotagem que podem prejudicar o andamento dos eventos, caso falte água ou luz na cidade”, afirma.
O Brasil vem treinando equipes de policiais e militares para que estejam capacitados a enfrentar as situações mais complexas e arriscadas de um possível atentado terrorista na Copa do Mundo ou na Olimpíada do Rio. A principal delas é o Batalhão de Forças Especiais do Exército. Seus integrantes são selecionados entre oficiais voluntários vindos da Academia Militar das Agulhas Negras ou da Escola de Sargentos das Armas. Apenas 30% desses voluntários ganham o direito de sustentar, na altura do ombro, a designação “Forças Especiais”. O processo de seleção não é para qualquer um – e não há condescendência. Um militar das Forças Especiais precisa ser forte, ágil, resistente, frio e agressivo. Tem de atirar com exatidão, saltar de paraquedas e mergulhar com destreza. É a tropa brasileira que mais se assemelha aos Seals, a unidade de elite da Marinha americana que matou Osama bin Laden, líder da al-Qaeda.
Neste ano, a Copa das Confederações e a Jornada Mundial da Juventude, no Rio de Janeiro, com a presença do papa Francisco, serão os primeiros desafios das autoridades. O general José Alberto da Costa Abreu, coordenador de Defesa da Área Rio nos grandes eventos e comandante da Primeira Divisão de Exército, diz que, já para os eventos de 2013, um efetivo de 7.500 homens estará nas ruas cariocas ou pronto para atuar em ações de defesa – antiterrorismo, defesa química bacteriológica e controle do espaço aéreo. No aeroporto do Galeão, farão a segurança das comitivas. “Estaremos bastante invisíveis em nossas funções, o que é importante em eventos esportivos. Estaremos a postos e controlando tudo de nosso centro de comando”, afirma. Grupos militares também planejam estar presentes em áreas estratégicas da infraestrutura da cidade, como reservatórios de água e subestações de energia elétrica. “Muito se fala em terrorismo, mas há tipos de sabotagem que podem prejudicar o andamento dos eventos, caso falte água ou luz na cidade”, afirma.
O Brasil vem treinando equipes de policiais e militares para que estejam capacitados a enfrentar as situações mais complexas e arriscadas de um possível atentado terrorista na Copa do Mundo ou na Olimpíada do Rio. A principal delas é o Batalhão de Forças Especiais do Exército. Seus integrantes são selecionados entre oficiais voluntários vindos da Academia Militar das Agulhas Negras ou da Escola de Sargentos das Armas. Apenas 30% desses voluntários ganham o direito de sustentar, na altura do ombro, a designação “Forças Especiais”. O processo de seleção não é para qualquer um – e não há condescendência. Um militar das Forças Especiais precisa ser forte, ágil, resistente, frio e agressivo. Tem de atirar com exatidão, saltar de paraquedas e mergulhar com destreza. É a tropa brasileira que mais se assemelha aos Seals, a unidade de elite da Marinha americana que matou Osama bin Laden, líder da al-Qaeda.
Um galpão de blocos, num terreno do Exército na periferia de Goiânia, Goiás, é onde as Forças Especiais têm sido treinadas para emergências militares. Na semana passada, num final de tarde, 12 homens armados esgueiravam-se silenciosamente, rente à parede externa. Vestiam grossos uniformes camuflados, forrados com uma camada de carvão ativado, para evitar a contaminação por agentes químicos. Seus rostos estavam cobertos com máscaras de gás, equipadas com rádio. Armados com submetralhadoras MP-5, os homens entravam numa sala atirando e gritando frases em código. Os tiros acertavam os alvos na cabeça e no peito. A casa invadida era uma célula terrorista simulada, montada com paredes, móveis, fogão, geladeira e freezer. A operação treinada pelas Forças Especiais conta ainda com especialistas em armas químicas, que revistam o local à procura de produtos perigosos. Parece filme, mas é apenas o tipo de situação extrema para a qual tropas brasileiras precisam estar preparadas.
O general José Carlos De Nardi, chefe do Estado-Maior do conjunto do Ministério da Defesa, diz que os atentados em Boston serviram para que o Brasil ficasse ainda mais atento à segurança para os grandes eventos. “O Brasil está se preparando bem. Temos mandado nosso pessoal para acompanhar importantes eventos e ganhar experiência”, afirma. O secretário da Sesge, Valdinho Caetano, nega que a Copa das Confederações seja apenas um teste para o Brasil, de menor importância. “É um grande evento, reunirá jogos importantes de grandes seleções. Um teste pressupõe uma possibilidade de falha. E nós não pressupomos falhas”, afirma. O governo americano tem elogiado o Brasil em seus preparativos para a Copa do Mundo. O chefe de segurança da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, Paul Kennedy, disse a ÉPOCA que, após uma resistência inicial a falar sobre terrorismo, o Brasil recebeu bem a ajuda americana na preparação contra esse tipo de ameaça, oferecida em 2011. “Os brasileiros querem aprender e são abertos a isso.” A ajuda veio em forma de treinamento. Vinte cursos foram ministrados por agentes americanos para brasileiros envolvidos na segurança do Mundial de 2014.
O governo reconhece ainda não ter mobilizado a população para o problema da segurança. Nos Estados Unidos e na Europa, cartazes e anúncios em alto-falantes em locais de grande movimento alertam as pessoas sobre os riscos envolvendo objetos abandonados – eles podem ser uma bomba. Segundo a Secretaria de Grandes Eventos, a Copa das Confederações não contará com esse tipo de alerta, mas campanhas nesse sentido poderão ser feitas na Copa do Mundo e na Olimpíada. Para o delegado Luiz Fernando Corrêa, diretor de segurança do Comitê Organizador da Rio 2016, o envolvimento do público será essencial. “Há cidades frias em relação a grandes eventos. A população do Rio é o oposto: participa, se orgulha, torce a favor. Cada cidadão ou turista acaba se sentindo um pouco responsável para que tudo dê certo.” Muitas coisas nos preparativos, tanto da Copa como da Olimpíada, já não deram certo – de obras atrasadas a projetos cancelados. A diferença, quando o tema é segurança, é que essa possibilidade não existe. Se algo der errado, o custo pode ser a perda de vidas – e a propagação do medo. O Brasil precisa fazer de tudo para garantir a vitória do esporte e da celebração sobre o terrorismo.
O general José Carlos De Nardi, chefe do Estado-Maior do conjunto do Ministério da Defesa, diz que os atentados em Boston serviram para que o Brasil ficasse ainda mais atento à segurança para os grandes eventos. “O Brasil está se preparando bem. Temos mandado nosso pessoal para acompanhar importantes eventos e ganhar experiência”, afirma. O secretário da Sesge, Valdinho Caetano, nega que a Copa das Confederações seja apenas um teste para o Brasil, de menor importância. “É um grande evento, reunirá jogos importantes de grandes seleções. Um teste pressupõe uma possibilidade de falha. E nós não pressupomos falhas”, afirma. O governo americano tem elogiado o Brasil em seus preparativos para a Copa do Mundo. O chefe de segurança da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, Paul Kennedy, disse a ÉPOCA que, após uma resistência inicial a falar sobre terrorismo, o Brasil recebeu bem a ajuda americana na preparação contra esse tipo de ameaça, oferecida em 2011. “Os brasileiros querem aprender e são abertos a isso.” A ajuda veio em forma de treinamento. Vinte cursos foram ministrados por agentes americanos para brasileiros envolvidos na segurança do Mundial de 2014.
O governo reconhece ainda não ter mobilizado a população para o problema da segurança. Nos Estados Unidos e na Europa, cartazes e anúncios em alto-falantes em locais de grande movimento alertam as pessoas sobre os riscos envolvendo objetos abandonados – eles podem ser uma bomba. Segundo a Secretaria de Grandes Eventos, a Copa das Confederações não contará com esse tipo de alerta, mas campanhas nesse sentido poderão ser feitas na Copa do Mundo e na Olimpíada. Para o delegado Luiz Fernando Corrêa, diretor de segurança do Comitê Organizador da Rio 2016, o envolvimento do público será essencial. “Há cidades frias em relação a grandes eventos. A população do Rio é o oposto: participa, se orgulha, torce a favor. Cada cidadão ou turista acaba se sentindo um pouco responsável para que tudo dê certo.” Muitas coisas nos preparativos, tanto da Copa como da Olimpíada, já não deram certo – de obras atrasadas a projetos cancelados. A diferença, quando o tema é segurança, é que essa possibilidade não existe. Se algo der errado, o custo pode ser a perda de vidas – e a propagação do medo. O Brasil precisa fazer de tudo para garantir a vitória do esporte e da celebração sobre o terrorismo.
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