15 de dez. de 2012

Com demissão de amigo e homem de confiança, Dorival aponta para saída


Uma das primeiras medidas de Paulo Pelaipe como novo diretor executivo de futebol foi afirmar que o Flamengo terá uma comissão técnica permanente, com a troca do preparador físico. E o anúncio da saída de Celso de Rezende influenciará diretamente na decisão de Dorival Júniorsobre seu futuro no clube em 2013. O caminho aponta para a saída. Além de ser um dos pilares do trabalho do treinador, Celso é compadre, amigo de longa data e, junto com o preparador Ivan Izzo, forma uma espécie de "os três mosqueteiros". Dorival também chegou ao clube com seu filho, Lucas Silvestre, como auxiliar. O treinador poderia continuar com um ou dois auxiliares.
Pessoas que trabalharam com Dorival por clubes onde ele passou com Celso de Rezende garantem que o treinador não engolirá a decisão, tomada sem mesmo que o técnico fosse avisado. O preparador é um dos grandes amigos do técnico, monitora tudo que acontece no ambiente interno de trabalho e é companheiro profissional do treinador de longa data em clubes como Vasco, Atlético-MG, Internacional, entre outros.
- É muito difícil, muito pouco provável mesmo que Dorival continue. Ele e Celso são compadres, amigos de muitos anos e têm grande relação de trabalho. Além de preparador, o Celso passa para Dorival tudo que cerca o ambiente interno, viagens e jogadores, um irmão de extrema confiança. A saída dele quebra um elo de confiança - disse um profissional que trabalhou com a dupla.
Dorival Junior, Flamengo (Foto: Márcio Mercante / Agência Estado)Dorival terá conversa com Paulo Pelaipe na próxima segunda-feira (Foto: Márcio Mercante / Agência Estado)
De férias nos Estados Unidos, Dorival retorna no domingo. Um encontro com Pelaipe está programado para segunda-feira, quando ele será comunicado oficialmente sobre as novas diretrizes.
O diretor, porém, deixou bem claro que quer ter uma comissão permanente e não será refém de treinador.
- É a ideia correta. O treinador não manda no clube, ele manda na equipe, ele escala o time. Vamos ter uma conversa clara, objetiva e transparente (com Dorival). Queremos que ele fique, é uma excelente pessoa, excelente treinador, mas nós temos essa filosofia. O Flamengo não vai ficar refém de treinador. Vamos conversar na boa, dizer que queremos que ele fique, mas o Flamengo vai contratar um preparador físico do Flamengo. Não sei se isso vai interferir na decisão dele – afirmou Pelaipe.
Dorival tem contrato até o fim de 2013 com o Flamengo. Em caso de demissão, o clube teria de arcar com uma multa de R$ 2,7 milhões. Caso o treinador peça para sair, o valor - infinitamente menor - sairia de um acordo. Dorival teve um baixo aproveitamento nas 27 partidas em que esteve no banco de reservas: foram apenas oito vitórias, o mesmo número de derrotas e onze empates, um aproveitamento de 43,2%.
Desde que começou o processo de transição para a nova gestão, o nome de Mano Menezes é assunto de bastidores. Pelaipe é amigo do ex-técnico da seleção brasileira e descartou a possibilidade de contratar Mano neste momento. Segundo o diretor, o treinador só deve assumir um novo projeto em maio ou junho.

Zinho abatido
Não abro mão da disciplina, do comando. O vestiário tem que ter uma voz de comando. Não adianta ter várias vozes"
Paulo Pelaipe
Pelaipe chegou ao clube com salário inferior ao que Zinho ganhou na atual temporada. Com isso, além de deixar de ser diretor e passar a gerente, o ex-jogador terá que ter seu vencimento reduzido na sua grande parte.
Zinho tem atuado diariamente na transição para a nova diretoria, se colocou à disposição para resolver questões pendentes, mas não tem conseguido esconder o abatimento com a situação. Tanto que a resposta sobre a permanência ainda é um ponto de interrogação. Durante 2012, o tetracampeão trabalhou grande parte do tempo sem vice de futebol, acumulando funções de gerente, diretor e até atuando no pelotão de frente das contratações. Caso permaneça, seu foco ficará mais voltado para os atletas, fazendo o meio-campo com a direção. Isso sob a supervisão de Pelaipe, que não abre mão de comandar o vestiário, e do futuro vice-presidente de futebol, Wallim Vasconcellos.

- Não abro mão da disciplina, do comando. O vestiário tem que ter uma voz de comando. Não adianta ter várias vozes – prega Pelaipe.

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