6 de fev. de 2014

Soy loco por ti, Rio: atrás dos altos salários do Brasil, sul-americanos invadem o Carioca

O argentino Lucas Mugni foi apresentado pelo Flamengo: investimento de valor menor do que o dos brasileiros repatriados da Europa
O argentino Lucas Mugni foi apresentado pelo Flamengo: investimento de valor menor do que o dos brasileiros repatriados da Europa Foto: Guilherme Pinto / 21.01.14
Rafael Oliveira
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Na terra do “mermão”, os hermanos ganham vez. A bola já divide espaço com o balón; e os campos, com as canchas. O aumento do limite de estrangeiros na escalação de cada time, de três para cinco, levou os clubes a procurar cada vez mais a América do Sul como fonte de matéria-prima. O Estadual virou uma mistura de talentos e sotaques.
Foto: Felipe Nadaes / Arte Extra
Desde que a CBF mudou as regras, no fim do ano passado, os grandes do Rio contrataram sete gringos — todos sul-americanos. De oito, a Primeira Divisão do Estado passou a ter 15 estrangeiros. Uma busca motivada pelo equilíbrio entre técnica e salários mais baixos que os países vizinhos, principalmente a Argentina, oferecem.
— Os clubes criaram uma bolha e agora começam a se dar conta de que não têm condições de pagar. Têm que se adequar. E nos países vizinhos ainda se paga menos do que no Brasil — diz o diretor de futebol do Flamengo, Paulo Pelaipe, que na semana passada apresentou o argentino Lucas Mugni.
O uruguaio Martín Silva e o paraguaio Aranda, reforços do Vasco para 2014
O uruguaio Martín Silva e o paraguaio Aranda, reforços do Vasco para 2014 Foto: Cezar Loureiro / Agência O Globo
Se os clubes ligaram o alerta para os altos salários, estes são o principal atrativo do Brasil para os estrangeiros. Além de o choque cultural ser menos traumático do que na Europa, paga-se até o dobro do que nos países hermanos.
— O Brasil atrai porque é um mercado que cresceu em capacidade esportiva e econômica — analisa o espanhol Alberto Pasos, vice-presidente do fundo de investimentos ICD, que atua no mercado sul-americano: — No Brasil, paga-se R$ 400 mil para muitos jogadores. Na Argentina, só chegam a metade disso.
O atacante argentino Ferreyra: tempero sul-americano para o Botafogo na Libertadores
O atacante argentino Ferreyra: tempero sul-americano para o Botafogo na Libertadores Foto: Guito Moreto / Agência O Globo
Salários altos, clubes de visibilidade e Copa do Mundo, uma combinação que faz do Brasil o novo Eldorado sul-americano do futebol.
— Tem jogadores que estão dando a vida para vir para cá — atesta o agente Jorge Machado, responsável por levar Bolatti para o Botafogo e o também argentino Scocco para o Internacional.
Mas ele faz uma ressalva:
— Esse interesse não é pelo Brasil. É pelos contratos.


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