Quando substituiu Wallim Vasconcelos para ser o candidato da Chapa Azul à presidência do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello já sabia que teria o enorme desafio de administrar um clube com sérios problemas. Não só ele, como toda a sua equipe, trabalhavam com essa expectativa, que porém, Bandeira admite, é ainda mais grave do que imaginavam. Mesmo assim ele não perde o otimismo e antecipa que o time de futebol terá patrocínios fortes em 2013 e vai ter condições de lutar pelos títulos da próxima temporada.
- A situação financeira do Flamengo é uma lástima. Só nos sobrou R$ 8 milhões de todos contratos, e esse dinheiro vai embora rapidinho. A gente assume no dia 2, e no dia 5 tem a folha para pagar. A gente já imaginava que ia encontrar uma situação dificil, mas ela é ainda mais complicada do que a gente esperava. Mas tem de conviver com isso. Quem administra um clube com 39 milhões de torcedores, não pode ficar com medo disso. Vamos fazer uma administração austera, cortando gastos, e sendo criativos, buscando contratos de partrocínio - afirmou o presidente eleito do Flamengo, em entrevista no estúdio da Rádio Globo, nesta sexta-feira.
De acordo com Bandeira, em 2013 a camisa do Flamengo terá estampadas logomarcas de fortes empresas, com bom retorno financeiro para o clube:
- Já vamos começar o ano com alguns patrocínios na camisa e teremos um contrato de material esportivo. Já estão praticamente fechados, inclusive temos algumas opções para escolher. A nossa área de marketing já vem trabalhando desde o início da campanha, chefiada pelo Bap (Eduardo Baptista), é uma equipe fantástica. E a partir do momento que se concretizou a eleição, começamos a concretizar as negociações que foram entabuladas. Com a ajuda da nação rubro-negra vamos superar tudo isso.
Perguntado sobre um problema que o Flamengo vem enfrentando ao longo dos anos e que foi resumida na frase de Vampeta quando esteve no clube da Gávea ("O clube finge que me paga e eu finjo que jogo"), o presidente eleito afirmou que é uma prática que pretende abolir para sempre:
- Infelizmente essa é uma fama que o Flamengo carrega, que a maioria dos times brasileiros carregam. Eu considero a frase infeliz, mas é emblemática, temos de reconhecer que é isso mesmo, o clube fingia que pagava e o jogador fingia que jogava, mas não acho correta nem uma coisa, nem outra. Porém tenho quase certeza de que o apoio que recebemos foi pelo fato de estarmos trazendo a promessa de devolver a credibilidade ao clube para que esse tipo de coisa nunca mais aconteça.
Antes da confirmação do nome de Paulo Pelaipe para diretor executivo do futevol rubro-negro, foram espceulados outros, como os de Eduardo Maluf, do Atlético-MG, e Felipe Ximenes, do Coritiba. Bandeira explicou a escolha pelo ex-dirigente do Grêmio:
- Todos esses nomes são respeitáveis, excelentes profissionais, e foram levados em consideração, mas conversamos com Paulo Pelaipe e ele atendia a todas as nossas expectativas. Parecia que ele sabia as respostas que queríamos. Fazíamos uma pergunta e ele respondia o que a gente pensava. É um homem experiente, com uma bagagem de 35 anos de futebol, que usa métodos científicos. Nós nos surpreendemos, porque foi além das informações que já tínhamos sobre ele. E aceitando o nosso convite, para nós foi excelente.
Sobre contratações, Bandeira teve de se esquivar, porque não há nada fechado e quem se responsabilizará por isso será justamente Pelaipe.
- Não vou poder responder para não cair naquilo de fingir que paga e fingir que joga. A gente precisa combater esse velho vício do dirigente amador brasileiro de anunciar o que não pode cumprir. Se eu soubesse, teria o maior prazer de divulgar. Gostaria que o Zico rejuvenescesse trinta anos. Messi, Cristiano Ronaldo, Neymar, Xavi, Iniesta são ótimos, mas estão fora da nossa realidade - disse, acrescentando que o valor dos salários pode ser amenizado com parceiras.
- A gente pode pagar R$ 500 mil a um jogador, se tiver receitas para compensar o investimento. Pode até ficar barato, o que não pode fazer é deixar de pagar. Dar R$ 500 mil ou 50 mil para um jogador e depois não poder pagar. Você pode trazer um grande jogador, um Neymar, um Messi através de um projeto e vincular a uma receita. Se você contrata um jogador extraordinário, que chega para entrar e resolver, o problema não é valor. Sou torcedor também e entendo perfeitamente a torcida, até porque fui torcedor de arquibancada. Posso assegurar que com os cortes que precisaremos fazer, a qualidade do time de futebol não vai acontecer
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