6 de fev. de 2014

Movimento anônimo exige renúncia de Odílio com novas ameaças

Odílio Rodrigues, vice-presidente do Santos (Foto: Ricardo Saibun/Divulgação Santos FC)Em tom de ameaça, torcedores exigem renúncia de Odílio (Foto: Ricardo Saibun / Santos FC)
"Entregue a carta de renúncia no máximo até a próxima reunião do Conselho (Deliberativo), no dia 17 de fevereiro, ou a segunda opção será entregar a carta direto do leito da Santa Casa no dia 18". A ameaça é dirigida ao presidente do Santos, Odílio Rodrigues, e foi divulgada em uma rede social e em panfletos assinados pelo "Movimento Popular Acorda Santista" uma semana depois de o dirigente ter o veículo atacado nas imediações da Vila Belmiro após o clássico diante do Corinthians, pelo Campeonato Paulista.
Nesta quinta-feira, o promotor Francisco Cembranelli, representando o Comitê de Gestão, falou sobre a nova ameaça, que será incluída no inquérito policial aberto na última passada e que tem até o fim do mês para ser concluído. O dirigente não esconde a preocupação e pede que o caso seja solucionado o quanto antes.

- Essa ameaça chegou ao conhecimento do Comitê hoje (quinta-feira) e é clara de que se ele não deixar a presidência do clube por bem, fará por mal, em um leito de hospital. É uma ameaça séria que a Polícia Civil de Santos tem a obrigação de agir duramente e com celeridade, identificando esses autores e fornecendo meios e condições para que os ofendidos possam agir nos termos da Lei. A polícia está sendo municiada o tempo todo - afirmou.
Ameaça Odílio Rodrigues Santos (Foto: Reprodução)Panfleto dá prazo para que Odílio Rodrigues deixe a presidência do Alvinegro Praiano: 17 de fevereiro (Foto: Reprodução)
Cembranelli assegurou, também, que não foram citados nomes à polícia. De acordo com o delegado seccional de Santos, Aldo Galiano, há indícios de que até 12 pessoas estejam por trás das ameaças.

- A investigação policial visa exatamente isso (revelar os nomes). Aí sim poderemos promover a ação que diz respeito aos ofendidos. O Ministério Público certamente vai agir nos crimes de ação penal pública, independente das ações indenizatórias que moveremos contra essas pessoas. Eles são vândalos que tentam tomar o poder pela violência. Todos os grupos políticos do Santos condenaram as ações e as torcidas organizadas não compactuam com isso - disparou.

O promotor pede, ainda, que a Polícia Militar esteja presente na Vila Belmiro na reunião do dia 17 - que deve ter, como uma de suas pautas, o caso Neymar - e garanta a segurança dos participantes da reunião, sejam eles dirigentes ou conselheiros. 

- Todos estaremos na reunião, que foi (marcada) por iniciativa nossa (Comitê de Gestão), para discutir as questões que vêm saindo na imprensa. Mas, é claro, será uma reunião grande. Cabe à Polícia Militar, que detém o policiamento ostensivo e tem de garantir a ordem pública nos termos da Constituição, estar presente para evitar a ocorrência desse tipo de comportamento que, certamente, vai manchar a vida do clube - alertou.
Francisco Cembranelli Santos (Foto: Lincoln Chaves)Francisco Cembranelli representou o Comitê em resposta às ameaças (Foto: Lincoln Chaves)
O dirigente, por fim, avaliou que a ameaças têm conotação política, uma vez que as eleições para a presidência do clube serão realizadas no final deste ano.

- Eu creio que sim (ameaças têm ligação com a política), certamente têm a ver com as eleições. Isso tem sido feito para desestabilizar a atual gestão. O confronto de ideias faz parte da democracia, mas isso não. Incitar torcedores a agredir membros do Comitê de Gestão nas ruas, querer renúncia à força... Isso não é próprio de um sistema democrático - analisou.

- (A série de ameaças) Ainda é algo pequeno, mas que precisa ser tratado de maneira legal. Elas têm se tornado verdadeiras desde a semana passada. Por isso procuramos as vias legais, porque isso é um caso de polícia - concluiu.

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