27 de ago. de 2012

Museu do Fla sai do papel: história, milhares de troféus e curiosidades


Sempre quando uma obra atrasa alguém usa a surrada frase que “parece obra de igreja”. Mas, não. É de museu. O primeiro projeto feito pela gestão anterior previa a inauguração para 2010, mas o espaço de três mil metros quadrados virou moradia de morcegos. Com ajuda da Olympikus, a diretoria atual tirou o Museu do Flamengo do papel. A ideia era que estivesse em funcionamento no ano passado, mas o estado deteriorado de toda estrutura e a necessidade de mais alguns milhões da fornecedora de material esportivo resultaram numa projeção para dezembro de 2012. O resultado do investimento de grande porte contará a história do clube, terá exposição de mais de seis mil troféus, efeitos de última geração, a sensação de estar num estádio de futebol. E duas curiosidades: as marcas de Ronaldinho Gaúcho e Bruno.

- Nenhum clube do Brasil tem um museu. Eles têm sala de troféu ou memorial. No Flamengo, é um museu de verdade, com três mil metros quadrados. Esse é o diferencial. Vamos ter mais de seis mil troféus expostos. Nenhum clube do mundo tem isso, no máximo 200 são expostos. Existe todo um processo de museu, inventário, a parte de conservação. Vai funcionar segundo as regras do Instituto Brasileiro de Museu. Mesmo plano de cargos de salários, museólogo responsável, controlado pelos sindicatos - afirmou Mauro Chaves, consultor do Museu do Flamengo.
Toda história do clube será contada num percurso que faz o visitante ter a impressão de que entra num estádio. Reprodução de vestiários, imagens de alta definição de jogadores em movimento e o som a torcida que aumenta até a chegada ao Espetáculo da Torcida, sala com cinema 3-D, arquibancadas onde serão expostas camisas de torcidas organizadas de todas as épocas e clima de Maracanã.
O visitante poderá conhecer toda história do Rubro-Negro no local chamado de "Flamengo de Terra e Mar": fundação, as origens como clube de remo e a trajetória do futebol, todos os esportes olímpicos. Uma linha do tempo fará um paralelo do desenvolvimento do Flamengo com os principais fatos do Rio de Janeiro e Brasil, de 1895 - ano de fundação do clube - até os dias atuais, tendo a evolução da mídia como fio-condutor.
flamengo museu (Foto: Janir Junior/Globoesporte.com)Funcionário pinta sala onde funcionará o cinema
3-D. (Foto: Janir Junior/Globoesporte.com)
Mauro Chaves visitou diversos museus da Europa e Estados Unidos durante o processo de construção do Museu do Flamengo. A obra civil está na parte final, para depois começar a decoração. Não existe uma data exata para a inauguração, mas a ideia é que seja até dezembro. Além da história do clube, o visitante terá um espaço no terraço onde funcionará um restaurante com vista para o Cristo Redentor e Lagoa Rodrigo de Freitas.
Mauro Chaves explica o motivo do longo atraso para a conclusão das obras:
- Mesmo obras em grandes museus, com diversos apoios, estão atrasadas. É normal atrasar. No caso do Flamengo, o principal fator foi que esse espaço onde está sendo construído ficou mais de 20 anos como esqueleto sujeito a todo tipo de intempérie. É perto do mar, oxidação, tivemos que fazer obras de reforço estrutural, isso não estava previsto nem nas verbas, nem no tempo – explicou o consultor do museu rubro-negro.
Em outra instalação ficarão expostos textos de literatos e jornalistas sobre a mística rubro-negra escritos por Mário Filho, Nelson Rodrigues – que teve seu centenário comemorado nesta quinta – Ruy Castro, entre outros.
Os troféus estarão na parte chamada de "Olimpo é aqui", uma espécie de aquário com milhares de taças do clube.
A conquista da Libertadores e do título mundial em 1981 aparecerão com destaque.
Getúlio Vargas, Ronaldinho, Bruno e a caravela
O museu também terá citação a Getúlio Vargas, ex-presidente do Brasil que foi o primeiro benemérito do Flamengo.
Patricia Amorim, museu Flamengo, Mauro Chaves em 2010 (Foto: Nina Lima / VIPCOMM)Patricia Amorim posa com a arca, em 2010
(Foto: VIPCOMM)
Em 2010, o clube reuniu diversas peças de atletas, objetos e afins em uma arca, que será aberta em 2020 e vai revelar como era o panorama do clube quando o baú foi fechado. Entre elas, a camisa 10 de Ronaldinho Gaúcho e uma foto de Zico com um tijolinho da campanha para a construção do CT Ninho do Urubu. Ambos, porém, estão em crise com a gestão de Patricia Amorim. O meia-atacante deixou o clube via ação judicial há três meses, e o Galinho rompeu com a mandatária após sua saída do cargo de diretor-executivo de futebol, há quase dois anos. 
A calçada da fama será estendida e nela constará o time campeão brasileiro de 2009, com o goleiro Bruno, atualmente preso suspeito do assassinato de Eliza Samudio.
Em outra vitrine, ficarão expostas peças históricas e também bibelôs nas cores do Flamengo, além de presentes curiosos que o clube recebeu, como uma caravela feita por um detento. Esse item, porém, ainda sofre rejeição para ser exposto, já que a caravela é símbolo do Vasco

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