Talvez seja por influência de Dorival Júnior. Fato é que em quase todas as respostas Welinton cita a palavra trabalho. Barrado por Joel Santana, enquadrado pelo novo treinador e com boas atuações diante de Palmeiras e Vasco, o zagueiro do Flamengo sabe que ainda tem que trabalhar. A próxima prova será domingo, contra o Botafogo, no Engenhão.
Diz o ditado que o trabalho enobrece o homem. No caso de Welinton, ajuda a melhorar fundamentos e poupar os ouvidos das constantes vaias.
- Tenho que continuar trabalhando para as vaias ficarem para trás e só ter aplausos e elogios – disse o zagueiro.
Welinton diz que foi tirado do time por Joel Santana “do nada”, sofreu um choque, desanimou, treinou separado, mas ganhou novo ânimo com a chegada de Dorival Júnior. Ainda assim, já com o novo treinador, deslizou em dois horários de treinos e foi chamado para uma conversa ao pé do ouvido. E parece ter entendido o recado.
- Realmente, ele falou. É profissionalismo – entendeu o zagueiro.
Depois de duas boas atuações, uma pergunta em tom de ironia rodou as arquibancadas e redes sociais. "Esse Welinton é aquele Welinton mesmo?"
Afinal, quem é o Welinton?
- (Risos) Sou o mesmo Welinton que jogava antes, o mesmo que joga agora, só que mais tranquilo, confiante, sabendo mais o que fazer dentro de campo – destacou o jogador.
Confira a entrevista exclusiva do zagueiro abaixo. E haja trabalho.
GLOBOESPORTE.COM: Você estava esquecido pelo Joel, o Dorival chegou, deu oportunidade, elogiou suas duas boas atuações diante de Palmeiras e Vasco. O que mudou no Welinton?
WELINTON: Mudou a confiança. Dorival teve uma conversa comigo, disse que confia no meu potencial, pediu para eu dar mais de mim, que assim posso ajudar ao grupo do Flamengo muito mais do que estava ajudando. Isso serviu para eu abrir os olhos. Ele me deixou um jogo de fora (contra o Figueirense), falou para eu pensar, isso me ajudou bastante. Ele fala o que é para fazer em campo: sair jogando, pede para colocar minha técnica para fora, mostrar meu futebol. Isso ajuda muito.
Quando Dorival conversou com você uma das questões foi em relação a horário, postura no dia a dia. Serviu para dar um choque de realidade?
Com certeza. Realmente, ele falou. É profissionalismo, às 9h30m tem que estar no campo, mas a gente quer chegar 9h20 no vestiário para estar 9h29m no campo. Tem que estar pelo menos meia hora antes para se arrumar, focar no treinamento. Estar ali preparado no dia a dia para ganhar cada vez mais. Isso dá resultado dentro do campo. Trabalho dá resultado.
Em certo momento, Joel Santana passou a não relacioná-lo nem mesmo para o banco. Como foi essa fase e sua reação?
Foi um momento difícil, fiquei muito triste. Vinha tentando me firmar com Joel, fazia tudo que ele pedia. Saí depois do jogo com o Coritiba, quando vencemos por 3 a 1. Lembro que no outro jogo nem fui para o banco, foi do nada, um choque e desanimei. Mas sabia que tinha que trabalhar, é minha profissão, se fosse para outro clube teria que estar bem. O desânimo bate, você fica cabisbaixo, sem entender, treina separado. Isso te prejudica. Mas sabia que tinha que trabalhar para estar preparado na hora que fosse chamado. Joel foi embora, Dorival chegou, um trabalho novo, ânimo novo, tudo diferente. Graças a Deus está dando certo.
Você é alvo de fortes críticas, vaias... E quando é aplaudido, chega a estranhar?
Claro que o jogador nunca quer ser vaiado, mas quando acontecem os aplausos, você não pode se deixar levar, não pode deixar subir à cabeça, tem que manter os pés no chão. Trabalhar para ajudar o Flamengo, assim que eu penso. E ter tranquilidade.
Não pode deixar subir a cabeça, mas ser elogiado é mais agradável, não?
Muito mais (risos), né?! É bom ser aplaudido, elogiado, todo jogador quer ser destaque. Mas tenho que continuar trabalhando para as vaias ficarem para trás e só ter aplausos e elogios.
Qual a importância do Cáceres para o sistema defensivo do Flamengo?
Ele é experiente, impôs seu jeito de jogar, é um volante que rouba muitas bolas, tem qualidade na saída do passe, se posiciona muito bem na nossa frente e tem nos ajudado. Ajeitou bem o setor defensivo. É um grande jogador.
O dia seguinte ao clássico com o Vasco foi um dia em que você não foi vilão...
Muito gostoso (risos). Tivemos a segunda-feira de folga, sendo elogiado num clássico, torcedor feliz, ainda estava sol, um dia bonito para dar um passeio na praia. Agora, é pensar no Botafogo.
Depois de duas boas atuações, alguns torcedores no Engenhão e em redes sociais chegaram a perguntar: esse Welinton é aquele Welinton mesmo?
(Risos). Sou o mesmo Welinton que jogava antes, o mesmo que joga agora, só que mais tranquilo, confiante, sabendo mais o que fazer dentro de campo. Não preciso mostrar nada para ninguém, mas sei que posso ajudar com muita coisa. Esse é o Welinton: humilde, tranquilo, com os pés no chão, mesma cabeça quando sou vaiado ou recebo elogio. É continuar trabalhando para lá na frente vencer.
Vez ou outra você se arrisca com subidas ao ataque. Quer fazer gol, brigar pela artilharia?
Desde a base sempre tive característica de arrancar, agora estou tendo mais confiança, mas tem que sair para o jogo na hora certa. Uma hora o gol vai sair. Aí vai ser perfeito.
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