Até pra quem não esperava grande coisa foi um pouco decepcionante a primeira partida da final do Carioca. A presença nas arquibancadas assinalava o sucesso da FFERJ na organização do torneio, tinha mais bandeira do que gente. Todos os heróis que foram ao estádio, falo das duas torcidas, mereciam ser citados nominalmente por estarem salvando o futebol carioca. Houvesse justiça nesse mundo e o nome desses filantropos estaria gravado no cimento da Arena Maracanã.
Pelo desespero da fila de mais uma década era natural que o vice entrasse mordendo, com mais sangue no olho. E ainda que se considere a vantagem oferecida pelo regulamento, pelos nossos padrões usuais de exigência de raça, amor e paixão o Flamengo entrou em campo astênico. E nem a mente focada em outra competição, nem a certeza tranquila de que o carioqueta só se resolveria dali a 7 dias justificam a falta de vigor dos nossos marmanjos.
A aparente nonchalance do Flamengo diante de um adversário que encarava a pelada como o jogo da vida não podia mesmo dar certo. A baranga percebeu essa brecha anímica, apertou a marcação e passou a ganhar todas as disputas de bolas e todo os rebotes. E acabou encontrando um gol em cobrança de escanteio onde o nosso goleiro sofreu falta não anotada pelos árbitros, auxiliares e olheiros. É do jogo, chororô de arbitragem é pra time pequeno.
O Flamengo, com 3 volantes e ainda assim muito menos pegador que o vice, não conseguia fazer a bola passar da defesa pro ataque. O nosso meio campo, onde Mugni estava paradão e sem ninguém pra dialogar, foi totalmente anulado pelos camisa-feia. De maneira diligente o Flamengo então colocou em prática a estupida estratégia dos chutões. Fracasso total, nosso ataque não fez nem cosquinha na vasca e terminou o primeiro tempo com zero chute a gol. Fosse o freguês pouca coisa mais esperto e poderiam ter ido pro vestiário com vantagem mais folgada.
Mas logo no comecinho da etapa complementar já era possível prever que o vice ia entregar a rapadura. Porque antes dos dez minutos eles começaram a apelar pra timinhagem. Peitaram o juiz por causa de cada lateral, reclamavam das faltas mais óbvias, tentavam gastar o tempo criando tumulto. O juiz, de quadris largos, não soube se impor e terceirizou a arbitragem pros vascaínos.
Mas todo o antijogo praticado com extraordinário entusiasmo pela bigoda foi em vão. Um seilaquenzinho delas que já vinha abusando da violência foi pro chuveiro depois de mais uma falta desclasificante. Aí entrou o menino Everton e a vasca se abriu toda. O Mengão desperdiçou uma chance atrás da outra até que a bola caiu no pé de Paulinho. O atacante que mais se valorizou no Brasil na temporada passada mandou o sapato com precisão pra empatar a decisãozinha. É impressionante como aquela baliza à esquerda das tribunas do Maraca gosta de tomar gol do Flamengo no Vasco.
Com um menos pra errar o freguesão começou a achar o empate um bom resultado. Praticando desavergonhada retrancagem resolveram deixar pra conquistar o vice campeonato só na semana que vem. Nem vou discutir, nesse campo do conhecimento humano eles tem muita experiência. O Flamengo, que não pode culpar a ninguém além de si mesmo, não soube furar o bloqueio. Foi o fim do futebol na tarde de domingo. Nada mais aconteceu até o fim da partida além do lamentável espetáculo de ver uma equipe que já foi grande se comportar como o mais reles dos timinhos.
Intimidações aos árbitros e patéticas avançadas coletivas sobre o juiz que só foram contidas pelos PM dentro do gramado foram coroadas com embaraçosas entrevistas coletivas de técnico, jogadores e dirigentes. Parece que o vaixcão já esqueceu o que é um clássico, um jogo onde o juiz rouba contra os dois times. Que mico! Uma pena e uma vergonha, não somente pra torcida vascaína, mas para todo o futebol do Rio de Janeiro. O nosso vice se apequena cada vez mais. Acho que vou chorar.
Mengão Sempre
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Rubro-negro bem vestido, me ajuda a acabar com os perebas no time do Flamengo. Entra logo no sócio torcedor.
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