20 de mai. de 2011

Saudade imperial: último gol de Adriano completa um ano

O império ruiu. Há exatamente um ano, Adriano marcava seu último gol em partidas oficiais, na despedida do Flamengo da Taça Libertadores, e iniciava o período mais difícil de toda a carreira. Disputar a segunda Copa do Mundo e recomeçar a vida na Europa jogando pelo Roma não passariam de sonhos. Não bastassem os problemas fora de campo e o pouco sucesso na Itália, o atacante começou seu calvário contra lesões que o tirariam de combate até o mês de setembro. É o Imperador com saudade do gol.

No dia 20 de maio de 2010, Adriano deu, aos 32 minutos do segundo tempo, a vitória ao Rubro-Negro contra o Universidad de Chile, pelas quartas de final da Libertadores. O triunfo por 2 a 1 de nada serviu (assista ao vídeo dos gols). Os chilenos haviam vencido o primeiro confronto por 3 a 2, no Maracanã, e avançaram à fase seguinte por terem feito mais gols na casa do adversário.

Adriano já tinha decidido voltar à Europa para tentar reconstruir a carreira internacional. Desta vez, em baixa. Apesar de ter sido decisivo para o Flamengo conquistar o Campeonato Brasileiro de 2009, o jogador ficou fora da lista de Dunga para a Copa do Mundo. Antes de encarar o Corinthians, pelas oitavas da Libertadores, o atacante faltou a um treino sem qualquer explicação. No mesmo dia, o auxiliar Jorginho decidiu visitar o clube. Era o que faltava para o nome dele não estar na relação de convocados a viajar à África do Sul.

Apresentado como uma estrela pelo Roma, em 9 de junho, Adriano ficou longe de recuperar o prestígio internacional que lhe rendeu o apelido de Imperador. O comportamento, grande preocupação do clube italiano, mudou. O atacante trocou as polêmicas e a agitação noturna, como acontecia no Internazionale, por uma vida mais pacata. Ele só não esperava por uma maré de azar e pelo desprezo do técnico Cláudio Ranieri.

A sequência de lesões começou logo na pré-temporada. Em agosto, pouco antes da estreia no Campeonato Italiano, Adriano sofreu um problema muscular na coxa direita durante um treinamento. A estreia, entrando no segundo tempo, aconteceu em 21 de agosto, na derrota por 3 a 1 para o Inter, pela decisão da Supercopa da Itália.

O retorno aos gramados não foi nada animador. Fora de forma, Adriano não conseguia render o esperado e não contou com a simpatia do treinador. Por isso, ficou várias vezes sem sequer ser relacionado. Para complicar ainda mais, no fim de setembro, teve uma torção no tornozelo esquerdo, precisando de mais 15 dias para se recuperar.

Atento à dificuldade, o Corinthians iniciou no fim do ano o “namoro” com o Imperador. O jogador se mostrou interessado em atuar pelo Timão depois que foi convidado pelo amigo Ronaldo, já planejando a aposentadoria. Atacante e Alvinegro chegaram a um acordo financeiro, mas o Roma decidiu não liberá-lo. Gilmar Rinaldi, agente do atleta, era contra o retorno ao Brasil por entender que o camisa 9 não teria mais oportunidades na Europa se optasse pela saída.

Adriano ganhou um motivo a mais para deixar a Itália no dia 19 de janeiro, quando lesionou o ombro direito em duelo contra a Lazio. Ele retornou ao Brasil e irritou os dirigentes ao aparecer bebendo cerveja em um restaurante do Rio de Janeiro. Em seguida, se atrasou para voltar à Europa e dar continuidade ao tratamento. No dia 8 de março, os italianos anunciaram a rescisão de contrato. Chegava ao fim uma breve história: oito jogos e nenhum gol em partidas oficiais (confira a tabela acima) – fez apenas um em amistoso contra um combinado da região de Riscone Brunico, vencido por 13 a 0.

desemprego durou pouco. Em 25 de março, Adriano foi anunciado como reforço do Corinthians com a esperança de atuar já em maio, na abertura do Campeonato Brasileiro, contra o Grêmio. Mas, em 19 de abril, o atacante rompeu o tendão do pé esquerdo ao fazer um treino de saltos, no CT Joaquim Grava, tendo que passar por uma nova intervenção.

Adriano vem se empenhando na recuperação. Até o momento, não cometeu deslizes e cumpre à risca todo o plano elaborado pelo Timão. A saudade ele mata acompanhando treinos do elenco corintiano. Como ainda não pode caminhar sem proteção, é levado para o banco de reservas do centro de treinamentos por um carrinho de golfe. Com previsão de até cinco meses para retonar aos campos, o Imperador ainda ficará mais tempo sem poder fazer o que mais gosta: gols!

- Para um atacante é muito ruim ficar todo esse tempo sem marcar. Até porque sou acostumado a fazer gols. Mas tive algumas contusões e fiquei fora de algumas partidas. Quando um atacante não balança a rede não é bom para o ego – declarou o Imperador, quando chegou ao Corinthians.

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