Nem parecia o último dia de verão nas piscinas da sede do Flamengo, na Gávea, Zona Sul do Rio de Janeiro. A visita do presidente americano Barack Obama ao Brasil, o uso do campo de futebol como heliporto e o fechamento da maior parte do clube por motivos de segurança afastaram os sócios, apesar da temperatura amena e convidativa para um banho de sol. Em domingos normais, o local costuma ficar lotado. Apenas o parque aquático e quatro quadras de tênis estavam funcionando. Não havia acesso ao campo de pelada próximo ao gramado principal, onde Patrícia Amorim entregou uma camisa 10 personalizada ao presidente
20/03/2011 19h56 - Atualizado em 20/03/2011 22h07
Bastidores da 'Operação Obama': nem segurança do Fla chega perto
Funcionários do clube são barrados por esquema do presidente dos EUA, e sócios que estavam lá só ficam sabendo pela internet da entrega da camisa
Por Rafael Lopes
Rio de Janeiro
imprimir
Nem parecia o último dia de verão nas piscinas da sede do Flamengo, na Gávea, Zona Sul do Rio de Janeiro. A visita do presidente americano Barack Obama ao Brasil, o uso do campo de futebol como heliporto e o fechamento da maior parte do clube por motivos de segurança afastaram os sócios, apesar da temperatura amena e convidativa para um banho de sol. Em domingos normais, o local costuma ficar lotado. Apenas o parque aquático e quatro quadras de tênis estavam funcionando. Não havia acesso ao campo de pelada próximo ao gramado principal, onde Patrícia Amorim entregou uma camisa 10 personalizada ao presidente.
Patricia Amorim conseguiu entregar camisa 10 rubro-negra ao presidente (Foto: agência AP)Quem realmente sentiu o impacto da visita do presidente americano e do uso do clube foram as lanchonetes, que tiveram uma queda significativa nas vendas. Segundo os funcionários de uma delas, no parque aquático, as vendas ficaram abaixo da metade desde as 17h de sexta-feira, quando a maior parte da sede foi fechada pelo Exército brasileiro. O único restaurante da sede, ao lado da arquibancada do campo de futebol, nem pôde abrir.
Leia: Roberto Dinamite diz que não ficou chateado com sucesso do Fla
Se o movimento de sócios esteve abaixo da média neste domingo, os funcionários e seguranças do clube não economizaram no bom humor. O nome de Barack Obama estava sempre nas conversas, seja sobre o dia no clube, seja em brincadeiras. A piada que fez maior sucesso ironizava o enorme contingente de soldados do Exército na sede. “Essa segurança toda é porque instalaram uma UPP no clube. O Adriano não está vindo?”
A presença de soldados era ostensiva. A barreira montada na alameda das quadras de tênis tinha mais de 20 pessoas, fato que se repetia do outro lado, na rua lateral ao ginásio de ginástica artística. A cobertura do prédio principal, onde ficam as salas da diretoria, de frente para a Lagoa, contava com a presença de atiradores de elite, o que se repetia nos tetos das arquibancadas do futebol e da natação. Tudo para garantir a segurança de Obama. Nem os seguranças do clube tinham acesso à área: um deles chegou a ser expulso do local.
- Parece coisa de filme americano: helicóptero, limusine blindada... – disse um deles.
Veja a cobertura completa sobre a visita de Obama ao Brasil
Decolagens de frota de helicópteros movimenta sócios
O isolamento do campo de futebol, onde estavam os helicópteros da comitiva de Obama, deixava os sócios um pouco alheios ao evento. Poucos comentários eram ouvidos até 9h30m, quando os quatro veículos chegaram ao local, fazendo um enorme barulho. A correria maior foi de alguns funcionários, que tinham suas câmeras digitais e celulares em punho para registrar o momento. As poucas crianças na piscina também se animaram.
O alvoroço durou, aproximadamente, 1h20m. Às 10h51m, os quatro helicópteros decolaram em direção ao próximo compromisso da comitiva americana, uma visita à Cidade de Deus, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Momento para mais fotos dos funcionários e das crianças. Desespero para os tenistas, que reclamavam do forte barulho.
O movimento no clube melhorou próximo ao meio-dia, quando algumas famílias chegaram. Às 12h21m, os helicópteros retornaram do compromisso de Obama e a comitiva do presidente americano saiu novamente do clube. Mais barulho, fotos e correria das crianças.
Feito de Patrícia Amorim demora a repercutir no clube
A intitulada “Operação Obama” deu certo: o presidente americano recebeu uma camisa do Flamengo das mãos da presidente Patrícia Amorim, pouco antes das 11h, no campo da sede da Gávea. Entretanto, pouca gente ficou sabendo do feito dentro do clube. A dirigente passou duas vezes pela área da piscina, mas preferiu manter o suspense sobre a informação.
A notícia só começou a circular quando alguns sócios, de posse de seus smartphones, descobriram o êxito pela internet. Alguns funcionários, que estavam no prédio da presidência no clube, também comentavam com bastante felicidade. O bar da piscina parou em frente à TV no momento do discurso de Obama no Theatro Municipal, e um dos empregados reclamou quando ele mencionou o clássico entre Vasco e Botafogo.
- Mas cadê a camisa do Flamengo que ele ganhou?
Nenhum comentário:
Postar um comentário