7 de fev. de 2014

Um Fla-Flor de Abafar!

Bola com Marcial, Mengão Campeão!
Mais um Flamengo x Florminense desponta no horizonte do progressista futebol carioca. Disputado desde 1912, será a tricentésima décima primeira edição do clássico intergêneros. Em face da vertiginosa decadência técnica e moral da agremiação burguesa de Laranjópolis, que ao fim de 2013 se consolidou como o mais acabado exemplo da desonestidade esportiva, representando nacionalmente a falta de escrúpulos que assola as instituições, o jogo de sábado deveria ser conhecido como o Fla-Flor da vergonha.
Porque dá até vergonha o faniquito tricolor contra o preço dos ingressos. Algumas mais empolgadas com os altos preços ameaçaram até liberar o anel pra torcida do Flamengo. Pra elas tudo é motivo. Logo eles, envolvidos até os cabelos no escabroso escândalo com ingressos da Libertadores 2008, querem dizer como o Flamengo deve fixar o preço dos ingressos nos jogos em que somos mandantes? Ah, vão lavar um cesto de roupa suja na beira do rio com sabão de coco. Elas estão descontroladas.
Uma dos valores mais importantes na vida das pessoas, dos clubes, das instituições em geral, deve ser a coerência. E os tricolores tem primado pela incoerência. Ora são pela aplicação implacável e literal da letra lei, ora apelam para os caminhos obscuros da hermenêutica e da livre interpretação. Nonsense. Não dá pra ser honesto só quando a honestidade traz vantagens no curto prazo. Isso não é honestidade, é canalhice.
Por quê será que os núcleos de inteligência e legalismo tricolores, em vez de ficarem tentando encobrir a própria incompetência futebolística tentando arrolar inocentes em um crime em que até agora são os únicos beneficiados, não gritaram Não Abafa! quando em 2012 o seu ex-superintendente saiu de cena tragicamente, em situação muito semelhante à uma queima de arquivos? Nesse caso era melhor abafar? Se decidam, meninas!
Pensando bem, o mais correto seria chamar o nosso próximo jogo de Fla-Flor Sem Vergonha. Não para o Flamengo, que apesar das histéricas e desesperadas tentativas da direção e de alguns torcedores tricolores em arrasta-lo para a lama pestilenta das divisões subalternas em que o clube das 3 cores e dos 4 rebaixamentos chafurda desde 1996 e da qual parecem ser cronicamente incapazes de se livrar, nada tem a temer. Hoje, assim como em 1912, o Flamengo é o oposto do Florminense em tudo.
Líder do certame rural, campeão nacional recentemente, disputando a mais importante competição continental, tratado com a devida deferência, mas sem qualquer ingerência, pelos seus patrocinadores e pela imprensa esportiva, o Flamengo, só pra humilhar, ainda dá lições gratuitas de probidade e gestão. Estamos em dia com nossas obrigações, com salários, impostos, taxas e tributos sendo pagos religiosamente. Como se sabe, as Certidões Negativas de Débito, verdadeiros atestados de pureza e castidade administrativa, são pra quem pode e não pra quem quer.
Do alto dos nossos 118 anos nas primeiras divisões do mundo, onde sempre lutamos com todas as nossas forças para manter os pés das mesas firmemente apoiados no chão, podemos afirmar, sem soberba ou arrogância, mas com a santa indignação dos inocentes, que nunca precisamos usar o tapete para estar em ambientes aos quais não fizemos jus ao direito de frequenta-los. Se você está se perguntando se isto faz o Flamengo ser melhor que o Florminense, respondo na bucha: Claro que faz! Esporte é vida, Rede Globo de Televisão.
Mas que diferença pode fazer nesse equivocado carioqueta um jogo sem vergonha a mais ou a menos? Para o Flamengo não faz menor diferença. Enfrentar times pequenos, sem muita tradição, com torcidas escassas e pouco assíduas, é um dos sacrifícios mais idiotas e recorrentes aos quais o Flamengo se submete anualmente para manter vivo esse campeonato deficitário e tecnicamente moribundo.
Um cidadão indignado.#naoabafa
Um campeonato que só serve mesmo pra manter a estrutura feudal e clientelista em torno de mãos-grandes, aspones e portas-de-cadeia que já são velhos conhecidos das torcidas que os sustentam. Para o Mengão jogar o carioqueta é como pagar pensão alimentícia. Não apenas pros nossos filhos pequenos, mas também para a biscas das mães deles. O Florminense é só mais um na nossa aba.
Enfrentar um adversário tão pequeno, inidôneo e vil não facilita em nada a vida do Flamengo. Pelo contrário, aumenta a nossa responsabilidade e transforma a vitória num jogo que não vale nada de um campeonato que vale menos ainda em obrigação. Futebol não é ciência exata, mas seria extremamente embaraçoso para o Flamengo não vencer um dos 4 rebaixados do ultimo Campeonato Brasileiro. Pegaria muito mal.
E no entanto, mesmo improvável tal anomalia pode vir a acontecer. Não seria a primeira vez que o Flamengo tropeça enquanto ruma ao topo e o empate com o Duque de Caxias é um lembrete de como são perigosos os times pequenos. Não que o Flamengo não vá estar motivado, apesar da lógica e evidente prioridade que na Gávea se dispensa à Libertadores. Aumentar nossa vantagem no confronto direto e consolidar nossa liderança rural e a freguesia das moças são motivos mais do que suficientes para empolgação máxima da nossa rapaziada. Sábado vamos arregaçar com elas! E não dizemos isso para agrada-las.
Com o Brocador doido pra quebrar a sua escrita pessoal de nunca ter feito gol no Maracanã em 2014 e o popular Cadu finalmente barrado pelo paciente Jayme, o Flamengo poderá, quem sabe, escalar sua força máxima contra o Flor. Apesar do tamanho do adversário será um ótimo teste antes da nossa estreia na Libertadores. Mas que abram o olho os nobres paladinos da justiça que envergarão o Manto Sagrado no sábado. O gramado do Maracanã está impecável, um verdadeiro tapete. Em se tratando do Florminense, é só aí que mora o perigo.
Mengão Sempre
Rubro-negro bem vestido, me ajuda a acabar com os perebas no time do Flamengo. Entra logo no sócio torcedor.

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