O Barcelona jogou como Barcelona, se impôs diante do Real Madrid e conquistou a vaga na final da Liga dos Campeões. Na tarde desta terça-feira, no Camp Nou, o time catalão cansou de perder oportunidades, principalmente com Lionel Messi, e empatou por 1 a 1 com os merengues. Por conta do triunfo por 2 a 0 no jogo de ida, no Santiago Bernabéu, a equipe comandada por Pep Guardiola carimbou o passaporte para Wembley, na Inglaterra, mesmo local da conquista do primeiro título da equipe na Champions League, em 1992.
Assim como na semana passada, os jogadores do Real Madrid reclamaram da arbitragem. Desta vez, o motivo foi um gol mal anulado pelo árbitro belga Frank de Bleeckere logo no início da etapa final. O tento colocaria os merengues na frente dos rivais e, provavelmente, mudaria a história do jogo. O juiz, inclusive, foi citado pelo técnico José Mourinho por um suposto erro na Champions do ano passado quando expulsou Thiago Mota, do Inter de Milão, clube comandado pelo gajo na época
Com a classificação, o Barcelona está à espera do vencedor do duelo entre Manchester United e Schalke 04. As duas equipes decidem a vaga na decisão da Liga dos Campeões nesta quarta-feira, 15h45m (de Brasília), no Old Trafford, na Inglaterra. No primeiro jogo, os Diabos Vermelhos venceram por 2 a 0. O GLOBOESPORTE.COM acompanha em Tempo Real
Enquanto Guardiola mostrou a mesma ousadia de sempre no Barça, com toques e posse de bola, José Mourinho não pôde comandar a equipe na beira do gramado por ter sido expulso no jogo de ida. O português preferiu nem se arriscar no Camp Nou e acompanhou a partida do hotel onde a delegação merengue está hospedada na Catalunha.
Com Mourinho longe, o Real Madrid entrou em campo com o esquema tático que predominou durante toda a temporada: o 4-2-3-1. As alterações foram em peças. Sérgio Ramos, suspenso, Khedira, machucado, e Özil, no banco de reservas, foram substituídos, respectivamente, por Arbeloa, Lass Diarra e Kaká, que voltou a ser titular após estar completamente recuperado de um problema no joelho.
Nos jogos anteriores contra o Barcelona, José Mourinho preferiu atuar sem centroavante, com Özil e Cristiano Ronaldo se revezando no comando do ataque. Já o Barça... O esquema de sempre: o 4-3-3. Com muito toque e posse de bola, características adotadas pelo comandante Pep Guardiola desde que assumiu a equipe, em 2008.
E o confronto no Camp Nou começou mais frio do que se imaginava. O Real Madrid, apesar do retorno do esquema, não conseguia chegar com força ao ataque. O Barcelona usava o expediente de sempre: posse de bola até encontrar um buraco na defesa rival. Até aos 20 minutos da etapa inicial, nada. Nem os catalães, nem os merengues.
Porém, a partir daí, o Barcelona encontrou o caminho das pedras e só não abriu o marcador por conta da ótima atuação de Casillas. A primeira chance clara de gol aconteceu aos 21 minutos. Xavi cobrou escanteio da direita na cabeça de Busquets. Completamente sozinho na marca do pênalti, o espanhol pegou mal na bola e o arqueiro defendeu com tranquilidade no meio da meta.
Aos 30, Messi começou a desequilibrar a partida e perdeu duas chances claras de abrir o marcador. Na primeira, aos 31, o argentino recebeu na direita, avançou para a meia-lua e bateu colocado. Casillas fez a defesa com segurança. No lance seguinte, aos 32, o camisa 10 do Barça dominou na entrada da área, deu um belo corte em Xabi Alonso e pegou mal na bola, que passou à esquerda do arqueiro do Real.
O domínio do Barcelona seguiu latente na primeira etapa. Aos 33, Messi desarmou Lass Diarra no meio-campo e puxou o contra-ataque. O hermano rolou para David Villa no bico da grande área, que chutou colocado, obrigando Casillas a se esticar todo para evitar o primeiro gol dos donos da casa.
E nada do Real acordar para pressionar o Barça, no Camp Nou. Aos 35, Villa recebeu pelo lado esquerdo e cruzou para Iniesta. O espanhol só deu um toque na bola, que ficou à feição de Messi. O argentino soltou a bomba e Casillas fez outra grande defesa. Na etapa inicial, os merengues não deram um chute a gol.
Antes do início do segundo tempo, um torcedor invadiu o gramado e foi contido pelos seguranças. Com a bola rolando, o Real Madrid foi quem buscou o ataque logo no primeiro minuto. Cristiano Ronaldo arrancou do meio-campo, passou por um adversário e a bola sobrou para Higuaín, que tocou para o gol. Porém, na queda após o passe, CR7 derrubou Mascherano e o árbitro marcou falta do gajo, anulando o lance de forma equivocada (assista ao lado).
A pressão inicial da etapa final não assustou o Barcelona. Aos oito, Valdés iniciou a jogada na defesa e tocou para Daniel Alves na lateral direita. O brasileiro rolou para Iniesta na intermediária. O espanhol percebeu a entrada de Pedro nas costas de Marcelo, que não acompanhou o atacante, e fez um lindo lançamento para o camisa 17. O jogador invadiu a área e tocou na saída de Casillas: 1 a 0 para os donos da casa.
A princípio, Mourinho não poderia dar instruções por estar suspenso pela Uefa pela expulsão no jogo de ida, no Santiago Bernabéu. Mas recebendo informações ou não, o assistente Aitor Karanka acertou ao tirar Kaká para apostar na entrada de Özil. Minutos antes, aos nove, Adebayor já havia substituído Higuaín.
O Real Madrid subiu de produção e passou a atacar o Barcelona. Tudo o que não fez em Madri ou na etapa inicial do confronto no Camp Nou. Aos 18, os merengues foram premiados pelo esforço. Di María recebeu dentro da área e chutou na trave. Na sobra, o próprio argentino cruzou para Marcelo, que chutou no contrapé de Valdés: 1 a 1.
A partida ficou pegada com a proximidade doapito final. Marcelo abusou da virilidade e fez falta dura em Messi, sendo advertido com o amarelo. A resposta do argentino? Na bola. No minuto seguinte, caneta em Ricardo Carvalho em contra-ataque do Barça. Aos 34, o Camp Nou começou a gritar o nome de Abidal. O francês, que passou por uma cirurgia para a retirada de um tumor no fígado há 42 dias, foi chamado por Guardiola para o aquecimento.
No último minuto, Abidal entrou na vaga de Puyol e foi ovacionado pelo público. O jogador foi aplaudido de pé pelos torcedores que foram ao estádio. Pouco tempo depois, o belga Frank de Bleeckere apitou o fim do confronto e o francês foi atirado para o alto pelos companheiros, felizes com o seu retorno e, claro, com a classificação à final da Champions
Nenhum comentário:
Postar um comentário